12 abril 2014

Computadores de escola no Rio são retirados uma semana depois da inauguração

Só restaram os móveis no laboratório de informática da escola (foto: reprodução)

Na inauguração da escola, cercada de pompa, o então governador Sérgio Cabral lembrou que o nome dado ao estabelecimento, Jornalista Rodolfo Fernandes era uma justa homenagem a um "entusiasta da educação”, sentimento que não parece ser o mesmo das autoridades educacionais do Estado, já que uma semana depois da festa, que teve convites distribuídos a toda a mídia, muitos abraços, tapinhas nas costas e até discursos, todos os computadores instalados no laboratório da escola foram retirados, manobra denunciada em postagem feita no Facebook por um professor da rede de ensino do estadual.

"O governador chega, a escola está linda, prontinha, ele tira muitas fotos, dá muitas declarações, faz até um discurso (foi vaiado, não entendi o motivo), a imprensa publica em sites, TV e jornal. Afinal de contas, é uma novíssima escola na Zona Norte do RJ, tudo lindo, perfeito. O governador vai embora... Junto com ele, leva todos os computadores do laboratório, telefones e projetores da escola. Era só para tirar as fotos para imprensa; triste vida", escreveu o docente, que assustado com a repercussão do post e temendo retaliações, resolveu retirá-lo do ar.

Mas não é só. Alunos reclamam da falta de professores de filosofia e espanhol, afirmam que a biblioteca não está em funcionamento e que, na verdade, o que se fez foi uma “maquiagem” para possibilitar a abertura oficial da escola.

- Foi tudo uma maquiagem. São vários os problemas. Dos 14 livros que temos que receber, até agora só chegaram dez - disse uma das aluna do primeiro ano, que em razão da falta de professor já tinha sido liberada por volta das 15h da última quinta-feira (10/04). No colégio, a ordem era impedir a entrada da imprensa e a informação era a de que a diretora não podia atender, já que estava participando de uma reunião em outro local. Por isso, ninguém apareceu para falar com os repórteres e uma professora que deixava o prédio negou-se a comentar o assunto.

Ana Carolina, irmã do jornalista Rodolfo Fernandes, disse que vai à escola na próxima segunda-feira, buscar informações sobre o fato.

- Estamos estarrecidos, inclusive meu pai e minha mãe. Fomos todos à inauguração, oferecemos para fazer oficinas em nossas áreas (como fotografia e música) para isso? Na verdade, estávamos nos sentindo como cuidadores daquele patrimônio.

A escola, que abriga de 30 salas de aula e já tem 920 alunos matriculados, teve sua estrutura elaborada obedecendo regras de acessibilidade e é dotada de quadra de esportes, auditório, sala de leitura e refeitório, com ambiente climatizado e sistema de reaproveitamento de água, o que custou R$ 14,5 milhões, segundo estimativas do governo do Estado do Rio de Janeiro.

Em nota, a Secretaria estadual de Educação informou que o colégio foi programado para “receber um laboratório de informática móvel”, onde seriam instalados laptops e netbooks, e que para a inauguração, os computadores vieram da sede administrativa, para onde foram devolvidos. Mas um mês depois os novos computadores ainda não foram instalados, segundo o órgão, porque "estão sendo formatados e adaptados". Quanto à falta de professores, a secretaria diz que tudo será resolvido através da realização de concursos ou contratos temporários. Só não explica quando.

É assim que se faz política, não só no Rio de Janeiro, mas em o todo o país. É desse jeito que se trata a educação, único caminho para o desenvolvimento objetivo e seguro de uma nação. Acredito que com a corrupção em alta, devem estar faltando recursos, ou seja, carvão, cacau, money, bufunfa, você não acha? Deixe um comentário.





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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