11 outubro 2010

CARTOLA: A PURA ARTE DO SAMBA

Angenor de Oliveira, o Cartola, um dos grandes nomes do samba e da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, nasceu no Rio de Janeiro no dia 11 de outubro de 1908, e aqui morreu a 30 de novembro de 1980. Se estivesse vivo, ele hoje estaria completando exatos 102 anos.

O cantor, compositor e músico, nasceu no Catete, mas aos 11 anos foi morar no Morro da Mangueira, onde aprendeu a tocar cavaquinho com o pai. Conseguiu concluir apenas o curso primário e com a morte da mãe, aos 15 anos, ingressou na vida boêmia. Ganhou o apelido de Cartola trabalhando como pedreiro, pois vaidoso, usava sempre um chapéu-coco para não sujar os cabelos com cimento.

Em 1925, com a ajuda do amigo e parceiro Carlos Cachaça, fundou o Bloco dos Arengueiros, que se juntou a outros, fazendo surgir, em 1928, o Grêmio Recreativo Esportivo e Social Estação Primeira de Mangueira. O nome e as cores da escola foram escolhidos por Cartola. Para o primeiro desfile foi escolhido o samba Chega de Demanda, o primeiro que ele compôs. Seus sambas foram gravados por grandes cantores como Francisco Alves, Araci de Almeida, Mário Reis, Silvio Caldas e Carmen Miranda. 

Cartola sumiu do ambiente musical em 1941, só retornando em 1956, quando o cronista Sérgio Porto (o Stanislaw Ponte Preta) o encontrou lavando carros em Ipanema e trabalhando à noite como vigia de edifícios e o levou para cantar na Rádio Mayrinck Veiga.

Com sua mulher, Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como dona Zica, abriu um restaurante, o Zicartola, que tornou-se moda na época. Somente em 1974, o compositor gravou o primeiro LP, que levou o seu nome.

Em 1979, gravaria seu quarto e último disco. Foi neste ano que descobriu que estava com câncer, doença que causaria sua morte. Ao longo de sua carreira, Cartola compôs mais de 500 canções, dentre elas as famosas Que Infeliz Sorte! (1931, canção lançada por Francisco Alves); Divina Dama (do álbum História da Música Popular Brasileira - RCA - 1970); Quem Me Vê Sorrindo, com Carlos Cachaça (do álbum Cartola); O Sol Nascerá, com Elton Medeiros (do álbum Cartola); Alvorada, com Carlos Cachaça e Herminio Bello de Carvalho (do álbum Cartola); Tive Sim (do álbum Cartola); O Mundo É Um Moinho (do álbum Cartola); Peito Vazio, com Elton Medeiros (do álbum Cartola); As Rosas Não Falam (do álbum Cartola); Cordas de Aço (do álbum Cartola); Autonomia (do álbum Verde Que Te Quero Rosa e Tempos Idos, com Carlos Cachaça (do álbum Verde Que Te Quero Rosa).

A sofrida vida de Cartola tem muitos outros detalhes, encontros e desencontros, que você pode conhecer clicando aqui.

E para homenagear esse grande nome do samba carioca, escolhemos Alvorada e Acontece, dois de seus maiores momentos. Ouça com atenção!
 



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

Cadastre seu e-mail e receba nossas postagens

Blog Widget by LinkWithin

10 comentários:

  1. Os sambas antigos eram tudibom suas melodias e letras encantavam, bem diferente nos dias de hj, sensacional os videos

    abr

    ResponderExcluir
  2. É isso aí, Regina!

    O "samba" de hoje é comercial, visa o dinheiro. Os sambas de Cartola, Carlos Cachaça, Elton Medeiros e tantos outros, falavam do cotidiano do ser humano comum e seus sentimentos, paixões, alegrias e tristezas. Não se faz mais isso hoje! Não que o sentimento tenha se perdido, absolutamente! O problema está nas gravadoras, um mercado restrito que só divulga aquilo que pode trazer lucro imediato. É a lei do mercado que conta, não a do coração!

    Um abração...

    ResponderExcluir
  3. Olá meu querido amigo Roberto!
    Sabe que eu cresci ouvindo velhos discos de vinil, e nessa coleção tinha muito de Cartola, Pixinguinha (como eu adorava!!), Noel Rosa... Não resisto a um bom chorinho...rsrs...
    Bem, são bons tempos de nossa música, meu amigo. Qualidade de samba, com letras, melodias, instrumentos precisos... Acho muito difícil que a tecnologia chegue perto do que era realmente arte!
    Grande beijo!
    Jackie

    ResponderExcluir
  4. Verdade, Jackie!

    A tecnologia jamais criará o clima boêmio, a dor de cotovelo, o amor muitas vezes não correspondido, a paixão e uma infinidade de outros sentimentos que inspiraram compositores como Cartola, Noel, Pixinguinha e o próprio Carlos Cachaça, parceiro e amigo de Cartola, isso pra lembrar apenas alguns.

    Você já parou pra ouvir Paulinho da Viola, por exemplo?

    Infelizmente, eles são parte de um tempo que não vai se repetir, até porque ele, o tempo, não volta!

    Um beijão, Jackie...

    ResponderExcluir
  5. Excelente pesquisa, amigo Carlos Roberto!
    Sempre é bom lembrar de Cartola, um dos compositores "que fez a diferença"...
    Música boa merece destaque em qualquer tempo.
    Obrigada por compartilhar!
    Meu afetuoso abraço,
    Yolanda

    ResponderExcluir
  6. Com certeza, Yolanda!

    O que é bom não tem idade, e vale a pena recordar. As composições de Cartola sempre estarão na memória de quem é fã da boa música, do samba sem efeitos especiais.

    Um abração...

    ResponderExcluir
  7. E põe saudade nisso, Sérgio!

    Cartola foi um legítimo representante do samba do morro, do samba de raiz.

    Um abração...

    ResponderExcluir
  8. Hoje, só se ouve porcaria...

    ResponderExcluir
  9. Olá,
    Achei essa postagem enquanto procurava conteúdos sobre o Cartola. Interessante a postagem!
    Abraços,
    Lu Oliveira
    www.luoliveiraoficial.com.br

    ResponderExcluir

A existência de qualquer blog depende da qualidade do seu conteúdo, e mais do que nunca, do estímulo de seus leitores. Por isso, não saia sem deixar seu comentário!