08 setembro 2013

Parto normal ou cesariana? A quem cabe decidir?

Uma mãe e seu bebê (foto: Monalisa Marques)

Há pouco mais de um ano, em julho de 2012, o Dando Pitacos perguntou sobre "Quem deve decidir sobre o parto domiciliar, a mulher ou o médico?", discussão que surgiu em função das Resoluções 265 e 266, do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - CREMERJ, que proíbem e punem disciplinarmente os médicos que venham a participar da realização de partos domiciliares e vedam o acompanhamento dos partos nas maternidades pelas doulas.

Em artigo publicado recentemente pela revista Época, a jornalista Ruth de Aquino, abordando assunto quase idêntico àquele, afirma que a "opção pelo parto normal ou pela cesárea é um tema que mobiliza profundamente as mulheres", mesmo as que ainda não são mães.

Segundo ela, no Brasil, a “opção” vem se transformando em uma verdadeira ditadura de cesarianas, cujos números são estarrecedores, já que no Sistema Único de Saúde - SUS, a proporção dos partos cirúrgicos (cesarianas) passou de 24% em 2000 para 38% em 2011, índice que nos hospitais privados chega a 82%, o que a jornalista diz ser "um escândalo", principalmente quando se leva em conta que a Organização Mundial de Saúde - OMS considera que o índice aceitável no total de partos não deve girar em torno dos 15%. No Brasil, somando-se os percentuais das redes públicas e privada, o índice alcança estratosféricos 52%.

Para uma pesquisadora da Riocruz, no Brasil, a cesariana, “que deveria ser uma forma de resgatar vidas”, está diretamente relacionada à comodidade dos profissionais em agendar seus compromissos, o que faz sentido, além, é claro, de proporcionar maiores ganhos aos próprios médicos e suas equipes e aos hospitais e clínicas particulares.

Ruth de Aquino afirma que a iniciativa, infelizmente, não parte apenas dos médicos, já que as futuras mães, "por medo ou também por comodidade, têm optado pela cesariana em grandes números antes mesmo de engravidar", acrescentando que nenhuma ditadura é boa, "nem a do parto normal nem a da cesariana", e que é preciso haver "mais informação e menos mitos, criados para estimular cirurgias".

Seu artigo, além das belas imagens cedidas por Monalisa Marques, é ilustrado por duas opiniões: a de Marcela Buscato, que ainda não teve filhos, e a dela própria, Ruth de Aquino, mãe de Bruno e Pedro, com 27 e 32 anos, respectivamente. Vale a pena conferir!






Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

Cadastre seu e-mail e receba nossas postagens

Blog Widget by LinkWithin