24 julho 2014

Bate-cabeça do Judiciário fluminense acaba em samba

Foto: reprodução

O Judiciário fluminense anda meio complicado. No dia 12 de julho último, a polícia desencadeou a Operação Firewall e prendeu temporariamente 17 dos 26 investigados por atos violentos nas manifestações ocorridas no Rio. No dia 15, três dias depois, a Justiça mandou soltar 12 dos 17 presos, e logo após, no dia 18, liberou os outros 5. No mesmo dia, porém, depois de aceita uma denúncia formulada pelo Ministério Público, 23 ativistas tiveram a prisão decretada pelo Juízo da 27ª Vara Criminal do Rio. Cinco deles foram presos e 18 declarados foragidos. No dia 20, a Justiça negou um habeas corpus impetrado em favor dos 23 acusados. Ontem (23/07), o desembargador Siro Darlan, da 7ª câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro - TJRJ, concedeu liberdade provisória a todos os integrantes do grupo.

Em seu despacho, o desembargador afirma que os acusados têm o direito de aguardar em liberdade o julgamento do mérito do habeas corpus. Para Darlan, ao menos até o momento, não existem motivos suficientes para justificar as prisões, apesar dos sete meses de investigação, das cerca de 30 testemunhas ouvidas e das gravações feitas com autorização da própria justiça. Os intregrantes do grupo foram denunciados por associação criminosa para a prática de delitos como depredar o patrimônio privado e público, lesões corporais e posse de artefatos explosivos.

Os manifestantes contemplados com habeas corpus são: Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, Igor Pereira D’icarahy, Elisa de Quadros Pinto Sanzi, Luiz Carlos Rendeiro Junior, Gabriel da Silva Marinho, Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, Eloisa Samy Santiago, Igor Mendes da Silva, Drean Moraes de Moura Corrêa, Shirlene Feitoza da Fonseca, Leonardo Fortini Baroni Pereira, Emerson Raphael Oliveira da Fonseca, Rafael Rêgo Barros Caruso, Filipe Proença de carvalho Moraes, Pedro Guilherme Mascarenhas Freire, Felipe Frieb de Carvalho, Pedro Brandão Maia, Bruno de Sousa Vieira Machado, André de Castro Sanchez Basseres, Joseane Maria Araújo de Freitas, Rebeca Martins de Souza, Fabio Raposo Barbosa, Caio Silva de Souza e Edigreisson Ferreira de Oliveira.

Fábio Raposo e Caio Silva, que respondem também ao processo pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, em fevereiro deste ano, continuarão presos.

Após libertar os ativistas, o magistrado postou em sua página no Facebook o Hino da Proclamação da República: "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós", refrão que no Rio de Janeiro foi eternizado pelo samba-enredo de 1989 da Imperatriz Leopoldinense.

Como se pode ver, pelo menos aqui no Rio, nem tudo acaba em pizza...






Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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