12 dezembro 2012

Rosa Gauditano mostra a difícil sobrevivência dos Guaranys-Kaiowás

Aldeia de Guaiviry, onde a comunidade ainda aguarda os documentos do reassentamento. Estudiosos associam o alto número de suicídios entre Kaiowás à insuficiência de terras, à falta de perspectiva de ter territórios demarcados e ao confinamento em reservas pequenas, onde os índios não conseguem viver segundo suas tradições (Foto: Rosa Gauditano/Studio R/BBC)

Enquanto o governo federal e sua base aliada se empenham em "blindar" o corrupto Lula, nações indígenas, como os Guarani-Kaiowá, lutam para sobreviver à beira das estradas de Mato Grosso do Sul, onde já existem mais de 30 acampamentos, como mostram as imagens feitas pela fotógrafa paulistana Rosa Gauditano, cujo trabalho aqui já divulgamos quando postamos "Rosa Gauditano e os "Povos Indígenas do Brasil" e "Depois de perder a terra, povo Guarani-Kaiowá está perdendo a vida".

- Fazem isso por desespero, mas também como uma forma de protesto - disse a fotógrafa, que acrescenta:

- Eu fotografo povos indígenas há 20 anos e nunca havia visto situação de penúria tão grande. O que está acontecendo no Brasil é um genocídio silencioso. Em algum momento, os índios, os fazendeiros, o governo e a sociedade brasileira como um todo terão de chegar a um consenso e resolver a situação desse povo. São 43 mil pessoas que precisam de sua terra para viver com dignidade.

Guerreiro Guarani Kaiowá recebe representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no antigo acampamento Laranjeira, na BR 163. O grupo ainda vive em situação provisória, aguardando que a Funai identifique formalmente sua terra (Foto: Rosa Gauditano/Studio R/BBC)


A situação nos acampamentos à beira da estrada é precária. "Quando cheguei ao acampamento, ela estava dando banho nos bebês", conta a fotógrafa. A comunidade havia perfurado um poço, de onde tirava água potável e onde as crianças eram banhadas (Foto: Rosa Gauditano/Studio R/BBC)

O trabalho desenvolvido por Gauditano junto aos povos indígenas teve início em 1991, e desde então ela vem documentando a cultura de diversas etnias índias, publicando livros e realizando exposições sobre o tema, no Brasil e no exterior, como aconteceu no centro cultural South Bank, em Londres, Grã-Bretanha, em 2010.







Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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