Numa passagem pelo Fique Linda, li uma interessante matéria sobre a candidíase vulvovaginal, problema que pode atingir cerca de 75% das mulheres ao menos uma vez na vida, tudo por causa do nosso clima quente e úmido, que pode ocasionar a queda da imunidade e causar desconfortos vaginais.
A candidíase vulvovaginal encontra-se no rol das vaginites não sexualmente transmissíveis (mais de 85% dos casos são de origem endógena) e, devido a sua grande incidência, merece lugar de destaque na ginecologia. A cândida é um fungo que coloniza habitualmente alguns locais do organismo, podendo, em condições especiais, tornar-se patológico. Ela pode trazer infestações em cavidade oral e pulmões, e é mais comum em pacientes imunodeprimidos, como pacientes aidéticos e transplantados que fazem uso de drogas imunossupressoras para evitar a rejeição.
O tratamento dessa patologia nem sempre é tão simples e pode exigir, às vezes, o uso prolongado de medicação para obter a sua cura. Isso se deve ao fato de muitas vezes as pessoas considerarem a candidíase vulvovaginal um problema corriqueiro, negligenciado por profissionais não-médicos que se julgam habilitados a prescrever alguma medicação para o seu tratamento.
Com isso, normalmente aparecem casos rebeldes ao tratamento, trazendo grande angústia, tanto para a paciente quanto para o seu médico, destaca.
Numa entrevista com o ginecologista, obstetra e mastologista Fábio Muniz, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, alguns conselhos muito importante foram colhidos, o que você vai ver adiante.
O que é a Candidíase Vulvovaginal e quais são suas causas?Trata-se de uma infecção da vulva e da vagina, causada pela proliferação de um fungo chamado Cândida albicans que, em muitos casos, já existe na flora vaginal da mulher, mas não é prejudicial em pequenas quantidades. Existem vários fatores que predispõem esta proliferação, como a gravidez, a obesidade, o diabetes descompensado, as altas dosagens de anticoncepcionais e antibióticos, o contato com substâncias alérgicas (perfume, talco, desodorantes), o uso constante de biquínis molhados, absorventes diários e roupas íntimas de tecidos que diminuem a ventilação da região vaginal.
Quais são os sintomas dessa doença?Os sintomas dependem do grau da infecção e eles podem apresentar-se isolados ou associados. O principal sintoma é a coceira vulvovaginal, mas a pessoa também pode sentir dor ao urinar e no ato sexual, vermelhidão na vulva, ter a vagina coberta por uma placa branca ou acinzentada e perceber na calcinha um corrimento branco sem cheiro e com aspecto de leite coalhado. É importante lembrar que, ao sentir qualquer desconforto, a visita a um ginecologista é essencial.
Candidíase Vulvovaginal não é considerada uma DST?Não, pois a relação sexual não é a principal forma de transmissão. Porém, é sempre importante se preservar usando camisinha!
Como é possível evitar a Candidíase vulvovaginal?Algumas medidas bem simples, relacionadas à higiene íntima e ao vestuário, podem ajudar a evitar a Candidíase:
- Dê preferência às roupas íntimas de puro algodão e evite usar absorventes íntimos diariamente, pois prejudicam a ventilação local.
- Adquira o hábito de dormir com roupas confortáveis e largas, de preferência de puro algodão. Se possível, durma sem calcinha, para que a região íntima fique ventilada e menos propensa à contaminação.
- Evite usar toalhas e roupas íntimas que ficaram secando no banheiro (isso facilita a manutenção dos fungos) e, principalmente, aquelas que pertencem a outras pessoas. As toalhas devem ser bem lavadas e sempre passadas a ferro antes do uso.
- Após as evacuações, a higiene local deve ser feita trazendo o papel higiênico no sentido da vulva para o ânus (da frente para trás), nunca ao contrário, evitando assim a contaminação da vagina por germes que habitam as fezes.
- Evite ficar períodos longos com o maiôs ou biquínis molhados, porque eles prejudicam a transpiração e deixam o ambiente úmido e quente, o que favorece a proliferação dos fungos.
- Duchas intra-vaginais são absolutamente desnecessárias, pois causam desequilíbrio na flora vaginal e podem levar os germes para outros órgãos genitais, como o útero, o ovário e as trompas.
Como é o tratamento para a Candidíase Vulvovaginal?Ao sentir os sintomas, a pessoa deve procurar o ginecologista imediatamente, para que seja feito um exame ginecológico. Tratamentos com cremes e remédios via oral são os mais recomendados, lembrando que somente um médico pode prescrevê-los.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |