10 março 2009

Despreparo, desrespeito ou simplesmente discriminação?


Esse post foi enviado pela amiga e colaboradora ANA KRISTINA!
É realmente um absurdo o que fazem com as pessoas. Isso não foi protocolo de segurança nada. O que aconteceu foi obra do divertimento dos seguranças do banco. Quem já trabalhou em banco sabe muito bem que eles poderiam soltar a porta de lá. Mas estava divertido ver a senhora ser humilhada. Devem ter achado que, por tratar-se de pessoa humilde, não haveria nenhum tipo de reação. Ainda bem que inventaram o celular com câmera. Os seguranças que, daqui para frente se lembrem que estão no BB (Big Brother, qualquer semelhança com a abreviatura de Banco do Brasil é mera coincidência neste caso).

É incrível como esses seguranças nunca brincam com os ladrões de verdade. Eles SEMPRE entram nas agências e anunciam o assalto lá dentro...

Confira tudo no vídeo!






Mulher que tirou blusa para entrar em banco no interior registra ocorrência

Incidente ocorreu no Centro de Jundiaí na quarta-feira (4).

Em nota, Banco do Brasil diz que segue as normas institucionais.

Do G1, com informações do Bom Dia São Paulo

A empregada doméstica que tirou a blusa para passar por uma porta giratória e entrar em uma agência bancária, em Jundiaí, a 58 km de São Paulo, registrou nesta segunda-feira (9) boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Com o documento, a advogada dela disse que agora vai processar o Banco do Brasil por danos morais.

De acordo com a defensora Gabriela Zara de Barros, a doméstica Doralice Muniz Barreto, de 44 anos, foi vítima de preconceito e humilhação. A segurança desconfiava que ela tinha algum objeto de metal consigo. Por isso, foi obrigada a mostrar todos os seus pertences para entrar.

Cinco dias após o incidente, Doralice diz ter vergonha de andar na região central da cidade. “Você acredita que tenho vergonha de sair na rua? Até a roupa que eu vesti naquele dia deixei em casa e não uso mais para as pessoas não me reconhecerem”, disse nesta segunda ao G1.

Na tarde da quarta-feira (4), Doralice foi até a agência bancária situada na Rua da Padroeira. Ela diz que vai com freqüência ao banco para realizar depósitos e descontar cheques. Vestida com bermuda de tecido, blusa regata branca e sandália estilo plataforma, a doméstica foi até a agência e por várias vezes tentou entrar no local, sendo em todas elas barrada na porta giratória detectora de metais. As imagens foram gravadas por celular por Érica Cristina dos Santos, filha da costureira Cleide Aparecida dos Santos Silva. As duas estavam no banco no momento da confusão.

“Eu não travei a fila. Deixei as pessoas passarem. Tinha pessoas de idade, crianças que passavam. Mas quando chegava na minha vez a porta travava. Minha bolsa eu virei no chão várias vezes. Eu queria mostrar para ele (segurança) que eu não tinha nada de metal. Eu trazia uma sacola de supermercado com potes de comida. Mas em momento algum ele queria ver o que eu tinha. Ele queria mesmo era me humilhar”, afirmou. De acordo com ela, até a roupa que usava era “leve” demais para que ela pudesse esconder algum objeto por baixo.

“No momento, eu ainda pensei: será que não tenho alicate de unha, lixinha? Nada, eu não tinha nada. Pedi para ele (o segurança) chamar o gerente. Ninguém veio me ver. Eu devo ter ficado uns 15 minutos tentando entrar”, acrescentou. Depois de tantas tentativas, Doralice perdeu o controle e acabou tirando a blusa. “Quando eu tirei a roupa, a porta se abriu”, disse ela que não é correntista do banco e foi ao local descontar o cheque dado pela “patroa” referente a suas férias.


Chaves e celular

Negra nascida na Bahia, Doralice disse que em seus 44 anos de idade nunca tinha enfrentado problema algum por causa da raça, mas acredita que isso ocorreu na quarta-feira. “Naquele dia eu percebi discriminação, preconceito”, afirmou. A discriminação para ela ficou clara quando um advogado “vestido de terno e gravata” passou pela porta “com um molho de chaves e um celular” e não foi barrado.

A entrada do advogado é confirmada pela costureira Cleide, cuja filha fez o vídeo. “Eu estava sentada na frente da porta. Como é tudo de vidro, a gente vê. O advogado passou pela porta com um molho de chaves no bolso e um celular. Só que ele estava de terno e gravata. Quando viu o que estava acontecendo, ele disse que era advogado e mandou o segurança deixar a mulher passar. Foi quando ela tirou a blusa”, conta Cleide.


Ação indenizatória

A advogada de Doralice, Gabriela, disse que irá entrar até o início da próxima semana com uma ação indenizatória contra o banco. “Houve uma agressão prevista no Código Penal de várias formas. Uma delas é o preconceito.“ Apesar de no dia a doméstica ter ido até a delegacia, o boletim de ocorrência não foi registrado porque não teria ocorrido uso de força.

Segundo a empregada, a ação será um pedido de justiça. “O problema ali foi porque não gostaram da minha roupa e de mim. Eu quero que isso vá em frente só por causa disso. Preconceito. O que passou comigo naquele momento não quero que aconteça com mais ninguém.”

Enquanto a ação não é movida, ela já decidiu o que vai fazer. “Falei minha patroa que não quero mais nada daquele banco. Eu tenho vergonha de pisar ali. Eu não quero nem ver porta giratória por uns bons dias."


Resposta


Questionado sobre o caso, o Banco do Brasil divulgou a seguinte nota na sexta-feira (6):

"O Banco do Brasil segue as normas institucionais, entre elas, a portaria 387 da Polícia Federal que em seu artigo 62 diz que o banco é obrigado a ter vigilante, alarme e um item de segurança, que pode ser portal com detector de metais ou outro item que retarde a ação dos criminosos. O objetivo é garantir a segurança dos clientes."

Procurado pelo G1 nesta segunda-feira (9), o banco disse que o posicionamento segue o mesmo.

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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3 comentários:

  1. Carlos, você é 1000. Olha que eu já tinha ficado tão revoltada só com a história que esqueci de ver o vídeo.
    Agora que você incrementou o post eu o assistí.
    Estou duas vezes mais revoltada.
    Ai se eu estivesse lá na hora... a manchete seria outra: "Mulher tira a roupa para entrar em banco e outra vai presa por desacato". Só dar pitaco seria muito pouco...

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  2. A coisa realmente revolta, Ana, principalmente quando já se enfrentou situação semelhante.

    O pior de tudo é a "nota" (eu chamaria de lixo!) divulgada pelo banco: "O Banco do Brasil segue as normas institucionais, entre elas, a portaria 387 da Polícia Federal que em seu artigo 62 diz que o banco é obrigado a ter vigilante, alarme e um item de segurança, que pode ser portal com detector de metais ou outro item que retarde a ação dos criminosos. O objetivo é garantir a segurança dos clientes."

    A norma diz que o banco tem que cumprir o artigo 62, da portaria 387, da Polícia Federal, mas não diz que por detrás do "portal com detector de metais" (que é caso!), ele tenha que colocar um bando de idiotas despreparados e filosofia nazista (eles só impedem a passagem de negros, pobres e mal vestidos)!

    O pior é que isso acontece todo dia, em todos os cantos do país. Os bancos são condenados a pagar indenizações (o que eles fazem com uma mão nas costas, diante de seus lucros absurdos), MAS NADA MUDA!

    Fez muito bem a DORALICE em chutar o pau da barraca! Espero que sua atitude sirva de exemplo!

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  3. Essa receita tem uma pitada de despreparo, outra de desrespeito e muito de intolerância e discriminação...

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