28 julho 2013

Francisco, um Papa sem fronteiras

Papa Francisco (foto: reprodução)

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, 266º Papa da Igreja Católica e atual chefe de Estado do Vaticano em sucessão ao Papa Bento XVI, que abdicou ao cargo no dia 28 de fevereiro último, acaba de embarcar no avião que o levará de volta a Roma, mas sua humildade e firme posicionamento na defesa das liberdades individuais vão ficar marcados no coração de todos os que participaram da Jornada Mundial da Juventude - JMJ.

No sábado (27/07), por exemplo, num encontro com representantes da sociedade civil no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, ele sugeriu um "diálogo construtivo" para enfrentar as atuais dificuldades que o país e o mundo atravessam.

- Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade - disse o pontífice.

Para ele, "um país cresce, quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: cultura popular, cultura universitária, cultura juvenil, cultura artística e tecnológica, cultura econômica e cultura familiar e cultura da mídia", não sendo possível "imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos".

Sem nenhum receio de atingir esta ou aquela facção política, Francisco afirmou que "é impossível imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos".

No campo religioso, sempre minado por atitudes hostis entre as diversas crenças professadas no país, ele não se fez de rogado e declarou-se francamente "favorável à pacífica convivência entre religiões diversas", destacando a importância do Estado laico que, "sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas expressões concretas".

Referindo-se aos conflitos sociais, Francisco confidenciou que quando lhe pedem conselhos sobre o tema, a resposta é sempre a mesma: "diálogo, diálogo, diálogo. A única maneira para uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer, a única maneira para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro; uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom".

Hoje (28/07), no discurso de despedida, o pontífice disse que já está com saudades, agradeceu aos voluntários e lembrou de locais que visitou durante a estada no país.

- Dentro de alguns instantes, deixarei sua Pátria para regressar a Roma. Parto com a alma cheia de recordações felizes. Essas, estou certo, se tornarão oração. Neste momento, já começo a sentir saudades. Saudades do Brasil, este povo tão grande e de grande coração, este povo tão amoroso - agradeceu Francisco.

E numa mensagem especial para os jovens, o Papa disse que "na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas 'para sempre', uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã".

- Eu peço a vocês que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem; que se rebelem contra essa cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar a verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. Tenham a coragem de ser felizes! - pediu Francisco, efusivamente aplaudido pelos jovens.

Como bem disse a amiga Ana Kristina Soares no Facebook, "a mensagem não escolhe bocas. Se não fosse assim Deus não seria o pai de todos e nem imparcial. Aqueles que tapam os ouvidos para não escutarem a mensagem clara, simples e óbvia que Francisco nos trouxe é porque ainda estão encastelados na torre do egoísmo e vaidade".


G1 e G1




Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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