16 setembro 2010

QUE COISA MEIGA...


Depois de uma quase novela mexicana e por muita pressão da mídia, que não pode ser calada, a toda-poderosa Erenice Guerra caiu, não obviamente sem os lamentos de Lula, Dilma Rousseff e sua patota aliada.

o cargo será ocupado interinamente pelo atual secretário-executivo da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima, e de acordo com o Planalto, o novo titular da pasta deverá ser anunciado até a próxima semana. Antonio Palloci, José Dirceu ou o Genoíno? Quem pode saber?

No Palácio do Planalto, o porta-voz leu a carta de demissão "em caráter irrevogável" redigida por Erenice, que claro (esse é o lema), classificou como "levianas" as denúncias contra ela e disse "necessitar de paz" para se defender. Na carta de demissão, ela voltou a dizer que as acusações têm motivação eleitoral.

- Por ter formação cristã, não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família. As paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo”, disse a ex-ministra, que atribui as denúncias a um “candidato aético e derrotado”. José Serra? Com certeza!

A decisão de dar um pé no traseiro da ministra foi tomada pelo presidente nesta quinta-feira 16/09), após reunião com a própria Erenice Guerra.

Apenas para relembrar, segundo reportagem da revista Veja, o filho da então ministra, Israel Guerra, teria intermediado contratos da empresa de transporte aéreo MTA com os Correios mediante pagamento de propina.

Também nesta quinta-feira (16/09), reportagem do jornal Folha de São Paulo diz que Israel também pediu uma comissão para obter no Banco Nacional de Desenvolvimento Social -  BNDES um empréstimo para uma empresa energética. De acordo com a publicação, os donos da companhia se reuniram com Erenice em novembro do ano passado. E a pobrezinha, talvez "por ter formação cristã", não sabia de nada!

Desde que as denúncias começaram a aparecer na imprensa, no último sábado (11/09), Erenice se defendeu por meio de notas à imprensa. Ela negou as acusações e pediu, na terça-feira (13/09), que o Ministério da Justiça e a Controladoria-Geral da União investigassem os contratos firmados com suposta participação de Israel Guerra. No mesmo dia, Lula reuniu ministros do governo para pedir explicações públicas sobre as acusações.

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, anunciou abertura de inquérito pela Polícia Federal para verificar se houve tráfico de influência nas operações da empresa aérea e os Correios, mas excluiu a ministra das investigações, alegando, mesmo antes das investigações, que ela não “está diretamente ligada aos fatos”. Os Correios divulgaram nota confirmando que mantém contratos com a MTA, mas defendem a legalidade dos negócios, que teriam sido firmados após processo de licitação. A empresa de transporte aéreo negou que tenha relações “contratuais ou negociais” com Erenice e Israel Guerra.

Essa é a carta da ministra apanhada com boca na botija, da mesma forma que José Dirceu, Antonio Palocci, Genoíno, Delúbio, entre outros, e outros e mais outros...


"Excelentíssimo Senhor
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República
Nesta

Senhor Presidente,

Nos últimos dias, fui surpreendida por uma série de matérias vinculadas por alguns órgãos da imprensa contendo acusações que envolvem familiares meus e um ex-servidor lotado nesta pasta, tenho respondido uma a uma, buscando esclarecer o que se publica e principalmente a verdade dos fatos, defrontando-me com toda a sorte de afirmações, ilações e mentiras que visam a desacreditar o meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo.

Não posso, não devo e nem quero furtar-me a tarefa de esclarecer todas essas acusações nem posso deixar qualquer dúvida pairando acerca da minha honradez e da seriedade com a qual me porto no serviço público. Nada fiz e permiti que se fizesse ao longo de 30 anos de minha trajetória pública que não tenha sido um estrito cumprimento dos meus deveres. Prova irrefutável dessa minha postura, é que já solicitei à Comissão de Ética a abertura de procedimento para esclarecimento dos fatos aleivosamente contra mim levantados. À Controladoria-Geral da União (CGU), a auditagem dos atos relativos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos Correios e da contratação de parecer jurídico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), além de solicitar ao Ministério da Justiça a abertura dos procedimentos que se fizerem necessários no âmbito daquela pasta para também esclarecer os citados fatos.

No entanto, mesmo com todas essas medidas por mim adotadas, inclusive com a abertura dos meus sigilos telefônico, bancário e fiscal, a sórdida campanha para desconstituição da minha imagem, do meu trabalho e da minha família continuou implacável. Não apresentam uma única prova sobre minha participação em qualquer dos pretensos atos levianamente questionados, mas mesmo assim estampam, diariamente, manchetes cujo único objetivo é criar e alimentar artificialmente um clima de escândalo. Não conhecem limites.

Senhor presidente, por ter formação cristã, não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família. As paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo. Preciso agora de paz e tempo para defender a mim e a minha família, fazendo com que a verdade prevaleça, o que se torna incompatível com a carga de trabalho que tenho a honra de desempenhar na Casa Civil.

Por isso, agradecendo a confiança de vossa excelência ao designar-me para a honrosa função de ministra-chefe da Casa Civil da República, solicito em caráter irrevogável que aceite meu pedido de demissão. Cabe-me daqui por diante a missão de lutar para que a verdade dos fatos seja restabelecida.

Brasília, 16 de setembro de 2010

Erenice Guerra"


Que coisa meiga! Quanta injustiça neççe paiz!


Fonte: G1

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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