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Na discussão que se instalou entre pai e filho, Renan respondia afirmando que queria "estudo" e lutar contra injustiças: "Deixa eu protestar. Eu quero estudo", disse o adolescente. "Não me interessa. Você já tem. Eu pago sua escola", respondeu com segurança o pai, tudo sob o olhar assustado da mãe, que acompanhava o desenrolar dos fatos. Quando a turba de manifestantes começou a hostilizá-lo, Baldi puxou o filho, e junto com a mulher saíram caminhando do local do protesto.
Baldi, o pai, e Renan, o "manifestante" (foto: reprodução) |
- Eu não queria sair de lá. Tanto é que no momento, ele foi me arrastando, eu fiquei tão estressado na hora que não percebi os outros ao meu redor - disse o garoto.
Baldi reiterou a explicação que já tinha dado na véspera. Ele teme que o filho se machuque durante os protestos, principalmente se estiver usando uma máscara.
- Na hora que a polícia vai pra cima, não vai escolher em quem bater ou não. Eles recebem uma ordem, eles têm que agir”, disse o preocupado pai, acrescentando: “Deus o livre se uma bala de borracha pega na vista dele. E aí? Vai sobrar para a gente", completou.
Teimoso como a maioria dos jovens de sua idade, Renan, que é de uma família de classe média da Zona Leste, garante que não pretende mudar seu comportamento, afirmando que vai continuar indo aos protestos, onde fará “o que for preciso para ter algo de bom para o povo”. Com o rosto coberto? “Se for preciso, sim”, responde o garoto, ao que o pai responde prontamente: “Se eu estiver perto, não”.
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Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |