16 setembro 2014

Lula ataca Marina Silva em "defesa" da Petrobras

Lula discursando em frente ao prédio da Petrobras (foto: reprodução)

Escoltado por Lindbergh Farias, que amarga o quarto lugar na corrida pelo governo fluminense (não podia ser de outra forma, depois do que ele fez em Nova Iguaçu), Lula sofreu ontem (15/09) uma de sua maiores decepções como ex-líder sindical, estrela maior do Partido dos Trabalhadores - PT e ex-presidente da República. Depois de reunir seus amigos e parceiros do sindicalismo e movimentos sociais, ele foi para a frente do prédio da Petrobras, no Rio de Janeiro - RJ, liderar um ato em "defesa" da própria estatal e do pré-sal. Sua intenção, todo mundo sabia, era juntar milhares de pessoas e desfilar o batido rosário de frases de efeito que caracterizou sua liderança nos últimos 12 anos. Mas o tempo passou, e seus discursos raivosos já não iludem o povo, cansado da corrupção e desmandos de seu partido. O ato não reuniu mil pessoas - de acordo a Polícia Militar a concentração não tinha mais de 600 participantes - e assim mesmo, representantes de aparelhos políticos e sindicais. O povo não compareceu. Foi patético!

Estavam lá os cabeças da Federação Única dos Petroleiros - FUP e da Central Única dos Trabalhadores - CUT. João Pedro Stedile, o comandante supremo do Movimento dos Sem Terra - MST, também se fez presente. O alvo de todos era um só: Marina Silva, contra quem distribuía-se aos montes um adesivo em que se podia ler: “Fora Marina e leve o Itaú junto”.

Foi o encontro dos "donos" do dinheiro alheio, dos "senhores" do capital estatal, dos "proprietários" dos bens públicos, todos em pânico com a possibilidade da troca de governo, o que lhes retiraria os privilégios até aqui "conquistados", e o pior de tudo, os obrigaria a trabalhar para sobreviver.

Mas qual o motivo do ajuntamento. Por que, afinal, o grupelho ali se reuniu? A resposta veio na fala raivosa de Lula. O ato tinha por objetivo defender a Petrobras e o pré-sal. Mas defender de quem? Quem ameaça hoje os interesses daquela que já foi uma das maiores empresas petrolíferas do mundo? Os discursos apontaram para Marina, mas o que o país inteiro já sabe é que quem estava sangrando os cofres da empresa era uma quadrilha que lá se instalou para servir aos interesses de partidos políticos, mas principalmente ao projeto de poder do PT, como já acontecera no mensalão. Os adesivos distribuídos na reunião clamavam por um "Fora Marina", mas não foi ela quem lesou a estatal, por exemplo, na compra da usina de Pasadena, onde, segundo o Tribunal de Contas da União - TCU, o ralo da corrupção engoliu de US$ 792 milhões, cerca de R$ 1,8 bilhão na cotação de hoje.

Lula não tem o direito de vestir a jaqueta laranja da Petrobras. Foi através dele e de seu partido que larápios e incompetentes se juntaram para o maior assalto que se tem notícia na história da empresa. Ele não estava lá para defender uma causa, até porque não tem moral para isso. Seu objetivo, com a desfaçatez que lhe é peculiar, foi tentar varrer para debaixo do tapete um balaio de crimes e desviar a atenção da sociedade (leia-se eleitor) para o que de fato vem ocorrendo na estatal. Ninguém jamais pensou em acabar com a Petrobras em 2002, em 2006 ou em 2010. E ninguém quer acabar a Petrobras em 2014. A ideia é fruto da mente suja de Lula e seus marqueteiros. Deu certo nas quatro oportunidades anteriores. Não vai dar certo agora. Se não há bem que nunca se acabe, também não há mal que sempre dure. Eu acredito!





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

Cadastre seu e-mail e receba nossas postagens

Blog Widget by LinkWithin