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05 abril 2011

Estelionato puro!

O assunto, você pode acreditar, já anda me dando náuseas. Pior que isso, já notei, analisando as estatísticas do Google, que os acessos ao Dando Pitacos diminuem quando nos referimos a certos assuntos. A baderna institucionalizada nas casas legislativas do país é um desses temas. Toda vez que os discutimos, é interessante, perdemos audiência. O leitor parece conformado com a situação e já não a quer discutir. É uma pena! Essa, certamente, é uma das razões pra tudo continuar como dantes no quartel de Abrantes! Mas quem se dispôs a combater essa doença não pode capitular, não deve calar diante de certos fatos, até porque algumas coisas só mudaram no Brasil dos últimos tempos em razão das denúncias feitas pela mídia em geral e veiculadas na blogosfera. Por isso, vamos conhecer mais um fato pitoresco acontecido no Senado, instituição presidida pelo senador José Sarney.

Para poder avançar na investigação sobre uma funcionária do gabinete de um ex-senador, que batia o ponto para 20 colegas (que por isso não precisavam trabalhar para receber seus salários), a polícia do Senado está esperando receber um documento do serviço de informática da Casa, o Prodasen. Antes da chegada do atual sistema de ponto eletrônico, a secretária, munida de uma lista dos servidores e respectivas senhas, fazia a inserção dos nomes deles nos computadores, garantindo suas presenças nos locais de trabalho. Estelionato puro, já que com isso ela garantia uma vantagem ilícita para terceiros, em prejuízo alheio (do contribuinte, é claro), induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Pelo menos, é o que está escrito no artigo 171, do Código Penal.

25 outubro 2010

Honoráveis bandidos

Se você quer conhecer um pouco da política que se faz no Brasil, não deixe de ler Honoráveis Bandidos - Um Retrato do Brasil na Era Sarney. Algumas passagens são inacreditáveis. Eu li, gostei muito e recomendo.
 
O livro, indicado como um dos finalistas ao prêmio Jabuti 2010, na categoria reportagem, foi escrito por Palmério Dória, um dos jornalistas mais respeitados do país, e conta os bastidores do surgimento, enriquecimento e tomada do poder regional pela família Sarney. Do Maranhão ao Senado, o livro mostra os cenários e histórias protagonizadas pelo patriarca que virou presidente da República por acidente, transformou o Maranhão no quintal de sua casa e beneficiou amigos e parentes. 

25 março 2010

A quadrilha Sarney




 



Segundo reportagem da FOLHA DE SÃO PAULO (25/03), o governo da Suíça encontrou e bloqueou uma conta de US$ 13 milhões controlada por FERNANDO SARNEY, ele mesmo, o filho mais velho de JOSÉ SARNEY (PMDB-AP), presidente do Senado.

De acordo com o jornal, os depósitos foram rastreados a pedido da Justiça brasileira e o dinheiro não foi declarado à Receita Federal. O bloqueio ocorreu quando FERNANDO SARNEY tentava enviar recursos da Suíça para Liechtenstein, considerado um paraíso fiscal. 


13 agosto 2009

Farinha do mesmo saco

(Foto do blog de Robson Pires)


Em diversas ocasiões, aqui mesmo nesse blog, em referência à politicalha brasileira, já afirmei que são todos farinha do mesmo saco. Nenhum deles vale o ar que respira, a comida que come, e os fatos, mais uma vez, comprovam a minha tese.


O arquivamento das denúncias contra JOSÉ SARNEY e ARTHUR VIRGÍLIO, por obra do espantalho político que se diz chamar PAULO DUQUE, envergonha e repugna a nação brasileira.

Tudo como dantes, no quartel de Abrantes! Mais uma vez, já não tão pasmos porque rotina desse pobre País, assistimos à vergonhosa troca de favores entre os meliantes do Planalto, aqueles que lá chegaram porque escolhidos por nós, e que lá vão continuar enquanto não tivermos vergonha na cara, enquanto não aprendermos a votar com um mínimo de decência!


ACORDA BRASIL!!!

04 agosto 2009

O Samurai collorido

Segundo o portal WIKIPÉDIA, "o samurai era uma pessoa muito orgulhosa, tanto que se seu nome fosse desonrado ele executaria o seppuku", pois "era preferível morrer com honra do que viver sem honra. Seppuku, convém esclarecer, era "o suicídio honrado de um samurai em que usa uma tanto (faca) e com ela enfia no estômago e puxa para cima cortando tudo o que tem por dentro. Uma morte dolorosa e orgulhosa".

Esse personagem me veio à mente ontem à noite, não me interprete mal o honrado povo japonês, quando assisti, diga-se de passagem, envergonhado como cidadão e eleitor, à admoestação grosseira e mal educada que o senador FERNANDO COLLOR dirigiu ao seu companheiro PEDRO SIMON. Não que PEDRO SIMON mereça um tratamento mais respeitoso. Quem não pode ser desrespeitada dessa forma é a sociedade brasileira, os chefes de família, as mulheres e os jovens de todas as idades que naquele momento estavam à frente de um aparelho de televisão. Tomara que eles se lembrem disso nas próximas eleições!

A postura, a veemência, a pirotecnia gramatical de COLLOR, me fizeram pensar que ele, como um autêntico samurai, empunharia sua katana e daria início a um duelo de vida ou morte com SIMON, em defesa da honra do parlamento brasileiro, ou, sentindo-se ultrajado pelas afirmações de SIMON, praticaria o seppuku, o que seria ótimo!

O estilo, aliás, é o mesmo utilizado por COLLOR quando ele enfrentou LULA nas eleições presidenciais de 1989. Pena que o petista, por falta de caráter ou vergonha na cara, já não se lembre disso, e hoje divida com ele o mesmo espaço político, onde se vende até mesmo a alma pela manutenção do poder! E o mais incrível é que COLLOR culpa a mídia pelos crimes cometidos no Senado, como se estivesse acometido da mesma esquizofrenia de que padece o venezuelano HUGO CHÁVEZ. Logo ele, que forjou seu império às custas do jornal A GAZETA DE ALAGOAS, de propriedade de sua família!

Não menos patética foi a cena de RENAN CALHEIROS, de mãos dadas com o COLLOR que ele abandonou no passado, atacando SIMON para defender SARNEY, a velha raposa que debutou na política em 1954, quando foi eleito suplente de deputado federal pelo PSD.

Mas apesar das ameaças de parte a parte, tudo não passou de um ensaio de ópera-bufa, usado apenas para marcar posições, até porque, e isso a sociedade brasileira já sabe de há muito, seus interesses são comuns. São esterco do mesmo pasto! E que ninguém se engane: um "acerto" vem por aí!


ACORDA, BRASIL!!!

01 agosto 2009

A lei enlameada



Você prestou bastante atenção na foto acima? Tem certeza? Ótimo! Então vamos analisar as hitórinhas abaixo!


  • PRIMEIRA HISTÓRINHA
O desembargador DÁCIO VIEIRA, do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL concedeu ontem uma liminar proibindo o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO de publicar qualquer informação que esteja sob segredo de justiça no inquérito que investiga FERNANDO SARNEY, filho de JOSÉ SARNEY, trazendo aos nossos corações as lembranças dos bons tempos da ditadura militar e dos atos contemporâneos de HUGO CHÁVEZ, nosso vizinho venezuelano e "cumpanheiro" de LULA.


  • SEGUNDA HISTÓRINHA
DÁCIO VIEIRA é ex-consultor do Senado, onde fez carreira. De acordo com seu currículo, disponibilizado na página do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL, ele foi designado em 1986, na condição de advogado, para ocupar o cargo de “titular da Assessoria Jurídica do Centro Gráfico do Senado”, tendo sido, tempos depois, promovido ao cargo de consultor jurídico da Casa.

Foi lá que ele se tornou amigo de AGACIEL MAIA, que em 1995, pelas mãos de SARNEY, foi guindado ao posto de diretor-geral, onde acumulou superpoderes que culminaram com a edição dos atos secretos, parte da lama que vem sendo revelada à sociedade brasileira pelo jornal que ele agora mandou amordaçar.

Ele não um juiz qualquer, se é que isso seja possível. É um desembargador. Não um magistrado em começo de carreira que despacha no fórum acanhado de uma comarcazinha do interior desse ou daquele Estado. DÁCIO VIEIRA delibera sobre o destino das pessoas e coisas no TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS.

Importante: O advogado DÁCIO VIEIRA "virou" juiz contornando o campo minado dos concursos pelo atalho do “quinto constitucional”, que lacabou levando um consultor jurídico do Senado ao cargo de desembargador.


  • TERCEIRA HISTÓRINHA
DÁCIO VIEIRA, ao menos é o que indicam as aparências, é comensal das famílias de SARNEY e de AGACIEL MAIA, tendo sido um dos convidados presentes ao luxuoso casamento de MAYANNA CECÍLIA, filha do ex-diretor geral do Senado, realizado no dia 10 de junho último, em BRASÍLIA - DF, mesma data em que o jornal revelou a existência dos atos secretos. SARNEY (PMDB-AP), todo mundo já sabe, foi padrinho do casamento.

Na foto da festa, publicada na coluna social de um jornal brasiliense, aparecem o desembargador DÁCIO VIEIRA, sua mulher, ANGELA, e SÂNZIA, mulher de AGACIEL MAIA, e ao lado deles o tri parada-dura: SARNEY, AGACIEL e RENAN CALHEIROS (PMDB-AL).

Importante: antes disso, exatamente no dia 12 de fevereiro, SARNEY compareceu à posse de DÁRCIO VIEIRA na presidência do TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL - TRE do Distrito Federal.


  • A NOSSA TRISTE HISTÓRIA
Os sorrisos da foto acima não deixam dúvidas: se a sociedade brasileira não se mobilizar e se a imprensa for manietada, os desmandos dos poderosos vão continuar!

Mas a foto também produz um fenômeno interessante: ela retrata, ainda que acidentalmente, a prova de um crime que sequer fora planejado, e que veio a se consumar no dia ontem, quando o homem pago pelos contribuintes para fazer Justiça se nomeou censor e proibiu o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO de levar ao cidadão o conhecimento acerca das bandalheiras cometidas no Planalto pela família SARNEY, por AGACIEL MAIA e por RENAN CALHEIROS.

Quando a justiça empresta sua caneta para o socorro do meliante em apuros, algo vai muito mal! Ao sustentar que as reportagens podem divulgar "coisas privadas" e não "assunto público", como as obscenas conversas telefônicas que comprovam o desvio de dinheiro público para empresas privadas, o cidadão comum não consegue entender e desacredita da lei!

Importante: Ainda bem que o ilustre Desembargador esqueceu de mandar prender a foto!


28 julho 2009

O Ocaso do Coronel


Adorei este texto da Lúcia Hipólito sobre (mais uma vez) a família Sarney. Lúcia Hipólito é cientista política, historiadora e jornalista, especializada em partidos políticos e eleições. É comentarista política da CBN e da Globonews.






O OCASO DO CORONEL

Lúcia Hipólito

As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.

Senão vejamos. Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição a residência oficial de presidente do Senado.

Culpa da burocracia do Senado.

Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à Justiça Eleitoral.

Culpa do contador.


Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São Luís – embora seja senador pelo Amapá.

Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem no Senado.

Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento. Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.

Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com crédito consignado no Senado.

Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora Roseana Sarney.

Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.

Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas com passagens da quota da Câmara dos Deputados.

Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público já pediu a devolução, mas está complicado.

Não é um fofo?

Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney, que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300 mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos culturais na Fundação José Sarney foram... desviados. Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais esquisitas. Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente de honra da Fundação.

Culpa dos administradores.

E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria proprietário de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito internacional. Coisa de gente fina.

Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.

Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia desaparece.

Tal como os dinossauros.


Confira o original clicando aqui!


30 junho 2009

Sarney e Renan - Borboletas


Apenas um momento de descontração...



... mas é bom lembrar que charges não inventam situações, apenas apresentam de modo cômico um fato que realmente ocorre.







Charge de Maurício Ricardo
Fonte: www.charges.uol.com.br (clique aqui)

24 junho 2009

A NOVA TOURNÉE DO CIRCO BRASIL



A moralização da política no BRASIL está longe de ser alcançada. Ao que tudo indica, apesar da grita geral, ainda teremos que amargar muitos anos de corrupção e desmandos. O "CIRCO BRASIL", infelizmente, ainda nos brindará com muitas atrações, como as que enumeramos a seguir:


  • ATRAÇÃO Nº 1 - OS ATOS SECRETOS DO SENADO
A imprensa denuncia a existência de atos (nomeações, pagamentos de gratificações, horas extras, aumentos de salários, concessão de benefícios) pelo Senado, prática expressamente vedada pelo artigo 37, da Constituição Federal.

O maior envolvido é justamente o presidente da Casa: o senador JOSÉ SARNEY!

Segundo o jornal ESTADO DE SÃO PAULO uma prima e uma sobrinha de JORGE MURAD, marido de ROSEANA SARNEY (PMDB), integram o quadro de servidores da Casa. ISABELLA MURAD CABRAL ALVES DOS SANTOS, sobrinha de MURAD, foi morar em BARCELONA - ESPANHA, mas continuou recebendo salários do Senado. Ela foi contratada em fevereiro de 2007 para trabalhar na liderança do PTB, então ocupada pelo senador EPITÁCIO CAFETEIRA (MA), o mesmo que contratou JOÃO FERNANDO MICHELS GONÇALVES SARNEY, neto de JOSÉ SARNEY. CAFETEIRA, aliás, atribuiu a contratação de ISABELLA a um pedido do amigo EDUARDO LAGO, que seria tio da moça. O engraçado é que ele não percebeu a ausência da funcionária ilustre: - O tio pediu que a nomeasse, mas esqueceu de avisar que ela tinha conseguido bolsa na Espanha!!!.

Outra MURAD contratada pelo Senado é VIRGINIA MURAD DE ARAÚJO, nomeada assistente da liderança do governo no Congresso em maio de 2007, época em que ROSEANA SARNEY ocupava o cargo. Seu salário era de R$ 1.247, mas dobrou para R$ 2.494. VIRGINIA é filha do ex-deputado EMILIO BILÓ MURAD, primo de JORGE MURAD, e está lotada no gabinete do senador MAURO FECURY, suplente de ROSEANA.

Das duas sobrinhas de SARNEY que vinham trabalhando na Casa, uma, VERA PORTELA MACIEIRA BORGES, poderá ser devolvida para o Ministério da Agricultura. Contratada em maio de 2003 para a presidência do Senado, a pedido de SARNEY, ela foi transferida para o gabinete de DELCÍDIO AMARAL (PT-MS) em CAMPO GRANDE - MT. Uma sobrinha de MARLY SARNEY, mulher de SARNEY, de nome MARIA DO CARMO DE CASTRO MACIEIRA, foi nomeada em julho de 2005 para o gabinete de ROSEANA SARNEY.


  • ATRAÇÃO Nº 2 - A REAÇÃO DE JOSÉ SARNEY
“A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado e é esta instituição que nós devemos preservar”, esbravejou ele da tribuna, num de seus muitos e vazios pronunciamentos.


  • ATRAÇÃO Nº 3 - A OPINIÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
"Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como uma pessoa comum", frase estampada nos jornais de todo o pais, inclusive no ESTADÃO.


  • ATRAÇÃO Nº 4 - A POSIÇÃO DO CORREGEDOR DO SENADO
ROMEU TUMA (PTB-SP), disse que ainda não conseguiu ver elementos capazes de deflagrar uma investigação contra o presidente da Casa, o senador JOSÉ SARNEY (PMDB-AP). Segundo ele, os fatos denunciados nos últimos meses são o resultado da disputa política acarretada pelas eleições para a presidência do Senado. "Não há nenhum elemento (para investigação). Ele (Sarney) está determinando o que fazer, pois é o presidente, eleito pela maioria dos senadores", afirmou. Questionado sobre quem seria o responsável pela crise, afirmou: "A crise é política, é geral."


  • ATRAÇÃO Nº 5 - SENADO DEMITE DIRETORES E ANULA UM ÚNICO ATO SECRETO
Pressionado, muito mais pela impensa do que por seus parceiros senadores, JOSÉ SARNEY demite ALEXANDRE GAZINEO, diretor-geral, e RALPH SIQUEIRA, diretor de recursos humanos, e anula 1 (um), isso mesmo, apenas 1 (um) dos 663 (seiscentos e sessenta e três) atos secretos ilegalmente praticados na Casa. Aliás, coincidentemente, o primeiro "ato secreto" foi assinado pelo próprio JOSÉ SARNEY, em 06 de dezembro de 1996 (confira no G1).


  • ATRAÇÃO Nº 6 - NOVA OPINIÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Nesta terça-feira (23/06), no lançamento do projeto de revitalização da zona portuária da cidade do RIO DE JANEIRO, o presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA disse que a crise do Senado não pode ser transformada numa "causa nacional", até porque é uma instituição adulta e muitas vezes "as denúncias não dão em nada". Assim se pronunciou o nosso presidente: “Não vamos fazer disso (da crise no Senado) uma causa nacional. Temos coisas mais importantes para discutir no Brasil. O povo já viu muitos escândalos ao longo da história. O que mais temos são escândalos divulgados em verso e prosa, que depois não dão em absolutamente nada”. Está tudo no G1.



O NOSSO PITACO

Os atos secretos do Senado, último escândalo da instituição, são apenas a ponta do iceberg, até porque, como noticia o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO dessa terça-feira (23/06), "a edição de atos secretos beneficiou ou obteve a assinatura de pelo menos 37 senadores e 24 ex-parlamentares desde 1995".

A reação de SARNEY não poderia ser outra. Tudo começou com ele e continua girando em torno dele. Ele é o "xerife" da Casa! Ele dá as cartas!

Infelizmente, como escreveu CORA RÓNAI, "é assustador (e nojento) perceber que, no Congresso Nacional, exibe-se hoje o que o Brasil tem de pior, a começar pelo coronel José Sarney, nos tomando a todos por otários. Ele tem razão, porque aqui estamos, otários que somos, pagando os impostos mais pesados do mundo para que nada jamais falte às excelências, suas famílias e agregados. Ele tem razão também quando diz que a atual crise não é sua, mas do Senado. Num senado decente, ninguém lhe daria bom dia, e os demais senadores teriam vergonha de serem vistos em sua companhia. Pois lá não só o elegem presidente da casa, como fazem questão de abraçá-lo depois de um discurso sem-vergonha como aquele de terça-feira".

A posição adotada por ROMEU TUMA, que ainda não conseguiu "ver" elementos capazes de justificar uma investigação envolvendo JOSÉ SARNEY, também não surpreende, pois o corporativismo sempre esteve na ordem do dia do Senado, e além disso, ele não vai dar um tiro no pé, pois como noticiou a revista VEJA, seu nome já foi citado como um dos possíveis envolvidos no esquema de corrupção que controla todos os contratos da instituição!

A demissão de 2 (dois) diretores e a anulação de um único ato secreto no universo dos 663 (seiscentos e sessenta e três) atos da mesma natureza até aqui encontrados demonstra, sem nenhuma sombra de dúvida, que vai acontecer o que sempre aconteceu quando se apura a corrupção política no BRASIL: NADA!!!

Do presidente "deççe noçço paiz", que afirmou ao lado de BLAIRO MAGGI, o maior desmatador da AMAZÔNIA, que "ninguém pode ficar dizendo que ninguém (sic) é bandido porque desmatou"; que declarou apoio incondicional ao golpista AHMADINEJAD, e agora diz que o BRASIL "tem coisas mais importantes para discutir" do que a vergonhosa situação do Senado, não há muito que registrar.

Gostaria apenas de avivar sua memória para um pequeno detalhe: a moralidade do serviço publico deveria ser encarada, principalmente por ele, PRESIDENTE DA REPÚBLICA, como uma "causa nacional" sim, porque esta circunstância é imposição da Constituição Federal (artigo 37) e tema que interessa a toda a sociedade brasileira!

22 junho 2009

A CEGUEIRA DE ROMEU TUMA

O atual corregedor do Senado, ROMEU TUMA (PTB-SP), disse que ainda não conseguiu ver elementos capazes de deflagrar uma investigação contra o presidente da Casa, o senador JOSÉ SARNEY (PMDB-AP). Segundo ele, os fatos denunciados nos últimos meses são o resultado da disputa política acarretada pelas eleições para a presidência do Senado. "Não há nenhum elemento (para investigação). Ele (Sarney) está determinando o que fazer, pois é o presidente, eleito pela maioria dos senadores", afirmou. Questionado sobre quem seria o responsável pela crise, afirmou: "A crise é política, é geral."

TUMA disse que a disputa pela presidência dividiu todo o Senado, inclusive seus funcionários. "Alguns deles tinham a responsabilidade moral de fiscalizar e agora estão denunciando atos realizados fora do regulamento da Casa para desmoralizar um ou outro", afirmou ele após um almoço-debate do Grupo de Líderes Empresariais - LIDE, em SÃO PAULO - SP. Apenas para lembrar, SARNEY é citado entre os senadores que teriam sido beneficiados por atos secretos que permitiram a criação de cargos, nomeações e aumentos salariais, conforme denunciou reportagem do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO (10/06).

Segundo TUMA, a Corregedoria será acionada apenas se houver acusação direta contra atos irregulares praticados por algum senador, o que ainda não ocorreu. "Ainda não vi nada que possa provocar a abertura de uma apuração na Corregedoria", afirmou. O senador paulista defendeu que as acusações que surgiram até agora "não estão levando a nada". "Ninguém objetivamente se une para buscar a materialidade dos atos; se houve crime ou não, se houve dolo ou não. Os senadores têm que apoiar a comissão especial que foi formada para buscar as informações corretas", defendeu. TUMA disse estar acompanhando de perto as investigações e colaborando com a Justiça nas apurações.

A grande realidade, o que a maior parte da população brasileira não sabe, porque tudo acontece por debaixo dos tapetes persas do Senado, é que não há interesse em apurar nada!

ROMEU TUMA, por exemplo, é um dos menos interessados nessa apuração, isto porque, como noticiou a revista ÉPOCA (nº 572 - maio/2009), seu nome já foi citado como um dos possíveis envolvidos no esquema de corrupção que controla todos os contratos do Senado!

No duro, no duro, são todos porcos do mesmo chiqueiro!

20 junho 2009

RATOS VIVOS E GATOS MORTOS


Eu não queria simplesmente "copiar" o texto, mas não resisti. A matéria saiu no Segundo Carderno do jornal
O GLOBO (18/06). Quem assina é CORA RÓNAI.

Leia com atenção!






Nunca antes na história desse país se viu tanta roubalheira e tanto descaramento num endereço só. O Senado está abusando da paciência dos brasileiros, e o pior é que, pelo que se vê, pode abusar à vontade. O máximo que acontece a um senador pego em flagrante é ter de devolver o produto do roubo -- como se, com isso, ficasse tudo bem. E fica, não fica? Os princípios básicos da moral e da justiça não valem no Congresso Nacional, onde a imunidade parlamentar, instituída com o nobre intuito de defender a democracia, virou uma excrescência insólita que apenas garante a impunidade dos criminosos.

É assustador (e nojento) perceber que, no Congresso Nacional, exibe-se hoje o que o Brasil tem de pior, a começar pelo coronel José Sarney, nos tomando a todos por otários. Ele tem razão, porque aqui estamos, otários que somos, pagando os impostos mais pesados do mundo para que nada jamais falte às excelências, suas famílias e agregados. Ele tem razão também quando diz que a atual crise não é sua, mas do Senado. Num senado decente, ninguém lhe daria bom dia, e os demais senadores teriam vergonha de serem vistos em sua companhia. Pois lá não só o elegem presidente da casa, como fazem questão de abraçá-lo depois de um discurso sem-vergonha como aquele de terça-feira.

Está ficando muito cansativo falar sobre a roubalheira, ler sobre a roubalheira, escrever sobre a roubalheira. Um escândalo é sepultado por outro que é enterrado por um terceiro e assim sucessivamente. As manchetes de hoje são iguais às do mês passado e serão iguais às do mês que vem; nem os personagens mudam. A crônica que foi escrita no começo do século e do milênio poderia ser republicada ano após ano, ano após ano, ano após ano...

Os safados estão conseguindo nos vencer pelo tédio.


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Como todos os brasileiros que estão acompanhando as eleições iranianas, eu também tive vontade de me enfiar debaixo do sofá, de pura vergonha, ao ouvir Lula dar apoio incondicional ao presidente golpista Ahmadinejad. Se, como o coronel Sarney, Lula também acha que tudo que o contraria é intriga da imprensa, que pelo menos circule pelo Twitter antes de dizer a primeira coisa que lhe vem à cabeça.


A luta dos iranianos na internet tem sido comovente. Com quase todas as comunicações bloqueadas no país, eles têm usado as redes sociais, que estão fora do alcance das garras dos aiatolás, para contar ao mundo o que está acontecendo lá. Notícias não param de chegar ao Twitter, que até cancelou uma parada de manutenção na madrugada de terça; e Facebook e Flickr têm recebido incontáveis fotos das manifestações, que blogueiros fora do Irã se encarregam de espalhar.

Há uma grande comoção online, e a ajuda chega de todas as maneiras. Um dos gestos mais significativos partiu do The Pirate Bay, popularíssimo site de downloads, que vestiu-se de verde e mudou o nome para The Persian Bay, apontando links para um fórum de discussões (iran.whyweprotest.net) e para ferramentas de segurança individual na rede.


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Os funcionários da Prefeitura que trabalham no Piranhão, na Cidade Nova, foram recebidos na segunda de manhã com uma cena de horror: os cadáveres de 18 gatos que viviam no terreno vizinho estavam caprichosamente alinhados na grama, na calçada que dá acesso à estação do metrô.


Ninguém sabe com certeza o que aconteceu, mas segundo uma das versões espalhadas por email, o massacre teria sido perpetrado por traficantes do São Carlos, que teriam soltado pitbulls entre os gatos. É a história mais inverossímil e mais mal contada que já ouvi.

Alguém consegue imaginar um bando de traficantes saindo do morro com seus cães, levando-os à prefeitura, soltando-os entre os gatos, esperando que trucidem todos, recolhendo-os e levando-os de volta para casa?!

Acionada pelos protetores, a Sepda (Secretaria de proteção e defesa dos animais) emitiu uma nota:

"Enviamos um médico veterinário ao local para averiguar o ocorrido e, segundo o técnico, os animais apresentavam lesões compatíveis com mordedura de animais maiores. Todos os felinos foram encaminhados para o Instituto Jorge Vaitsman para cremação. A Sepda irá investigar o que causou os óbitos."

Está tudo errado: desde quando se cremam as provas do crime? A prefeitura precisa explicar isso melhor. Muito melhor. Também precisa explicar como é que alguém consegue assassinar vinte gatinhos nas suas barbas sem que um único vigilante perceba o que está acontecendo. Bagunça tem limite. Maldade também.

18 junho 2009

OS APADRINHADOS DE SARNEY

O presidente do Senado, JOSÉ SARNEY (PMDB-AM) fez um dolorido pronunciamento na última terça-feira (16/06) afirmando não ser o culpado pela crise administrativa na Casa. Segundo ele, os problemas não são dele, mas da Casa. “A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado e é esta instituição que nós devemos preservar”, disse.

Preservar o que, senador? Sujeira a gente não preserva, lava, desinfeta! Aliás, essa deveria ser a atitude da nação brasileira em relação a você e seus mais de 40 (quarenta) ladrões!

Ficou perfeita a manchete da primeira página do jornal O GLOBO de ontem (17/06), que estampou abaixo do nome do senador a pergunta "EU?"! Você realmente não é responsável por nada, SARNEY! Os responsáveis somos nós, que não temos vergonha na cara e elegemos gente como você! Mas o pior é que ainda há quem ache que você "não pode ser tratado como uma pessoa comum", não é, LULA?

Nos últimos dias o número de parentes do senador e agregados de sua família agarrados às tetas do Senado não pára de crescer!

Segundo o jornal ESTADO DE SÃO PAULO uma prima e uma sobrinha de JORGE MURAD, marido de ROSEANA SARNEY (PMDB), integram o quadro de servidores da Casa. ISABELLA MURAD CABRAL ALVES DOS SANTOS, sobrinha de MURAD, foi morar em BARCELONA - ESPANHA, mas continuou recebendo salários do Senado. Ela foi contratada em fevereiro de 2007 para trabalhar na liderança do PTB, então ocupada pelo senador EPITÁCIO CAFETEIRA (MA), o mesmo que contratou JOÃO FERNANDO MICHELS GONÇALVES SARNEY, neto de JOSÉ SARNEY. CAFETEIRA, aliás, atribuiu a contratação de ISABELLA a um pedido do amigo EDUARDO LAGO, que seria tio da moça. O engraçado é que ele não percebeu a ausência da funcionária ilustre: - O tio pediu que a nomeasse, mas esqueceu de avisar que ela tinha conseguido bolsa na Espanha!!!.

Outra MURAD contratada pelo Senado é VIRGINIA MURAD DE ARAÚJO, nomeada assistente da liderança do governo no Congresso em maio de 2007, época em que ROSEANA SARNEY ocupava o cargo. Seu salário era de R$ 1.247, mas dobrou para R$ 2.494. VIRGINIA é filha do ex-deputado EMILIO BILÓ MURAD, primo de JORGE MURAD, e está lotada no gabinete do senador MAURO FECURY, suplente de ROSEANA.

Das duas sobrinhas de SARNEY que vinham trabalhando na Casa, uma, VERA PORTELA MACIEIRA BORGES, poderá ser devolvida para o Ministério da Agricultura. Contratada em maio de 2003 para a presidência do Senado, a pedido de SARNEY, ela foi transferida para o gabinete de DELCÍDIO AMARAL (PT-MS) em CAMPO GRANDE - MT. Uma sobrinha de MARLY SARNEY, mulher de SARNEY, de nome MARIA DO CARMO DE CASTRO MACIEIRA, foi nomeada em julho de 2005 para o gabinete de ROSEANA SARNEY.


Terá sido um caso isolado, uma distração, como sempre ocorre no Planalto?

Claro que não! É uma ação organizada e cuidadosamente planejada, que achincalha cada vez mais a já estuprada democracia brasileira. Os apadrinhados de SARNEY não são apenas indivíduos nomeados "às escondidas" por um Poder Republicano, mas uma verdadeira legião, e se o BRASIL fosse um país sério, ele já teria sido obrigado a renunciar! Se vivessemos em um país decente a sociedade não aceitaria tantos desmandos! Na verdade, o que está faltando no BRASIL é camburão!!!


16 maio 2009

A farra é deles. A conta é nossa



Matéria publicada na revista
VEJA
(nº 2106 - 1º de abril de 2009)


O Senado foi dominado por uma máquina que trabalha continuamente
para burlar as leis em benefício próprio. O resultado é uma estrutura perdulária e improdutiva.


Otávio Cabral e Alexandre Oltramarimm


Montagem sobre fotos de Paulo Fridman/Corbis/Latinstock e Ana Araújo

Salário médio de 18 000 reais/mês; horário de trabalho flexível, que permite dar expediente em casa ou em qualquer outro lugar do país; plano de saúde com reembolso integral de despesas; pagamento de horas extras nas férias; gratificações por tempo de serviço; gratificações por funções exercidas; gratificações por funções não exercidas; possibilidade de ascensão na carreira por mérito; possibilidade de ascensão na carreira por demérito; aposentadoria integral sem ter contribuído em valores atuarialmente calculados para isso, que exigiria um desconto mínimo de 65% no salário; pensão familiar vitalícia em caso de morte; estabilidade no emprego. É imenso o rol de possibilidades de 7 000 servidores do Senado Federal, em Brasília. Nos últimos meses, revelou-se que a parte mais nobre do Parlamento funciona nos moldes de um sultanato, em que tudo pode – inclusive infringir leis, desde que em benefício dos senadores e dos próprios funcionários. Nepotismo é proibido. No Senado, há parentes de servidores espalhados em várias repartições. O maior salário da República, 24 500 reais, deve ser obrigatoriamente o de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Há pelo menos 700 pessoas no Senado, segundo levantamentos oficiais, recebendo acima desse limite. Sem fiscalização e funcionando de maneira autônoma, o Senado é administrado como se fosse uma confraria – uma confraria com o meu, o seu, o nosso dinheiro.


Dida Sampaio/AE
FANTASMA
O senador Mão Santa tem um diretor do Senado lotado em seu gabinete, mas ele mora no Piauí e recebe sem trabalhar



Em uma década, o orçamento do Senado saltou de 882 milhões de reais para 2,7 bilhões neste ano, um aumento de 206%!!! É, disparado, a casa parlamentar mais cara do mundo para os brasileiros. Cada um dos 81 senadores consome 33,8 milhões de reais por ano. É cinco vezes o custo de um deputado federal. Nada menos que 2,2 bilhões de reais, ou 80% de seu orçamento anual, são gastos com pagamento de salários. No total, o Senado tem 9 677 servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas. Há ainda os servidores terceirizados, cujo número exato o próprio Senado até hoje alega desconhecer, mas que pode passar de 2 000. Muito dinheiro, pouca luz e uma boa dose de desapego moral criam o substrato perfeito para todo tipo de malandragem. E ela tem eclodido como praga. Há casos de senador usando funcionários e a estrutura da Casa para fins pessoais e de funcionário usando apartamento de senador para abrigar parente. Casos de nepotismo, irregularidade em contratos, existência de servidores fantasmas. Histórias que deixam evidente a simbiose entre parlamentares e o corpo administrativo do Senado para o simples bem-estar de ambos. E não há santos. O senador Mão Santa, do PMDB do Piauí, tem um servidor lotado em seu gabinete, Aricelso Lopes, que exerce função de "coordenador de atividade policial" do Senado. Com direito a broche azul de "autoridade", uma relíquia que dá acesso a várias benesses, o diretor deveria cuidar da segurança dos parlamentares, entre outras coisas. Mas ele nunca foi visto nem no gabinete de Mão Santa, onde é lotado, nem na Polícia Legislativa, em que ocupa a prestigiosa função de diretor. Na semana passada, VEJA visitou a sala dos seguranças e perguntou pelo tal chefe. "Ari o quê?", indagou o primeiro funcionário. "Acho que ele está no Piauí", disse um segundo. O terceiro reconheceu: "Faz no mínimo dois anos que ele não aparece aqui", informou Rauf de Andrade, chefe de gabinete da polícia do Senado. Aricelso, ao que tudo indica, é um fantasma. O gabinete de Mão Santa disse que ele foi contratado para capturar um pistoleiro que ameaçava o senador.


Folha Imagem
MUITO FEIO
O senador Wellington Salgado emprega um dirigente da CBF no Senado. O "assessor" só trabalha de vez em quando. O senador nem se importa: "Ele é muito feio"


O diretor caçador de bandido é um bom exemplo de como funciona a irmandade de interesses entre senadores e funcionários. Em 1995, havia no Senado sete secretarias e trinta subsecretarias, órgãos cujos titulares têm status de diretor, acumulando aos salários gratificações que variam de 3 200 a 4 800 reais. Em catorze anos, o número cresceu para 181. Para atender aos reclames financeiros dos servidores, os parlamentares autorizaram uma série de nomeações esdrúxulas, como diretores de check-in, de garagem e de clipping. A moda pegou e diretorias passaram a ser criadas para toda sorte de necessidades e interesses. Em 2001, um senador foi flagrado pela esposa em seu gabinete com uma funcionária do Senado, casada com outro servidor da Casa. Confusão pesada. Para evitar um escândalo, a mulher foi afastada do Senado. Para o marido traído foi então criada uma diretoria. Tempos depois, com os ânimos já aplacados, a própria servidora retornou ao Senado, desta vez premiada pelo "amigo" parlamentar com um cargo de diretora. Na semana passada, Heráclito Fortes, primeiro-secretário do Senado, anunciou a demissão de cinquenta dos 181 diretores. As demissões ainda não foram efetivadas. Uma das diretoras na lista da degola é Paula Canto. Ela era diretora de controle interno quando notou irregularidades em contratos de terceirização de mão de obra e compra de equipamentos. Foi afastada por ter cumprido suas tarefas. Para evitar que ela levasse adiante as denúncias, nomearam-na diretora-geral adjunta. A única condição imposta: ficar em casa sem trabalhar.


Rodrigo Paiva/AE

O CRIADOR DE CARGOS
Desde o início da era Sarney, em 1995, foram criadas 4 000 vagas



O personagem mais exemplar da confraria em que o Senado se transformou é Agaciel Maia, o ex-diretor-geral, demitido depois de sonegar informações sobre a propriedade de uma mansão avaliada em 5 milhões de reais. Ex-datilógrafo, Agaciel era diretor da gráfica do Senado quando se soube que os parlamentares usavam o local para imprimir material de campanha política, o que é ilegal. Na ocasião, uma das investigadas era a então deputada Roseana Sarney. Foram encontrados no Maranhão cadernos supostamente impressos em Brasília, mas as provas do crime desapareceram da gráfica. Quando assumiu a presidência do Congresso, em 1995, o senador José Sarney fez de Agaciel diretor-geral. A gestão de Agaciel provocou um inchaço assombroso na Casa. Nos últimos catorze anos, foram criadas 4 000 vagas. Dessas, pouco mais de 150 foram preenchidas por concurso público. As demais foram ocupadas por nomeações políticas. Hoje, existem quase 10 000 funcionários para atender 81 congressistas. Vale ressaltar que, embora oficiais, esses números são estimados. A máquina administrativa se fecha para os próprios senadores. Presidente do Senado entre dezembro de 2007 e fevereiro deste ano, Garibaldi Alves (PMDB-RN) jamais conseguiu que lhe entregassem a lista dos 85 cargos de confiança do gabinete da presidência. "Diziam que tinha muito fantasma aqui, mas não pude descobrir", reclama o ex-presidente. O senador poderia perguntar ao colega Wellington Salgado se fantasma existe. Um gradua-do assessor de Salgado, Weber Magalhães, recebe religiosamente seu salário, mas nunca aparece para trabalhar. Diretor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ele justifica: "Acompanho projetos para o senador". "Ele é muito feio. Melhor não aparecer por aqui", ironiza o parlamentar.


Fotos Ana Araújo e Ed Ferreira/AE
OS EXEMPLOS DA MORDOMIA
A fila de servidores para assinar o ponto e receber horas extras na Câmara (no alto); garagem exclusiva para diretores e apadrinhados dos senadores repleta de carros de luxo e sessão de fisioterapia no serviço médico do senado (à esq.): benefícios em série se espalham por todo o Legislativo.


Com a abertura da caixa-preta, os senadores demonstraram espanto. Sem razão, pois todos os aumentos salariais, nomeações e autorizações para obras são votados em plenário. "Aqui não tem culpados ou inocentes, só omissos. Não tem senador com uma semana de mandato; os mais novos já estão aqui há dois anos. Já deu para saber como as coisas funcionam", bradou Roseana Sarney (PMDB-MA) na última reunião de líderes, quando os senadores começaram a debitar a execração pública do Senado apenas na conta de Sarney. Para tentar reverter o desgaste de seu terceiro mandato na presidência, Sarney tomou duas medidas. A primeira foi criar uma comissão para analisar contratos de compra e terceirização. A outra foi assinar convênio com a Fundação Getulio Vargas (FGV), que fará um novo modelo de gestão da Casa. Em 1995, ao assumir a presidência do Senado pela primeira vez, Sarney tomou duas medidas: criou uma comissão para analisar contratos e assinou um convênio com a mesma FGV. Após um mês de trabalho, ao custo de 882 000 reais, a fundação constatou que o Senado "gasta muito mal e tem excesso de órgãos e pessoal" e propôs uma "reengenharia profunda, com redução de cargos". Como se vê, a reengenharia foi outra.



PRESIDENTE DOMINADO
Garibaldi Alves presidiu o Senado por mais de um ano
e não conseguiu sequer ver a lista de funcionários lotados na sala da presidência do Senado


O primeiro passo para sanar as distorções do Parlamento está sendo dado com a abertura da caixa-preta. O segundo conjunto de propostas é mais complexo e, de acordo com especialistas, envolve uma reforma profunda na estrutura administrativa. Hoje, os senadores elegem um primeiro-secretário, que fica encarregado de tocar o dia a dia da burocracia, como um síndico. Essa gerência política, como acontece em outras repartições públicas, tornou-se um foco sistêmico de fisiologismo e corrupção – afinal, trata-se de um orçamento de quase 3 bilhões de reais. O ideal é que essas tarefas burocráticas fiquem sob responsabilidade de servidores concursados, com mandato limitado a poucos anos. Uma terceira medida é promover uma lipoaspiração geral na burocracia, cortando funcionários terceirizados, extinguindo gratificações e acabando com mordomias. Sob a condição de permanecer anônimo, do alto de seus vencimentos mensais de 17 000 reais líquidos, trabalhando três dias por semana, recebendo horas extras e gratificações, um servidor do Senado explica por que acredita ter um dos melhores empregos do mundo: "O Senado é igual ao Céu. A diferença é que aqui você ainda chega vivo".


Não é o Brasil que queremos...
Infelizmente é o que temos!

15 maio 2009

Fiat Lux!

O texto postado a seguir foi publicado no JORNAL PEQUENO. Sua autora é a respeitada jornalista DORA KRAMER, que faz em sua coluna no ESTADÃO uma análise crítica do cenário político brasileiro e acontecimentos de seus bastidores.

Leia com atenção:

"O Congresso Nacional ainda tem muito a fazer antes de corresponder ao atributo de transparência aludido pelo presidente do Senado, José Sarney, em sua manifestação de contrariedade às denúncias de condutas irregulares na Casa. A primeira providência é aposentar a peneira de tampar o sol. A segunda, parar de empurrar para dentro do armário todo e qualquer acontecimento entendido como fato do passado. A terceira, simplesmente agir de maneira correta: cumprir as regras, instituir controles e punir os infratores.

Feito o básico, aí sim se poderá pensar e reconhecer como veraz a afirmação do senador José Sarney de que o Parlamento não faz nada que não seja à “luz do dia”. Por ora a realidade não lhe confere crédito. Pode, por exemplo, ser tido como transparente um Poder que considera lícitos para efeito de atuação parlamentar os delitos anteriores ao início do mandato? E o que absolve os crimes cometidos no curso da missão delegada por ordem do corporativismo explícito, pode? Evidentemente que não. Assim como não há transparência na decisão de se divulgar notas fiscais a partir de determinada data, mantendo sob sigilo o passivo dos mesmos documentos.

Há, sim, uma óbvia presunção de culpas e uma evidente intenção de absolvê-las coletiva e liminarmente. Isso, no lugar de fazer todos inocentes, põe o coletivo sob suspeita, o que fere a instituição e garante aos malfeitores um lugar à sombra. O presidente do Senado, portanto, não defende a Casa quando saca da peneira para tampar a luz do sol. Antes, contribuiu para empurrá-la mais alguns degraus escadaria abaixo.

Poderiam, tanto ele quanto o presidente da Câmara, Michel Temer, agir diferente? Poder para isso não lhes falta. Podem participar do Conselho da República, podem substituir o presidente do País, podem decidir impasses em votações do plenário. Como não podem revogar uma ordem para pagamentos abusivos ou impedir prorrogação artificial de sessões com o fito exclusivo de assegurar um extra aos funcionários?

Como não podem afastar do posto um diretor que durante dez anos empresta o imóvel funcional aos filhos? Como não podem ordenar uma revisão total de procedimentos? Não só podem como deveriam virar tudo de cabeça para baixo, sacudir a poeira e partir para a volta por cima. Para isso, no entanto, é preciso que estejam de fato imbuídos do espírito de defesa do Poder Legislativo, hoje fragilizado em consequência do monumental equívoco de ignorar a mudança dos tempos, a evolução da sociedade, a alteração da percepção de representados a respeito de seus representantes.

A relação vai deixando cada vez mais de ser de reverência e admiração típica de súditos. O eleitorado há algum tempo adquire a noção republicana de que dele emana o poder que em nome dele deve ser exercido. Na visão retrógrada ainda preponderante na cabeça não só de parlamentares, mas também do presidente da República, de governadores, ministros, prefeitos e mesmo de muito burocrata sub do sub, aquele dístico é só um enfeite no enunciado da Constituição.

A mentalidade obsoleta reza que se mantenha indiferença às denúncias a fim de não ceder aos ditames da opinião pública, perigosíssima, vide a ascensão de Hitler pela vontade popular, a preferência da maioria pela pena de morte e sofismas afora. O que se cobra hoje do Congresso não é nenhuma barbaridade. Ceder aos ditames e à pressão da opinião pública significa nada mais que fazer o certo como manda a regra, pôr um fim em privilégios de antanho, rever conceitos, manter a coluna vertebral o tanto quanto possível ereta e caminhar no prumo para o futuro.

Há distorções nos outros Poderes? Que o Congresso, na condição de colegiado representativo da sociedade, corrija as suas e, quem sabe, faça a diferença. Na base da teimosia, na opção sistemática pelo malfeito, não é demais repetir: o Congresso deixa o País à mercê da ação de salvadores, caçadores e arrivistas sempre prontos a se apresentar como líderes da virada da maré. José Sarney viu esse filme algumas vezes, a última faz apenas 20 anos. Há de convir: não vale a pena ver de novo.”

25 março 2009

E nós, o que somos?


Segundo o portal CONGRESSO EM FOCO, "nos últimos 14 anos, atos assinados por três senadores ajudaram a inchar o Senado, que hoje tem cerca de 10 mil servidores para atender a apenas 81 congressistas. Deste total, cerca de 4.000 vagas foram criadas a partir de 1995 e são preenchidas por indicação política, os chamados comissionados. Nem todas as vagas são preenchidas. Mesmo assim, o número atual de comissionados (3.000) e terceirizados (3.500) é 116% maior que os 3.500 concursados".
Segundo o portal, os cargos de livre nomeação no Senado começaram a se multiplicar a partir do primeiro mandato de JOSÉ SARNEY (PMDB-AP), o que continuou a ocorrer nas gestões de ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (DEM-BA) e RENAN CALHEIROS (PMDB-AL).
Pressionado, SARNEY primeiro disse que a crise do Senador lhe teria "caído no colo", afirmando agora, num caso típico de amnésia parlamentar, talvez causada por excesso de trabalho, que "não se lembra" das nomeações porventura feitas!
O Senado, aliás, pela enésima vez em uma única semana, num contorcionismo de fazer inveja a qualquer integrante do CIRC DU SOLEIL, repassou sua lista de "diretores" e concluiu, vejam que fofo, que agora só existem 38 (trinta e oito) e não 181 (cento e oitenta e um) como antes informado. Segundo ALEXANDRE GAZINEO, seu diretor-geral, tudo não passou de um "equívoco", já que alguns cargos "tinham a denominação de "diretor", mas na verdade se caracterizaram como postos de "assessoramento superior". Ele só não esclareceu que os "não diretores" recebiam salários de "diretores". Uma indecência!
Mas a coisa não fica aí! O ex-diretor-geral do Senado, AGACIEL MAIA, aquele da mansão de R$ 5 milhões, reservava 150 (cento e cinquenta) vagas para serem "rateadas" entre os senadores. E ninguém sabe, ninguém viu nada!
Aliás, depois de tentar passar para a opinião pública a imagem do "bom moço" que ele nunca foi, jurando de pés juntos que reduziria os cargos de diretoria do Senado, SARNEY não exonerou ninguém até agora, nem mesmo "aqueles" 50 diretores que tiveram os nomes divulgados pela mídia na semana passada. Na verdade, a maquiagem do corte de pessoal deverá continuar. Alguns diretores continuarão em seus cargos e outros terão as funções "transformadas", mantidas as gratificações, ainda que num valor um pouco menor. Resumindo: o Senado não tem mais 181 (cento e oitenta e uma) diretorias! Agora são 38 (trinta e oito) secretários com status de direitor, é claro, além de 05 (cinco) cargos da cúpula administrativa. Os restantes 138 (cento e trinta e oito) cargos são "diretores de fantasia", como admitiu o primeiro-secretário, HERÁCLITO FORTES. Ele só não menciona que todos, ao menos até aqui, receberam como se diretores fossem! E como é que fica? Ninguém paga por isso?
Mas não pensem que a "coisa" vai mudar! Mesmo com a crise administrativa, sem falar na outra, econômica, que assola o mundo inteiro, os servidores do Senado, através de seu sindicato, já começaram a costurar uma proposta de reajuste salarial para "compensar", pasmem, "a recente perda das chefias". MAGNO MELLO, o presidente do SINDILEGIS, sem um pingo de vergonha na cara, afirma: "Queremos que haja uma acomodação dessa lógica numa outra estrutura". E vai mais adiante: a Casa pode parar caso os servidores não sejam compenados pela perda das gratificações!!!
Eu, particularmente, acho que parar o Senado, senhor MAGNO MELLO, não vai fazer muita diferença! Ele nunca funcionou mesmo! E até lhe faço uma sugestão: aproveite a parada, organize uma única fila, chame a polícia e enfie todos no camburão!!!
Ah! Querem saber a resposta para a pergunta do título da postagem? Fácil! É só olhar a foto que a ilustra!!!