20 março 2014

Abusos praticados contra mulheres no transporte público leva 17 suspeitos à prisão

Foto: reprodução

Uma frase muito popular (entre os homens, principalmente) diz que "melhor que uma mulher, só um caminhão cheio delas", com o que eu concordo plenamente. Mas sair por aí tentando se esfregar, fotografar ou filmar partes íntimas de mulheres para divulgar na Internet é outra coisa, ou melhor, coisa de gente ruim da cabeça ou doente do pé. Mas é exatamente isso o que vem acontecendo no transporte público de todas as cidades do país. Em São Paulo - SP, por exemplo, a  Polícia Civil de está investigando a ação de criminosos especialistas no ramo e somente neste ano já prendeu 17 suspeitos de abuso nos e no Metrô. Na última segunda-feira (17/03), um homem foi preso em flagrante e indiciado por tentativa de estupro. Dois dias depois, na quarta-feira (19/03), mais dois foram detidos, um deles portando uma câmera com vídeos de mulheres feitos no Metrô, o que resultou no indiciamento de ambos por importunação ofensiva ao pudor.

Uma das páginas do Facebook (talvez pela ação da polícia a quantidade delas vem diminuindo) que divulga esse tipo de prática (a chamada "encoxada"), ganhou repercussão após denúncias de várias mulheres que se sentiram ofendidas. O perfil (se é que ele ainda está no ar) traz a seguinte descrição: “Usem este grupo para relatarem suas aventuras mais gostosas!!! Marcar encontros!!! E até mesmo se conhecer um pouco melhor!!”.

As armas usadas na prática do crime são os telefones celulares, as máquinas fotográficas e até micro-câmeras, escondidas de forma estratégica para facilitar os "flagrantes" colhidos, como já disse, dentro de ônibus, vagões e plataformas do Metrô e trens lotados.

O objetivo é mostrar homens encostando o órgão sexual em mulheres, e se possível, suas nádegas e seios. Quando não conseguem tocar as vítimas, eles flagram calcinhas e closes de decotes. Tudo vai parar no Facebook, no Youtube, blogs e até em trocas de mensagens pelo aplicativo WhatsApp. Uma dos perfis do Facebook relacionado ao tema já tem mais de 12 mil seguidores.

O anonimato dos criminosos é facilitado pelo uso de pseudônimos, mas de vez em quando e desde que a polícia realmente atue, eles são apanhados, como aconteceu com os dois presos a que já me referi, detidos na estação da Sé, no Centro da capital paulista. De acordo com os policiais que participaram da diligência, um técnico de informática filmava com o celular partes íntimas das mulheres para publicar nas redes sociais. O outro preso, um engenheiro elétrico, passou a mão em uma passageira. Ambos foram liberados e vão responder aos processos em liberdade, possivelmente reincidindo nas mesmas práticas.

Além do crime de estupro, os chamados “encoxadores” podem responder, dependendo, é claro, das características de cada caso, pelos crimes de abuso sexual, atentado violento ao pudor, assédio sexual, uso indevido da imagem, constrangimento ilegal e pedofilia.

Mas o que não se pode deixar de dizer é que, além dos "encoxadores", existem também as "encoxatrizes", mulheres, a maioria jovem, que se prestam a posar como "modelos" para as esfregadas e flagrantes dos peitos e bundas que vão ilustrar os perfis do Facebook e vídeos postados no YouTube e WhatsApp. Você não acredita? Então veja o que diz uma delas num comentário deixado num post sob o assunto no Diário Online: "Poxa que mal faz da uma encostadinha, torna a viajem mais relex. Que vcs acham viajar num trem lotado sentindo aquela pressão. É tudo de bom vc não acham? Ainda mais qdo encaixa legal." E agora, José?





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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