17 janeiro 2015

Indonésia executa brasileiro traficante de drogas

Marco Archer na época da prisão (foto: reprodução)

Marco Archer Cardoso Moreira, um instrutor de voo brasileiro, 53 anos, foi executado na tarde de hoje (17/01), exatamente às 15h31m, pelo horário de Brasília, possivelmente por fuzilamento, que é o método de execução de condenados à pena de morte na Indonésia. Ele foi preso em 2004, ao tentar entrar no país asiático com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Archer ainda conseguiu fugir do aeroporto, mas acabou preso duas semanas depois. A Indonésia pune o tráfico de drogas com pena de morte.

Além do brasileiro, foram executados na ilha de Nusakambangan, Ang Kiem Soe, um cidadão holandês; Namaona Denis, um residente do Malawi; Daniel Enemuo, nigeriano, e uma cidadã indonésia, Rani Andriani. Outra vietnamita, Tran Thi Bich Hanh, foi executada em Boyolali, na Ilha de Java.

Numa entrevista a uma emissora de televisão antes da execução, Renato Vianna, ex-cônsul do Brasil em Bali, explicou que Archer e os demais condenados à morte seriam transferidos para um lugar próximo à penitenciária e depois fuzilados por 12 atiradores.

Questionado sobre outros brasileiros anteriormente condenados pelo mesmo motivo na Indonésia e que conseguiram se livrar da pena de morte, Vianna destacou que, no período, as penas não eram tão rígidas com relação às drogas. Explicou ainda que a legislação foi mudada há uns 15 anos.

- A Indonésia é um país tranquilo, bem aberto, mas eles são muito restritos com relação às drogas. Se a pessoa for pega com um cigarro de maconha, ela vai ser presa e está arriscada a passar até oito anos na cadeia - disse Vianna, acrescentando que há 138 pessoas para serem executadas – metade são estrangeiras.

Quando o assunto gira em torno das drogas, as leis da Indonésia estão entre as mais rígidas do mundo e contam com o apoio da população.

- Com isso, mandamos uma mensagem clara para os membros dos cartéis do narcotráfico. Não há clemência para os traficantes - revelou à imprensa local o procurador-geral da Indonésia, Muhammad Prasetyo.

Além de Marco Archer, outro brasileiro aguarda no corredor da morte da Indonésia, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, também por tráfico de cocaína.

O governo brasileiro enviou um pedido de clemência às autoridades indonésias, mas ele foi rejeitado, o que indgnou o Palácio do Planalto, que fez divulgar uma nota:



“Nota à imprensa


A Presidenta Dilma Rousseff tomou conhecimento – consternada e indignada – da execução do brasileiro Marco Archer ocorrida hoje às 15:31 horário de Brasília na Indonésia.

Sem desconhecer a gravidade dos crimes que levaram à condenação de Archer e respeitando a soberania e o sistema jurídico indonésio, a Presidenta dirigiu pessoalmente, na sexta-feira última, apelo humanitário ao seu homólogo Joko Widodo, para que fosse concedida clemência ao réu, como prevê a legislação daquele país.

A Presidenta Dilma lamenta profundamente que esse derradeiro pedido, que se seguiu a tantos outros feitos nos últimos anos, não tenha encontrado acolhida por parte do Chefe de Estado da Indonésia, tanto no contato telefônico como na carta enviada, posteriormente, por Widodo.

O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países.

Nesta hora, a Presidenta Dilma dirige uma palavra de pesar e conforto à família enlutada. O Embaixador do Brasil em Jacarta está sendo chamado a Brasília para consultas. 


Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social
Presidência da República”




Engraçado! O Planalto grita aos quatro ventos, como aconteceu quando Dilma Rousseff empossou o embaixador Luiz Alberto Figueiredo no cargo de ministro das Relações Exteriores no lugar de Antonio Patriota, em agosto de 2013, que o Brasil não interfere em questões internas de outros países, mas agora faz beicinho em razão da execução de Marco Archer, um criminoso julgado e condenado segundo as leis da Indonésia. Será que ela não sabe que alguns países do mundo cumprem suas leis e não perdoam bandidos, principalmente os ligados ao tráfico de drogas? Ou será que pimenta só arde nos olhos dos outros? Pois é, presidenta, dura lex, sed lex...


G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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