26 outubro 2009

DINHEIRO É O QUE NÃO FALTA!


O país deixará de arrecadar R$ 851,1 milhões em impostos por conta da propaganda política que vai eleger (e reeleger, é claro!) os nossos fiéis representantes a partir das eleições de 2010. Por conta disso, inclusive, milhões de reais vêm sendo gastos em viagens e solenidades nos palanques armados Brasil afora para a "inauguração de obras" do PAC, o que não passa de descarada campanha política, um "tipo de vale-tudo", no dizer de GILMAR MENDES, Ministro do Supremo Tribunal Federal - STF.

De acordo com o projeto de lei orçamentária - PLOA para 2010, o governo federal vai gastar com publicidade R$ 212 milhões, mais do que gastam os Ministérios da Saúde e Educação.

A Marinha do Brasil, segundo a lei publicada nesta data no Diário Oficial da União, está recebendo R$ 2,1 bilhões de reais para a implementação de seu Programa de Desenvolvimento de Submarinos. Até os depósitos judiciais feitos na Caixa Econômica Federal estão sendo direcionados para o Tesouro, garantindo mais de R$ 11 bilhões nas contas de 2009 e 2010.

Enquanto isso, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, o nosso querido PARÁ lidera o ranking de queimadas na AMAZÔNIA. Quase nove mil focos registrados este ano. Grande parte deles são causados por fazendeiros e assentados, que ateiam fogo na mata para aumentar as áreas de pasto e de plantio. No interior do Estado os madeireiros não encontram dificuldades para transportar as toras retiradas da floresta. Não há fiscalização alguma!

Os caminhões, alguns até mesmo sem placas, passam impunes pelos postos de fiscalização do governo estadual. E mais: quem denuncia o desmatamento é ameaçado de morte! Madeireiros e fazendeiros se unem para tentar expulsar os agricultores e se apossar das terras e da mata. Segundo a associação de moradores, cerca de 230 famílias vivem na área. O clima de tensão é permanente.

Em Paragominas, no nordeste do PARÁ, portos clandestinos são abertos para descarregar as toras trazidas de outros municípios. Depois, tudo é transportado em carretas até as madeireiras da região.

O órgão do Ministério Público, com muita timidez, diga-se de passagem, quer responsabilizar os secretários de Meio Ambiente e de Segurança Pública do PARÁ por este e outros casos de crimes contra o meio ambiente em áreas invadidas.

O omisso IBAMA diz que o tamanho do estado dificulta a fiscalização. Segundo o INPE, entre 2001 e 2008, foram destruídos 46 mil quilômetros quadrados de florestas no PARÁ, uma área maior que o Estado do Rio de Janeiro.

Na verdade, quando o assunto é a fiscalização e prevenção dos crimes cometidos contra a FLORESTA AMAZÔNICA, o que se percebe é a total ausência dos governos estaduais envolvidos e do próprio governo federal. Como se viu acima, dinheiro não falta! O que está faltando é vontade política e vergonha na cara das autoridades ambientais brasileiras, coniventes com os crimes praticados contra um dos maiores patrimonios naturais da humanidade!

ATÉ QUANDO!!!


Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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2 comentários:

  1. Carlos, você pergunta até quando? Acho que vai ser até sempre! Não porque os políticos continuem na omissão, nas falcatruas, nas safadezas. Mas porque o povo continuará na apatia.

    Todos os dias aparecem manchetes e manchetes na mídia. Chegaria a ser cômico se não fosse tão trágico.

    Sabe, antigamente eu achava que, depois do Golpe Militar, o povo havia ficado receoso de se manifestar, de se organizar enfim de "empeitar" os políticos e acabar na prisão ou debaixo de 7 palmos.

    Mas hoje tive um insight e vi que minha avaliação estava errada. O povo sempre foi esse gado manso. Tirando alguns intelectuais e estudantes (sempre eles) o resto passou confortavelmente na sombra, se achando rico com o milagre brasileiro, consumindo até o osso.

    E para gado manso, o chicote mais forte o leva pra onde quiser. Os militares eram o "braço forte", mas de mão nem sempre amiga. E eles levaram o gado, digo, o povo e o governo por 30 anos.

    Diante de tanto desgoverno, a corrente mais forte puxará de roldão, seja ela militar, religiosa, ecológica...

    E o gado continua pastando, olhando a vida passar, o sol nascer e morrer sem sequer abanar o rabo.

    "Êêêôô vida de gado. Povo marcado. Povo feliz"

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  2. O problema da devastação ambiental no Brasil, com certeza, não é dinheiro. Não faltam recursos. O que falta, e o texto é bem claro, é um efetivo posicionamento por parte das autoridades brasileiras do setor. Mas bem que a sociedade podia ajudar um pouquinho mais, por isso dou razão ao que diz a Ana Kristina.

    Infelizmente essa participação está muito longe de acontecer. Cidadão que joga lata de refirgerante pela janela do ônibus não pensa em meio ambiente!

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