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08 julho 2014

Dilma Rousseff cria o fantástico "bote de fibra ótica"

Dilma Rousseff (foto: reprodução)

À exceção de algumas matérias do Blog do Miranda, aqui publicadas com a autorização do autor, o Dando Pitacos evita a reprodução de textos. Mas em alguns casos a prática se torna inevitável, como na matéria abaixo, postada no "Resistência Democrática", que faz referência a um pronunciamento feito pela "presidenta" Dilma Rousseff, no dia 17 de junho, no interior do Paraná, depois de sobrevoar a região castigada por inundações, oportunidade que ela aproveitou para jurar, de pezinhos juntos, que no próximo ano, se ela for reeleita, é claro, vai fazer as obras de prevenção de enchentes que prometeu ao povo paranaense para o ano passado. Leia com atenção e depois assista ao vídeo lá no finalzinho do post.

23 março 2009

Uma semana triste para o Meio-Ambiente: mais araucárias destruídas

O texto abaixo é o primeiro, esperamos que entre muitos, que nos é enviado pelo amigo GABRIEL BERTRAN, um guerreiro na defesa do meio ambiente. O texto e a foto que o ilustra, como sempre fazemos, são postados no formato original.


A imagem acima é chocante e vale mais que mil palavras. Foi publicada na segunda-feira (dia 16/03/2009) no jornal Gazeta do Povo. Leiam a reportagem "Paraná desmata o que sobrou da araucária" na íntegra clicando aqui.


Como podemos aceitar acontecer ainda o desmatamento de uma espécie de árvore, no caso a araucária angustifolia, da qual restam menos de 1% de sua cobertura original no Paraná? E o pior de tudo, esta destruição que continua a acontecer têm a complacência de políticos da região sul do Paraná, todos envolvidos com o esquema criminoso de madeira. Ainda por cima, os mesmos políticos utilizam-se de discursos populistas para incentivar a população a continuar a destruição, dizendo que a única fonte de renda de cidades como General Carneiro é a extração criminosa de madeira! Agora eu pergunto: se estes municípios não ficaram ricos até hoje, será que ficarão acabando com os 1% de florestas que deveriam guardar como patrimônio da humanidade??? Sim, porque os serviços ambientais que as florestas nos prestam são incalculáveis. Será que estes políticos esperarão o Rio Iguaçú secar (e já teve ano em que as cataratas desapareceram) por falta das matas ciliares, e ainda colocarão a culpa no clima (como se nenhum destes fatores estivesse interligado)? Por sinal estamos no DIA MUNDIAL DA ÀGUA, há o que comemorar??

Não seria o caso destas pessoas serem denunciadas por crime de lesa-pátria? Elas estão privando as próximas gerações de usufruírem de um meio-ambiente equilibrado, estão privando estas mesmas gerações até de experimentarem o pinhão, fruto desta linda árvore que conheceu os dinossauros e já alimentou milhares de espécies animais e gerações de seres humanos!

O que mostra outra reportagem que postarei abaixo é que toda a força política desta região montanhosa, localizada na divisa com Santa Catarina, trabalha pela destruição. O pensamento é que, se eles sempre destruíram, por quê não continuar destruindo? Eles ainda tem o cinismo de dizer que a cobertura vegetal da região aumentou, com o plantio de pinus! Não tem o menor discernimento de que o pinus, espécie nativa da América do Norte, não traz quase nenhum dos benefícios ambientais que as araucárias nos trazem! O pinus seca o solo e não deixa outras espécies vegetais se desenvolverem, não atrai pássaros nativos do Brasil, não dá frutos comestíveis, como o pinhão, etc. É claro que o pinus é importante se for utilizado para EVITAR o desmatamento de florestas nativas (que além das araucárias, abriga muitas outras espécies igualmente importantes). Agora meramente substituir a rica mata-atlântica brasileira por "desertos verdes" de pinus é um contra-senso. Se houvesse um planejamento há mais de 50 anos atrás, teríamos florestas de araucárias até hoje, com plantio e corte seletivo. Mas a "colonização" do Paraná se deu na forma de terra arrasada: foi-se derrubando e queimando tudo o que se via pela frente como se fosse "mato sem valor" e com isso as boas matrizes das araucárias se foram para sempre. O que existe hoje é uma pequena amostra, da pior qualidade, o que aumenta o perigo de extinção, pois não tem-se mais variabilidade genética. Por isso a necessidade de preservar cada araucária ainda viva. Ela é uma árvore de desenvolvimento lento, por isso estas matas demorarão séculos para se recuperarem, isso se os produtores rurais e os políticos paranaenses as deixarem em paz, o que está difícil de acontecer...

O que deveria ocorrer urgentemente é uma grande mobilização popular contra estes prefeitos. Mas o que parece é que a população é conivente com estes crimes. A população destas pequenas cidades com medo de perderem o emprego (só que quem fica com a maior parte da renda dos crimes são os poderosos políticos e donos de terra da região). Ao mesmo tempo, a população das grandes cidades, como Curitiba, deveria parar de comprar "madeira de pinheiro", como é chamada (e já presenciei vários casos aqui na capital). Se não existir o comprador, não existirá o traficante, assim como ocorrem com as drogas! A impressão que dá é que O Instituto Ambiental do Paraná, o IBAMA e algumas ONGs sérias, como a SPVS e o SOS Mata Atlântica, trabalham sozinhos, sem apoio da maioria da população. Não seria a hora de uma grande mobilização de todas as esferas da sociedade e do governo, apresentando, inclusive, alternativas econômicas à região e também PAGANDO A QUEM PRESERVA AS FLORESTAS? Afinal estas florestas prestam os serviços de manterem nossa água e nosso ar puros, além de controlarem pragas agropecuárias e fertilizarem a terra. Isso tudo tem, e muito, valor!

Segue a reportagem de sábado (21/03/2009), sobre a influência das forças políticas em prol do desmatamento no Paraná:

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=869334&tit=Forca-politica-age-a-favor-do-desmate

17 março 2009

Paraná desmata o que sobrou da Araucária


Li a reportagem abaixo, num belo trabalho de KÁTIA BREMBATTI, da sucursal de PONTA GROSSA do jornal GAZETA DO POVO, e resolvi postá-la aqui no blog. Gostaria que todos a lessem com muita atenção!

Não vou dar o meu “PITACO” sobre o assunto, como sempre faço, criticando e cobrando providências de quem de direito. A foto aí ao lado fala por si: é muito triste!

General Carneiro – O pouco que resta de floresta de araucária no Paraná – só 0,8% do que existiu permanece preservado – está sendo sistematicamente derrubado.

Uma série de fiscalizações ambientais indica que 30 caminhões carregados de toras de árvores nativas circulam livremente todos os dias na região Centro-Sul do estado. São pinheiros que viram carvão; imbuias que já saem da mata transformadas em palanques de cerca; e cedros, na forma de cavaco, que alimentam caldeiras.

Araucárias de mais de 100 anos e com 1,55m de diâmetro foram encontradas no chão, estaleiradas, prontas para serem transportadas para serrarias. Fiscais acharam chapas de compensado feitas de pínus nas lâminas externas e recheadas com madeira nobre. Esse foi o cenário encontrado por operações conjuntas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal realizadas nos últimos seis meses. A ação resultou em 31 autos de infração, com multas que totalizam R$ 6 milhões, e na apreensão de 1,3 mil metros cúbicos de madeira – quantidade suficiente para encher 86 caminhões. São muitos os envolvidos que estão sendo investigados.

Prenúncio da extinção
A araucária é uma árvore milenar e alguns especialistas acreditam que a redução drástica na quantidade de espécies já significa o prenúncio da extinção, tendo em vista a diminuição das probabilidades de combinação genética. Além disso, é a chamada floresta com araucária que está em risco. Nesse tipo de composição ambiental, o pinheiro é a árvore que mais se destaca, mas todas as demais espécies de animais e vegetais que dependem dessa formação estão ameaçadas.

“Cada espécie no ambiente tem uma função determinada, já que na natureza nada existe ao acaso. Muitas vezes desconhecemos essa função. E o desaparecimento de uma espécie causa um desequilíbrio na cadeia que envolve a alimentação de outros seres e a manutenção dos recursos naturais.”, explica Karina Luiza de Oliveira, bióloga da ONG Mater Natura. (KB)

Prefeito que foi autuado reclama da fiscalização
Madeireiro já autuado pelo Ibama, o prefeito de General Carneiro, Ivanor Dacheri, alega que a cidade é dependente da exploração florestal e reconhece que atividades ilegais são mantidas no município como forma de garantir emprego e renda para a população

Cidade vive em torno do corte de árvores
General Carneiro, cidade de 14,5 mil habitantes no Sul do Paraná, vive em torno da cultura da madeira. Já na entrada, o Monumento ao Pioneiro ostenta uma enorme tora com o nome da cidade entalhado.

As fiscalizações partiram de um estudo de prioridade de área de combate ao desmatamento. O levantamento foi realizado em parceria pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Ibama, em todo o Brasil. E, no Paraná, o mapa apontou que a região mais afetada e que exige mais atenção dos órgãos ambientais é a Centro-Sul – onde estão as áreas mais bem preservadas de floresta de araucária. Essas matas ainda estão em pé, acredita o superintendente estadual do Ibama, José Álvaro Carneiro, porque a topografia montanhosa e a dificuldade de acesso pelas estradas representavam desafios que podiam ser protelados enquanto outras regiões mais acessíveis eram exploradas.

Carneiro acrescenta que na área em que se concentra a fiscalização confluem quatro das seis maiores bacias hidrográficas do Paraná. O Rio Iguaçu, que aumenta em quase dez vezes o volume ao passar pelo Centro-Sul, por exemplo, depende essencialmente da presença da vegetação para continuar sendo abastecido de água.

O helicóptero tem sido um aliado essencial na comprovação do desmatamento. É que os madeireiros usam estradas de pouco movimento para minimizar as chances de encontrar fiscais e delatores, agem preferencialmente à noite e evitam derrubar áreas que chamem muita atenção. À exceção do desmate para transformar a terra em área de lavoura, não são mais devastadas áreas grandes. “Aproximadamente 80% do desmate é de corte seletivo. São tiradas as árvores que mais interessam economicamente. Assim, a área fica empobrecida, viabilizando o corte total num momento futuro, e não aparece nas imagens de satélite”, explica o superintendente do Ibama.

Os sobrevôos rasantes de helicóptero servem para identificar esse tipo de desflorestamento. Muitos flagrantes são percebidos na vistoria aérea e rendem cerca de três meses de trabalho de fiscalização em terra. “Como seria possível, dentro de uma fazenda enorme, achar onde está a derrubada? Não vamos encontrar nada ao lado da sede da propriedade ou na beira da estrada”, salienta.

As investigações ainda estão apurando quem são os proprietários de terras, os madeireiros e os receptadores das toras. Até agora, 12 inquéritos foram instaurados pela Polícia Federal. Segundo Carneiro, há desmatadores contumazes. Pessoas que sabem como funciona a burocracia estatal – ou que algumas pessoas são facilmente corrompidas – continuam cortando árvores nativas na certeza da impunidade. Eles acreditam que sempre vão conseguir protelar ou mesmo contestar as multas recebidas. Mas os esforços de repressão e os entraves burocráticos para a autorização de corte já tiveram efeitos e acabaram tirando o valor comercial da araucária. Dificilmente, por exemplo, ela vai para a fabricação de móveis. A madeira do pinheiro é negociada basicamente no mercado clandestino, transportada e serrada à noite. Ou queimada em fornos de carvão, como uma forma de tentar apagar os vestígios do corte. As toras legalizadas, vindas de áreas de reflorestamento, são usadas principalmente na construção civil.