Thaís Buratto (foto: reprodução Facebook) |
- Eu fiz um infeliz comentário, uma brincadeira de mau gosto, e falei que ainda bem que não tinham descoberto que ela era uma terrorista - disse o economista Renato Camargo da Silva, de 55 anos, pai da moça.
O comentário aconteceu depois que Thaís preencheu um formulário negando que estivesse transportando algum objeto cortante ou perigoso em sua mala. Foi uma brincadeira entre pai e filha, mas por causa dela os dois foram retirados da fila, momento em que o passaporte da brasileira foi retido por cerca de dez minutos e fotografado.
- Uma supervisora disse que ela não iria embarcar nunca mais pela empresa, pois um de nós dois havia dito a palavra bomba - acrescentou o economista.
Diante da atitude dos funcionários da Qatar Airways, muito assustada, Thaís ainda propôs que chamassem a Polícia Federal para revistar sua bagagem, o que foi inútil.
- Eles foram muito intransigentes, me afastaram dela e não deixaram eu me aproximar da minha filha - completou o pai da jovem.
Em uma nota, a Qatar Airways limitou-se a dizer que seus funcionários seguiram a recomendação da empresa. "A segurança de nossos passageiros e tripulação é prioridade número um na Qatar Airways. Ontem, por razões de segurança uma passageira teve o embarque não autorizado. Nossos funcionários seguiram nossa política de segurança na qual a tolerância é zero”, disse o comunicado da companhia aérea.
Thaís iria participar de um Congresso no Qatar, onde apresentaria seu trabalho de conclusão de curso com um dos professores que participou do projeto sobre o custo-benefício da implementação de novas hidrelétricas no Rio Tapajós, que nasce no Mato Grosso e deságua no Rio Amazonas, no Pará. A inscrição no evento, US$ 250, foi paga pela jovem. As passagens aéreas, que custaram R$ 5.393, foram bancadas pela USP.
Enquanto isso, contrariando pareceres da Advocacia-Geral da União - AGU, da Procuradoria Geral da República - PGR e do Itamaraty, o senador boliviano Roger Pinto, advogado e pecuarista com longa trajetória política no país hoje comandado por Evo Morales, viajou para o Brasil na condição de exilado em dois carros da Embaixada brasileira na Bolívia. Um dos veículos, ocupado por fuzileiros navais, fazia a segurança do outro, onde estavam o senador e o diplomata brasileiro Eduardo Saboia, encarregado de negócios da representação.
Roger Pinto (foto: reprodução) |
Interessante, não? Bandido a gente vai buscar lá fora, com escolta da Marinha, põe dentro do país e ainda protege. A nossa gente é desrespeitada aqui dentro pelos que veem de fora e nada acontece. Onde estão as instituições e/ou autoridades responsáveis pela defesa dos interesses de cidadãos como Thaís Buratto? O que pensa o governo federal conseguir junto à opinião pública com a troca pura e simples de Antonio Patriota (Relações Exteriores) por Luiz Alberto Figueiredo (atual embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas - ONU)? Por que premiar Patriota depois da lambança feita pelo trapalhão Eduardo Saboia? E a menina Thaís, vai ter que recorrer à justiça comum para buscar uma compensação pelos prejuízos que sofreu? Será ela uma simples consumidora de um serviço mal prestado ou uma cidadã ultrajada em seu próprio país? O que você acha? Deixe um comentário.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |