Assim como a perfeição não existe, a igualdade também é um sonho utópico. Mas e daí? Não são os sonhos que movem o homem? Posso até ser visto como um sujeito ingênuo ou imbecil, mas continuo sonhando com um mundo menos desigual. Ela, a desigualdade, existe em todo o mundo, e principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil. Ela está nos mínimos detalhes.
No Brasil, por exemplo, por que alguns têm tanto e tantos nada têm? Por que tanta dificuldade para se dar um benefício aos mais necessitados e tanta benevolência com quem não precisa? Por que, justamente nos órgãos públicos, de onde o exemplo deveria partir, porque mantidos com o dinheiro do trabalho cidadão, os recursos correm à solta e sem controle da sociedade? Quando, se é que isso vai acontecer um dia, alguém vai meter o dedo nessa ferida?
Os ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, os mesmos que deixaram o país boquiaberto com o desfecho da questão que envolve o projeto Ficha Limpa, mandaram confeccionar 3.000 calendários ao custo de R$ 16,8 mil. Mas não é só! Certamente preocupado em manter uma dieta saudável para os seus ministros (e quem sabe, de alguns funcionários também) o órgão pretende gastar até R$ 10 mil para garantir o fornecimento de frutas diversas. Se direcionados ao Bolsa Família, por exemplo, os R$ 26,8 mil poderiam beneficiar mais de 1.200 pessoas, se considerado o valor mínimo do benefício, que é de R$ 22. Não seria mais justo?