Uma denúncia de fraude nas últimas eleições municipais realizadas no Rio de Janeiro - RJ está sendo apurada pela Polícia Federal. Segundo o autor da delação, um hacker de apenas 19 anos, cuja identidade vem sendo mantida em sigilo por questões de segurança, a violação teria ocorrido no momento da transmissão dos votos pelo sistema on-line do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, alterando o resultado das eleições antes da totalização, o que foi feito para atender o interesse de políticos e partidos, lógico, claro e evidente.
De acordo com o jovem, a invasão tornou-se possível a partir da obtenção fraudulenta de um login e senha de acesso ao sistema de transmissão de dados da Oi, que nega o ocorrido, garantindo que a violação não é possível.
A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar o caso antes da realização do segundo turno das eleições, que foi por ela monitorado a partir de um laptop em Vitória - ES, apreendido para perícia. Em princípio, segundo a PF, nenhuma irregularidade teria sido percebida.
Ouvido, o hacker disse que resolveu falar sobre a suposta fraude depois de testemunhar que um grupo manipulou a apuração de votos de Saquarema - RJ em favor da prefeita reeleita, Franciane Motta (PMDB), mulher do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ, deputado Paulo Melo, do mesmo partido.
O assunto foi tema de discussão no último dia 10, no auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro - SEAERJ, durante a realização do seminário "A urna eletrônica é confiável?", promovido pelos institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da República - PR, o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista -PDT, a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini.
Na oportunidade, o mesmo hacker, agora identificado como Rangel, acompanhado por Reinaldo Mendonça, um especialista em transmissão de dados, e por Alexandre Neto, delegado de polícia, mostrou como interceptou e modificou resultados do pleito eleitoral, utilizando o acesso ilegal e privilegiado sob a responsabilidade da Oi.
- A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada - explicou Rangel.
Como já havia declarado na Polícia Federal, Rangel repetiu que a fraude foi feita em benefício de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – fazendo referência expressa ao deputado Paulo Melo (PMDB), atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ, interessado na reeleição da mulher, Franciane Motta, o que acabou acontecendo.
Pode ser que eu esteja lendo muita ficção, mas nunca duvidei da possibilidade de fraudes nos sistemas de urnas eletrônicas e nos sorteios das loterias da Caixa. O que é criado pelo homem pode, com certeza, ser manipulado por ele. É tudo uma questão de inteligência, interesse e ocasião. E você, o que acha? Deixe o seu comentário.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |