20 janeiro 2010

OLHA ELES AÍ DE NOVO, GENTE!!!

Foto: reprodução TV GLOBO


No dia 09 de dezembro de 2007 postei o texto abaixo em um outro blog que mantinha à época. A única coisa que mudou de lá prá cá foi a foto da postagem, que substitui por uma mais recente, de uma das cheias que vêm assolando a BAIXADA FLUMINENSE (essa foi no município de Duque de Caxias) quase que diariamente em tempos de verão.

Escrevi naquela ocasião:

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"Resolvi comentar o assunto porque nasci em Volta Redonda – RJ, mas aos 05 (cinco) anos de idade vim para Nilópolis – RJ, onde cresci, e hoje tenho residência e local de trabalho fixados em Nova Iguaçu – RJ, razão pela qual posso afirmar que sou um legítimo representante da Baixada Fluminense, sem interesses políticos, é importante frisar.


Em época de eleições, nossos municípios são invadidos por políticos de todos os Partidos, vindos de todos os cantos do Estado, candidatos que são a um cargo eletivo na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – RJ, na Câmara dos Deputados e até no Senado Federal! É verdade, ajudamos a eleger até Senadores da República!

Passadas as eleições, o que fazem referidos candidatos, agora detentores de um mandato? Simplesmente desaparecem!!!

O povo da Baixada Fluminense já se habituou a isso, e até participa do sistema, já que vota em quem não conhece, quase sempre em troca de uma cesta básica, uma ligadura de trompa, ou mesmo um tapinha nas costas! A bem da verdade, merecem-se, eleitos e eleitores!

Prá não perder muito tempo em opiniões pessoais, que podem ser mal interpretadas, repasso aos leitores do blog, para análise e conclusões, o artigo assinado por MÔNICA PINTO em 06 de dezembro último, no AMBIENTE BRASIL, um portal focado em Meio Ambiente.

Eis a íntegra do texto:

“Miséria e abandono transformaram Reserva Biológica do Tinguá, na Baixada Fluminense (RJ), num barril de pólvora. Em fevereiro de 2005, o caçador Leonardo de Carvalho Marques, 23, matou com um tiro de escopeta o ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro Filho, que militava em defesa da Reserva Biológica do Tinguá, unidade de conservação federal em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ).

Na ocasião, o crime alcançou repercussão mundial. Uniu-se a covardia com que foi praticado - Leonardo, réu confesso, atirou nas costas da vítima -, ao fato de Seu Júlio, como Dionísio era conhecido na região, ser pessoa muito querida pela comunidade do entorno da Rebio, da qual tinha sido um dos fundadores, em 1988.

A expectativa de amigos e admiradores era que sua morte despertasse a atenção dos poderes públicos para os problemas que então se observava na Reserva, entre eles a fragilidade na segurança oferecida aos que lutam pelo respeito às leis ambientais.

Passado este tempo, porém, as preocupações continuam as mesmas. "Sem a presença efetiva do Estado com políticas de gestão ambiental, outros ecologistas e até mesmo servidores dos órgãos ambientais, como os do Ibama que atuam no Tinguá, estão vulneráveis e correm risco de vida já que, ao denunciarem os crimes ambientais, ficam na alça de mira dos grandes grupos econômicos poluidores, de caçadores, palmiteiros e “donos” de areais clandestinos", disse ao AmbienteBrasil Sérgio Ricardo, membro do Fórum de Meio Ambiente e Qualidade de Vida do Povo Trabalhador da Zona Oeste e da Baía de Sepetiba.

Segundo ele, logo após o assassinato de Dionísio, a entidade encaminhou à Procuradoria Geral da República, ao Ministério Público Estadual, ao Ibama, ao Governo do Rio de Janeiro e às Prefeituras de municípios nas cercanias da Reserva uma lista com propostas de políticas públicas de baixo custo e de grande potencial de realização. Todas visavam reverter a consolidada situação de abandono da Rebio Tinguá.

A lógica a alinhavar as sugestões partia do princípio de que, num país desigual e injusto economicamente como o Brasil, para proteger o meio ambiente, seja em Nova Iguaçu ou na Amazônia, é fundamental buscar a participação direta das comunidades. No caso da Rebio Tinguá, encravada na Baixada Fluminense, local onde se concentra baixo poder aquisitivo e pouca qualificação profissional, os argumentos mostravam que tais políticas mais ainda teriam de vir pautadas no viés socioambiental. Em outras palavras, proteção à natureza associada diretamente a oportunidades de trabalho e melhor distribuição de renda.

"Para pessoas que estão em sua maioria desempregadas, muitas em situação de miséria e profunda exclusão social, até passando fome, acontece de a única fonte de renda ser a extração ilegal de palmito, a caça predatória ou o roubo de bromélias já em extinção", pondera Sérgio Ricardo.

No dia 14 passado, Leonardo Marques, o assassino do ambientalista Dionísio, foi morto a tiros no último no interior de um ônibus da empresa Elmar, que faz a linha Tinguá-Nova Iguaçu. De acordo com testemunhas, marginais anunciaram um assalto e o caçador foi alvejado quando tentava saltar do veículo. Policiais da 58ª DP (bairro da Posse) em Nova Iguaçu investigam o caso.

Leonardo teve o destino selado antes mesmo que a Justiça – notoriamente lenta no Brasil – chegasse a uma conclusão quanto ao recurso do Ministério Público procurando anular a sentença do julgamento pelo Tribunal do Júri da Comarca de Nova Iguaçu, que em 2006 absolveu o caçador. No veredicto a livra-lo da cadeia, os jurados alegaram "falta de provas", apesar de Leonardo ser réu confesso.

O mais assustador foi que, em seu depoimento logo após o crime, ele deu o tom da organização e – ao mesmo tempo – certeza de impunidade a movimentarem os crimes ambientais na região. Relatou que houve um churrasco organizado por palmiteiros e caçadores em Tinguá, onde tramou-se a morte do ambientalista Dionísio. No evento, disse ele, uma "caixinha" foi organizada pelos criminosos para comprar a arma e contratar o atirador que faria o serviço. A morte de outros nove ecologistas teria sido decidida. Dionísio encabeçava a relação.


Impasses

Tais fatos não chegaram a mover as autoridades na direção de soluções de ordem prática. Ao contrário, poucos meses após a morte do ambientalista, foi extinta a Brigada de Incêndio que operava na Reserva, sob a alegação de que faltavam ao Ibama/RJ recursos financeiros para sua manutenção, os quais deveriam ser repassados pelo Ministério do Meio Ambiente.

Uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal, em 2005, tentou debater os vários problemas da Rebio, mas, novamente, os discursos caíram no vazio.

A Petrobras, que à época do crime acenou com a possibilidade de "adotar" a unidade de conservação, posto que vários oleodutos da empresa a atravessam, também não transcendeu o terreno das boas intenções.

As Prefeituras, o Ibama e o Governo do Estado deveriam estar investindo em reflorestamento, na recuperação das áreas degradadas e na recomposição das matas ciliares, já que o Tinguá funciona como um estratégico manancial de água limpa da Região Metropolitana, diz Sérgio Ricardo.

Segundo ele, o entorno da reserva está se transformando num pólo de ecoturismo, que tende a se ampliar e gerar opções de trabalho. "Porém, isso está ocorrendo sem que a região e as comunidades mais pobres tenham acesso ao saneamento e à coleta seletiva de lixo", ressalva.

Ele aponta outro retrato da disparidade reinante: a Cedae – companhia de abastecimento de água do Rio de Janeiro – faz captação nos mananciais dentro da Rebio. Contudo, milhares de pessoas que vivem em seu entorno ainda hoje não dispõem de água potável”.

Como se pode ver, esse é o retrato do descaso político com a Baixada Fluminense, que apesar de tudo, está no mesmo lugar, linda como sempre, à espera de novas eleições e visitantes ilustres à procura de votos!!!"

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De lá prá cá, nada mudou! Estamos às vésperas de outra eleição, e os novos postulantes aos cargos de "defensores dos interesses do povo fluminense" vão começar a bater em nossas portas, a apertar nossas mãos e beijar nossas crianças. Estamos diante de mais uma oportunidade de resposta aos políticos farsantes! Se é verdade que nem sempre há defesa contra a ação da Natureza, não menos verdadeiro é, também, que a dor da perda de entes queridos e os prejuízos materiais sofridos a cada dia, poderiam ser evitados com a simples dragagem de um rio, o desentupimento de bueiros e uma fiscalização capaz de evitar o erguimento de construções em áreas de risco, responsabilidade de muitos que aí estão chegando prá pedir o seu, o meu, o nosso voto. Se liga, cidadão da BAIXADA FLUMINENSE...

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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2 comentários:

  1. Sabe Carlos, quando você escreveu em 2007 que era um legítimo representante da Baixada Fluminense, sem interesses políticos, você me fez pensar...

    Será que não é nisso que o povo está errando? Será que não está muito cômodo sentar nas nossas poltronas e assistir a tudo isso, com uma boa dose de revolta é certo, mas ainda assim apenas assistindo?

    A gente se limita a votar e, pelo visto, só estamos trocando 6 por meia dúzia.

    Acho que tava na hora do povo brasileiro ter sim muuuuuuitos interesses políticos e começar a ameaçar os lugares bem pagos desse bando de lobistas (sim, porque só fazem isso) que ganham até para respirar. Não sou a favor de "revoluções" do tipo tradicional, mas muuuito a favor de revoluções de atitudes.

    Por exemplo, um amigo americano me disse que durante o inverno no norte dos EUA é impossível ficar sem o aquecimento interno. Na casa dele, o aquecedor é movido a diesel. Como sem isso a população morreria, o governo abaixa o preço durante o inverno através de subsídios e benefícios. O que acontece aqui? Temos um verão com sensação térmica de 50° e o governo aumenta as tarifas! Agora,imagina se TODOS se recusassem a pagar a conta de luz por um mês. Eles iriam cortar a energia de todo mundo? Duvido!!! Mas acho que isso é sonho,né? O carioca idiota pensa que verão no Rio é só praia de Ipanema...

    Olha, já te falei. Se for se candidatar, já tem cabo eleitoral gratuita e inflamada! rsrsrsrs

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  2. É verdade. O texto está perfeito. Fui criado na Baixada Fluminense (em Nilópolis), e isso nunca mudou.

    Os caras aparecem alguns meses antes das eleições e depois somem. Trouxa é quem vota neles!

    Eu também acho que você, Roberto, deveria começar a ter "interesses políticos". Por que não?

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