28 maio 2009

O ECO-CHATO


Pela insistência na discussão das questões ambientais, sou chamado de "ECO CHATO", carinhosamente, acredito, nas minhas rodas de amigos e até entre alguns familiares. Tenho absoluta certeza de que o assunto "ainda" não interessa à maioria das pessoas, e pelo contrário, incomoda boa parte delas.

SANTA CATARINA - SC ainda é o Estado que mais devasta no país, e justamente para atender ao interesse dos que destroem, e pagam bem por isso, é que os deputados daquela unidade da federação elaboraram um código ambiental suicida, para o planeta, é claro!

Por isso, chamo a atenção dos amigos do blog para a texto exposto a seguir, que me foi enviado pela APREMAVI - Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida.

Eis a íntegra do texto:


Santa Catarina continua campeã em desmatamento

Autor: Felipe Lobo. Comentário inicial de Miriam Prochnow. O Eco | Publicado em 27/05/2009


Desmatamento na região Oeste, 2005. Foto: Wigold B. Schaffer

Na matéria abaixo, publicada originalmente no site O Eco, por Felipe Lobo, podemos ver que Santa Catarina continua com índices vergonhosos de desmatamento, consequência da política estadual (anti) ambiental praticada no estado.

A Apremavi encaminhou recentemente uma denúncia de grandes desmatamentos no município de Santa Terezinha, para a qual ainda não tivemos nenhuma resposta concreta dos órgãos "responsáveis" (veja galeria de fotos).

Para quem quiser saber um pouco mais sobre a situação no estado, pode acessar a seção "Santa e Frágil Catarina".

Os dados divulgados ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica, dão conta de que SC ficou com a medalha de prata do desmatamento, mas isso se usarmos números absolutos. Se fizermos uma comparação em números relativos, com o tamanho do estado, infelizmente Santa Catarina é o primeirão da lista.

A sociedade tem um papel fundamental na reversão desse triste quadro. Precisamos da ajuda de todo mundo para reverter essa situação no estado, em prol da qualidade de vida de todos os catarinenses.


Mata Atlântica continua encolhendo
O desmatamento na Mata Atlântica continua em ritmo acelerado. É o que informa o novo Atlas de Remanescentes Florestais do bioma (veja abaixo), organizado pela SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgado nesta terça-feira, em coletiva online. Entre 2005 e 2008, período levado em consideração no estudo, cerca de 103 mil hectares de vegetação nativa foram derrubados em dez dos dezoito estados que recebem este tipo de ecossistema: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Em Santa Catarina foram desmatados 27.522 hectares de vegetação nativa entre os anos de 2005 e 2008.


Apesar de cada vez menor, a Mata Atlântica perdeu árvores em número equivalente ao constatado no último Atlas (que analisou o período entre 2000 e 2005): cerca de 34 mil hectares por ano. Ou seja, pelo visto, nenhuma política pública foi tomada para resolver o imbróglio. O posto de estado campeão do desmatamento, desta vez, ficou com Minas Gerais, responsável por acabar com quase 33 mil hectares nas últimas três temporadas. Originalmente, o bioma cobria 46% da terra governada por Aécio Neves. Hoje, a conta sequer bate os 10%. Logo em seguida, com as medalhas de prata e bronze reluzindo no peito, estão Santa Catarina e Bahia. Os três estados respondem por 82% do desmatamento registrado no período avaliado.

“O caso de Santa Catarina é de desobediência civil. Os políticos e dirigentes promoveram que a lei não tinha validade, caçaram técnicos que a faziam cumprir, desmontaram a Fatma (órgão ambiental do estado), fizeram toda sorte de maldades contra a Mata Atlântica e a natureza e culminaram em um código ambiental estadual completamente inconstitucional”, afirmou Mario Mantovani, diretor da SOS. De acordo com o Atlas, o estado tem hoje dois milhões de hectares de mata preservada, o equivalente a 22% da cobertura original. Ele também aproveitou para dizer que a mudança no quadro técnico do Ministério do Meio Ambiente, com a entrada de Carlos Minc no lugar de Marina Silva, ainda não significou avanços para o bioma. Até agora, diz, os poucos pontos positivos se devem a ações da organização civil, empresários bem intencionados e donos de reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs).

O novo documento levou em consideração as novas diretrizes impostas pelo IBGE, divulgadas no início deste ano. De acordo com a nova legislação, a Mata Atlântica foi reduzida e agora possui a extensão de 1,315 milhão de quilômetros quadrados. Isso significou uma mudança na área total de cada estado e município, além da recontagem de remanescentes em cada região. Levando-se em conta apenas os fragmentos acima de cem hectares, restam hoje 7,91% da floresta original. Somadas todas as áreas acima de 3%, no entanto, o número sobre para 11,41%.

O artigo 23 da Lei da Mata Atlântica, grande causador de polêmicas, não encontra eco na voz de Marcia Hirota, da SOS Mata Atlântica. O texto explica que a supressão de vegetação secundária em estágio médio de regeneração vale com fins científicos, ou caso as comunidades tradicionais e produtores rurais provem a sua necessidade para a própria subsistência. "Esse não é o problema. Percebemos um desflorestamento em escalas maiores. Em Santa Catarina, por exemplo, o drama é causado pela mudança das árvores nativas por pinus. Já nas áreas interioranas de Minas Gerais e da Bahia, o impacto é da agropecuária. Ou seja, a escala é outra", explica.

Entre as duas principais metrópoles do país, Rio de Janeiro e São Paulo, o resultado foi inverso. Enquanto o primeiro aumentou em 176% o desmatamento em relação ao Atlas anterior, o segundo reduziu pela metade o corte de árvores. Porém, os paulistas não devem comemorar antes do tempo. "A ocorrência dos desmatamentos na Baixada Santista e litoral norte de São Paulo não são visíveis neste levantamento, o que significa que há indícios devido à ocupação urbana. Os trabalhos de fiscalização precisam ser mais efetivos também", disse Hirota. Nenhum estado conseguiu aumentar o registro de Mata Atlântica em relação ao último levantamento.

O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, anunciado por Carlos Minc na última sexta-feira e cuja principal meta é a recuperação de 15 milhões de hectares do ecossistema até metade do século (o que dobraria as taxas atuais de remanescentes), também foi comentado na coletiva.

Segundo Mantovani, a proposta que associa ONGs, universidades, governos e empresas "é perfeitamente viável. Se o Poder Público não atrapalhar e os recursos chegarem como vêm sendo anunciados, vamos poder realizar e cumprir a meta. Os corredores ecológicos que ligam fragmentos e o pagamento por serviços ambientais prestados pelos mesmos são as principais estratégias da iniciativa".

Questionada sobre os planos do governo de, até o próximo ano, proteger em unidades de conservação no mínimo 10% de cada bioma, Marcia Hirota foi direta. Para ela, o importante é a proteção de todos os remanescentes florestais, "seja pelo poder público ou na forma de RPPNs".

Além disso, a coordenadora do Atlas assegurou que é fundamental envolver os proprietários particulares na discussão, já que 80% da floresta ainda de pé está em suas mãos.

Fotos: Leandro Casanova e Tatiane Arruda Correa





Fotos utilizadas pela APREMAVI para mostrar a destruição ambiental em Santa Catarina. A identidade de pessoas é preservada


Chamo sua atenção também, amigo leitor, para o comentário postado por JORGE LUIZ HECKERT na página da APREMAVI. Registra ele, com muita propriedade:


"Deve haver um engano.

Todos estamos errados, pois o governo gastou milhões em propaganda recentemente dizendo justamente o contrário. Lembram do filminho onde um menino jogava futebol num campo que transformava-se em luxuriante floresta? E o vídeo divulgado para os emissários estrangeiros no WTTC (Congresso Internacional de Turismo) em Fpolis? Tudo isso era mentira? Propaganda enganosa não é crime? Devemos processar o governo? Nossos deputados também não aprovaram uma lei recentemente que permite avançar sobre áreas de preservação permanente, justamente porque temos "mato" demais no estado? E que tanto "mato" estaria até atrapalhando no "progresso"?

Com certeza, estamos enganados. Devemos desconsiderar tal matéria, pois basta olhar ao redor e podemos verificar que vivemos no jardim do édem, na terra da magia.

Bem feito para nós (pelo menos para a maioria de nós), não estudamos o suficiente e consequentemente não sabemos votar e enxergar um palmo na frente do nariz.

Algo deve ser feito urgentemente, pois nosso tempo está acabando...".


Como vocês podem ver, a preocupação dos ambientalistas (ou ECO CHATOS, como queiram!) com o que vem ocorrendo em SANTA CATARINA - SC e no resto do país é perfeitamente justificável. O interesse de grupos econômicos vem se sobrepondo às regrais mais primitivas de proteção ambiental! A ganância corrupta dos políticos catarinenses e de todas as unidades da federação, NÃO HÁ EXCEÇÕES, infelizmente, já começou a ser cobrada pela NATUREZA, o que estamos testemunhando com a série de catástrofes que estão acontecendo em alguns Estados brasileiros!

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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3 comentários:

  1. É... meu ECO-Amigo... Viram que Camboriú virou o resort da moda e resolveram repetir a fórmula por todo o estado.
    Hoje mesmo saiu uma notícia no Globo Online sobre um estudo divulgado pela SOS Mata Atlântica. Segundo esse estudo, a Mata Atlântica só dura mais 40 anos se continuar esse rítimo de desmatamento.

    http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2009/05/27/atlas-revela-que-desmatamento-da-mata-atlantica-no-litoral-permanece-alto-756050327.asp

    Considerando só o Rio, é triste pensar que nossos bisnetos nem irão conhecer mais a Floresta da Tijuca, o Horto, o Parque Lage, o Parque Guinle... muito triste mesmo... Principalmente se a gente pensar que essa mata esteve lá desde sempre, até os dias de hoje...
    Acho que daqui a 40 anos a vida será muito mais chata do que o papo ECO que você defende.

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  2. O apelido só não pode servir prá te desanimar meu Eco-querido-amigo, por favor! Sua batalha é justa, é linda, é de coração e alma.

    Em terra de pouca cultura o caminho certo é sempre o mais difícil, mas siga adiante.

    O que acontece hoje em Santa Catarina é uma vergonha!!! O que estão fazendo com a MATA ATLÂNTICA é caso de polícia!!!

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  3. Quem me dera um dia ser chamado de ECO-Chato,Ah se não fosse esse pessoal,estariamos em pior situação do ponto de vista ambiental(se é que tem o que piorar)alem de eu estor preocupado com todas as questões ambientais, agora, Na nossa região que é o Alto Vale do Itajaí,tem outra coisa que passou a me preocupar, que é a proliferação de granjas de suinos,e o pior liberadas e legalizadas pelos pseudos orgãos ambientais, e nem eles nem as industrias estão preoupados com o destino dos residuos,que estão sendo atirados em lavouras sem nenhum criterio.
    Ora! se um produtor investe R$200.000,00 em uma unidade de produção,o que custaria ja obrigado pela industria e pelos orgãos ambientais, investir 10 ou 15% a mais na construção de um sistema que viesse,se não resolver,mas pelo menos amenizar o problema.
    Poderia ser aproveitado o gás metano e o esterco ficaria muito mais rico para a adubação de areas com agricultura.
    Então, são essas pessoas que denominam como ECO-chatos quem está preocupado com a vida do planeta.

    Um abraço a todos

    Sebastião Novak

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