René Silva Santos (foto: reprodução) |
RJTV: Por que você faz esse jornal?
René Silva: Porque eu acho que os moradores devem ter mais informações sobre o que está acontecendo na sua comunidade. Ainda mais agora que estamos recebendo as obras do PAC. Eles cobram muito sobre os problemas da rua.
RJTV: Você começou a fazer jornal com 11 anos? No mesmo lugar que faz agora e nem era impresso assim?
René Silva: Comecei com 11 anos, fazendo um jornal que era xerocado. Cheguei para a diretora do colégio e perguntei se podia participar do jornalzinho do colégio. Ela autorizou. Lá que eu aprendi a mexer no computador, antes eu não sabia. Eles me ensinaram e comecei a diagramar o jornal da escola. Eu não sabia nada de jornalismo, era inocente. E eles foram me explicando. Um belo dia, eu perguntei para a diretora se eu podia criar um jornal para a comunidade e ela tirar um xérox, na escola. O jornal se chamava “A voz da comunidade”, porque era isso que eu queria fazer dar voz para a comunidade, que era muito fechada, não tinha muita movimentação, muito comércio.
RJTV: E como você consegue escrever, fotografar, imprimir? Você que faz tudo?
René Silva: Com o dinheiro dos anunciantes eu comprei uma câmera digital e um computador. Comecei a tirar fotos. Com a câmera também comecei a tirar fotos os produtos para quem quisesse anunciar no jornal. As pessoas ligam para a minha casa para pedir pra tirar foto dos problemas. Eu tiro foto também dos moradores.
RJTV: E quando o problema requer uma versão em relação a uma entidade, uma empresa?
René Silva: Eu recorro a empresa. Ligo pra eles. Uma vez os moradores reclamaram de uma empresa, que tinha um cachorro que latia muito. Eu fui lá e falei com eles. Hoje, eles são anunciantes do jornal. Em outros problemas, como poste caindo, eu ligo pra Light. Eu sempre ligo para as autoridades para eles resolverem o problema.
RJTV: E como você arranjou tempo para isso e ainda estudar?
René Silva: Eu estudo, inclusive, já fui bolsista de uma escola por três anos. Eu ganhei a bolsa através do jornal, porque a diretora dessa escola conheceu o jornal e gostou. Eu aceitei na hora e fiquei lá até a 8ª série. Agora estou cursando o primeiro ano, num colégio perto da minha casa.
RJTV: Mas, René, qual o grande barato de fazer esse jornal?
René Silva: Eu gosto de fazer, porque as pessoas ficam comentando depois sobre o jornal. Eu fico orgulhoso, porque o pessoal gosta do jornal. Você tem 15 anos ainda, muito tempo pela frente.
RJTV: Mas o que você quer fazer?
René Silva: Quero fazer faculdade de jornalismo, uns cursos de informática, que ainda não tive oportunidade de fazer. E inglês também.
RJTV: O que cada um de nós pode fazer para ajudar comunidade como a do Morro do Adeus?
René Silva: Acho que devem investir mais na educação. Na comunidade do Morro do Adeus, só tem uma creche.
RJTV: E quais são seus sonhos?
René Silva: Ter o meu jornal da banca de jornal e me formar na faculdade de jornalismo. Tendo isso, tá tudo certo.
Se você quiser assistir o vídeo com a entrevista, clique aqui.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Pessoal, desculpe só postar esta matéria agora. Mas é que aconteceu uma coisa engraçada.
ResponderExcluirDepois dessa reportagem, o René deve ter procurado no Google sobre a notícia. Ao colocar o título encontrou também a postagem que eu fiz com a matéria no meu blog Estrada do Bem. Então ele comentou no blog, agradecendo e me passando o perfil de orkut dele.
Mas é claro que eu o adicionei, né?
Para mim, esse menino é Gente que Faz e prova que não é preciso muito para fazer algo pelos outros. Basta vontade.
"Construa o campo, que os jogadores aparecem" (Frase do filme O Campo dos Sonhos)
Ana Kristina:
ResponderExcluirConcordo com você e vou mais adiante! Além de demonstrar que "não é preciso muito para fazer algo pelos outros", o menino RENÉ nos mostra, ao contrário do que pensam alguns, que quem é do BEM segue o caminho do BEM! E mais: falta de dinheiro não obriga ninguém a seguir o caminho do crime, das drogas, da prostituição. Ele é um exemplo a ser seguido! A quase unanimidade dos políticos do nosso país poderiam aprender muito com ele, você não acha?
Quanto a você, Ana, parabéns pela sensibilidade e visão altruísta!
E pensar que tem tanto "mané" cheio de "grana" e inútil. "Construa o campo, que os jogadores aparecem"! É verdade, Ana e Carlos Roberto, o garoto é um exemplo!!!
ResponderExcluirNem tenho palavras..
ResponderExcluirObrigado pelo apoio pessoal..
ola rene todoa tão amando o jornal thau {sandy}
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