12 setembro 2012

O homem e o cão: quem é amigo de quem?

Capitán, vira-lata de origem e pinta de pastor alemão, foi o presente que Damián recebeu do pai, Miguel Guzmán, em 2005. Um ano depois, Miguel veio a falecer e Capitán fugiu de casa, reaparecendo pouco tempo depois, mas sem morar na residência da família, preferindo a liberdade das ruas. Não demorou muito e sem qualquer motivo aparente, ele sumiu de novo, o que levou os parentes de Miguel a pensarem que o animal havia morrido ou sido adotado por outra família, até que ficaram sabendo que o cão estava morando no cemitério da cidade, em cima do túmulo de Miguel Guzmán, o dono que ele escolheu.

- No domingo seguinte voltamos a visitar o túmulo, e o cachorro estava lá. Dessa vez, ele nos seguiu, na volta, porque tínhamos ido caminhando. Ficou um pouco conosco em casa, mas depois voltou ao cemitério - contou emocionada a viúva de MiguelVerónica.

Desde então, Capitán peranbula pelas ruas da cidade, dá uma passadinha rápida durante o dia pela casa do antigo dono, mas à noite, acredite, volta ao cemitério e vai dormir sobre o túmulo de Miguel.

- Ele é muito querido, no começo o chamávamos de "rengo" (coxo, em português), porque chegou com uma pata quebrada, mas juntamos dinheiro entre os funcionários do cemitério e conseguimos um veterinário - contou à Agência Efe o diretor do cemitério, Héctor Baccega.

De acordo com ele, além das vacinas e alimentação diária, Capitán tem o carinho de todos os que trabalham no local.


Capitán

A história de Capitán me faz lembrar de Hachi (Hachikô, em japonês), o cão da raça Akita que viveu durante anos na estação de trem de uma cidade japonesa esperando que seu dono retornasse, fato que inspirou Hollywood a levar às telas dos cinemas de todo o mundo o filme Sempre ao seu lado, estrelado por Richard Gere e Joan Allen.


Richard Gere e Hachi

Hach nasceu em 1923 e logo foi enviado para a casa de Hidesaburo, professor do Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio - Japão, que sempre quis ter um cão da raca Akita. A amizade entre os dois logo cresceu, tanto que Hach passou a acompanhar o dono até a estação de trem. A ligação e a rotina criada entre os dois amigos fez com que o cão agisse como se tivesse um reloginho interno: ele ia sozinho à estação de trem esperar por Hidesaburo sempre por volta das 15h, acompanhando-o no caminho até em casa. Em maio de 1925, quando estava na faculdade, Hidesaburo faleceu de um mau súbito e, claro, nunca mais retornou à estação onde Hach o esperava.

Não vou dar detalhes sobre o desfecho da história para não estragar a surpresa de quem ainda pretende assistir ao filme. Só posso dizer, além de recomendar a obra, é claro, que Hach acabou "adotado" pelos vendedores que frequentavam a estação e pelos antigos amigos de Hidesaburo, que lhe davam comida e água enquanto ele esperava pelo dono que nunca mais iria rever.

Eu já contei algo parecido, aqui mesmo no Dando Pitacos, quando postei Cão é adotado por família de soldado morto no Afeganistão e Mais vale um cachorro amigo do que um amigo cachorro. Você conhece alguma história parecida? Então conta pra nós!





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

Cadastre seu e-mail e receba nossas postagens

Blog Widget by LinkWithin