06 agosto 2013

Cartel, corrupção, lavagem de dinheiro, favorecimento... Até quando?

Foto: reprodução

Atendendo pedido de investigação feito na última sexta-feira (02/08) pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal - STF, determinou a abertura de inquérito para apurar a possível participação do deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) em crimes desvendados pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. De acordo com Gurgel, há fortes indícios de que o parlamentar tenha cometido os crimes de corrupção passiva e advocacia administrativa, que ocorre quando o funcionário público se vale do cargo para defender interesses privados.

Por ter recebido dinheiro do esquema montado por Marcos Valerio para apoiar o governo em votações importantes no Congresso Nacional e convencer seus pares a agir de igual forma, o que deixou configurados os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, Costa Neto já foi condenado a 7 anos e 10 meses de prisão no processo do mensalão.

Outro assunto que precisa ser acompanhado com bastante atenção pela sociedade brasileira está na investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade sobre uma suposta formação de cartel nas licitações dos Metrôs de São Paulo e do Distrito Federal e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM, o que envolveria os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Segundo reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo (02/08), a empresa alemã Siemens, que faria parte do suposto esquema, entregou ao Cade documentos em que afirma que o governo de São Paulo sabia e deu aval à formação de um cartel que envolveria 18 empresas. Além da Siemens, seriam ainda participantes subsidiárias da francesa Alstom, da canadense Bombardier, da espanhola CAF e da japonesa Mitsui.

Se a atuação do Cade não for apenas parte de um jogo político, como vem alegando a turma do PSDB, e o cartel ficar comprovado, a justiça tem que enfiar na cadeia os responsáveis por esse novo esquema de corrupção que sangrou os cofres públicos paulistas, tal como ocorreu na era Maluf e Pita. Aliás, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também deveria investigar as obras do Metrô carioca. Afinal, o vento que venta em São Paulo pode muito bem estar ventando no Rio de Janeiro, não é verdade?

E por falar em investigações, favorecimento, corrupção e cadeia, como andam (se é que estão andando!) as investigações sobre a dona Rosemary Noronha, ex-secretaria da Presidência da Republica no governo Lula? Por que é que ninguém toca mais no assunto? Por onde anda a moçoila? Fala, aí, José Eduardo Cardozo!




Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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