Segundo o portal WIKIPÉDIA, "os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitam ou habitaram o território brasileiro, e cujas raízes remontam às Américas desde antes da chegada dos europeus a este continente, em torno de 1500.
Os povos indígenas do Brasil compreendem uma grande variedade de tribos e nações, muitos deles com laços culturais e territórios históricos que atravessam as fronteiras políticas atuais e adentram os países vizinhos. Embora sua organização social tenha sido geralmente igualitária e baseada em tribos pequenas, semi-nômades e independentes, houve exemplos de nações super-tribais envolvendo milhares de indivíduos e ocupando extensos territórios. Os indígenas do Brasil falavam e falam centenas de línguas diferentes, cujas origens e conexões ainda são pouco conhecidas. Sua cultura material e espiritual também é bastante diversificada, apesar de um fundo comum devido ao estilo de vida.
Muitas das tribos que existiam no país à época de Cabral desapareceram, quer absorvidas na sociedade dos colonizadores, quer dizimadas pela violência a que os índios em geral foram submetidos durante os últimos cinco séculos. Nesse período, nações inteiras foram massacradas ou escravizadas, explícita ou disfarçadamente, ou morreram de doenças e fome depois que suas terras foram tomadas e seus meios de sobrevivência foram destruídos. A catequização por missionários europeus levou ao desaparecimento de suas crenças religiosas e outras tradições culturais; e a relocação forçada provocou enorme mistura de povos. Muitas das comunidades indígenas que ainda sobrevivem enfrentam miséria, doenças, descaso das autoridades e discriminação pelo resto da sociedade".
É o mesmo portal quem afirma, ainda, que "estimativas da população indígena na época do descobrimento apontam que existiam no território Brasileiro, mais de mil povos, sendo cinco milhões de indígenas. Hoje em dia, são 227 povos, e sua população está em torno de 400 mil. As razões para isso são muitas, desde agressão direta de colonizadores a epidemias de doenças para as quais os índios não tinham imunidade ou cura conhecidas.
Durante o século XIX, com os avanços em epidemiologia, casos documentados começaram a aparecer, de brasileiros usando epidemias de varíola como arma biológica contra os índios. Um caso "clássico", segundo antropólogo Mércio Pereira Gomes, é o da vila de Caxias, no Sul do Maranhão, por volta de 1816. Fazendeiros, para conseguir mais terras, resolveram "presentear" os índios timbira com roupas de pessoas infectadas pela doença (que normalmente são queimadas para evitar contaminação). Os índios levaram as roupas para as aldeias e logo os fazendeiros tinham muito mais terra livre para a criação de gado. Casos similares ocorreram por toda América do Sul. As "doenças do homem branco" ainda afetam tribos indígenas no Amazonas" (os itens linkados são originais).
Acho que o índio, dono e senhor legítimo da terra, tem muito pouco a comemorar, e essa comemoração cabe dentro de um único dia: O DIA DO ÍNDIO, que pode ser o ponto de partida para a construção da necessária aliança entre as raças, agregando-se as culturas e melhorando a qualidade de vida de todos, humanos por excelência.
Em razão disso o blog, humildemente, quer prestar uma homenagem a todos os indígenas brasileiros, e faz isso na figura de duas pessoas: LIANA UTINGUASSÚ e PAULO CELSO VILLAS-BÔAS.
LIANA, autora de "O Chamado da Terra", obra que é "um convite, um testemunho da resposta positiva do Universo (pode chamar de Destino, ou Deus) quando nos despimos do ego e suas racionalizações fantasiosas e humildemente, num ato de fé, nos oferecemos ao aprendizado sem qualquer expectativa quanto ao que nos está reservado; no entendimento de que a Vida não segue a lógica cartesiana e as respostas raramente estão onde mais avidamente as busca nossa ciência forjada por milênios de evolução baseada no desprezo a qualquer forma de subjetividade", é uma defensora intransigente e corajosa do Povo da Floresta e toda a sua rica cultura.
PAULO CELSO, o sobrenome já diz tudo, faz parte da família famosa por mostrar ao Brasil a riqueza e diversidade cultura dos povos indígenas. Ele é o presidente da FUNDAÇÃO VILLAS-BÔAS - PROJETO EXPEDIÇÃO VILLAS-BÔAS PELO BRASIL, que tem por objetivo a exploração científica das florestas de Mato Grosso, Sul do Pará e Sul do Amazonas, reeditando o sonho dos irmãos VILLAS-BÔAS, que nos idos de 1.967, sob o comando do valoroso MARECHAL RONDON, dedicaram-se à colonização daquelas regiões por ordem do então Presidente da República Federativa do Brasil, o inesquecível GETULIO VARGAS.
Aproveite a data e procure saber um pouco mais sobre estes injustiçados primeiros habitantes destas terras. E não esqueça: apesar desse dia especial de comemoração, TODO DIA É DIA DE ÍNDIO!
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Carlos, acho que este dia, ao invés de ser um dia de comemorações, deveria ser um dia didicado à "luta" indigena. Há pouquíssimo a comemorar e muito a ser feito.
ResponderExcluirNa minha opinião é imprescindível que as lideranças aproveitem este dia para se reunirem,se não nacionamente, que seja pelo menos por região ou estado, para discutirem os problemas de sua região e tentar buscar soluções e representatividade.
Também seria dia para a apresentação aos Não-Índios do verdadeiro indígena brasileiro. Não aquela cópia do índio americano e nem tampouco o esteriótipo do índio que Cabral encontrou em 1500.
Mas acho que essa ideia ainda vai demorar para se funcionar a pleno vapor. Agora, graças à internet, é que os índios estão mais organizados, se entendendo como raça e não como grupo circunscrito à sua própria aldeia. A modernidade ajuda à ancestralidade.
No caso da divulgação da imagem, a quem interessa haver um Dia do Índio? Se não é para uma "apresentação" do índio de verdade, para quê então?, pois o dia não é sequer feriado nacional (o que eu acho um absurdo)? Tirando o evento de Bertioga, estou sentindo falta de eventos anunciados este ano. Se estão ocorrendo, a divulgação está perto de zero. Eu espero chegar em casa e ver no noticiário várias comemorações do dia pelo Brasil afora. Vamos torcer.
Quanto à Liana Utinguassú e Paulo Celso Villas-Boas... bom, a única coisa que posso fazer é me levantar e os aplaudir em silêncio emocionado.
Esqueci de falar. Parabéns por esta postagem também, Carlos. sou suspeita, mas achei muito legal você ter lembrado da data. Sua postagem está muito didática e justa. Quando você cansar da cidade, vai dar um excelente advogado das causas indígenas.
ResponderExcluirVoce me fez lembrar com este otimo post o meu tempo de estudante, quando anualmente fazíamos trabalhos, musicas, danças, para comemorar. Somos responsáveis por nao deixar apagar na memória de nosso povo este dia!
ResponderExcluirObs.: Sim, sou o que sou.
Bjs
QUE POST FANTÁSTICO!
ResponderExcluirAMIGO ROBERTO
Ainda estou encantado com a leitura que fiz de seu fascinante texto. Um artigo emoldurado pelos registros dos fatos incontestáveis acontecidos aos nossos irmãos índios, quando a grande maioria foi dizimada em sua santa pureza, em nome de um progresso construído por todos nós.
Revolução esta que em nenhum momento houve um planejamento responsável por parte de nossos governantes. A bem da verdade, desde o inicio, a exploração foi pautada no afã de se obter riquezas incalculáveis, principalmente o ouro e diamantes, para ornar cortes européias, palácios, reis, rainhas, príncipes afora inúmeras expedições que tiveram com missão somente saquear as jazidas minerais além de destruir grande parte de sua cultura e submete-los a um processo escravocrata, ocasião em que centenas de povos indígenas tiveram suas filhas e filhos estuprados em nome da bestialidade humana, como se pertencessem a uma raça inferior.
Daí comungo com o pensamento de que esta data ainda não é especial e nem temos motivos para comemorações. Também pudera. Foram centenas de povos que foram ao sacrifício em nome de (re) descobrimento que ainda está por vir ou acontecer. Motivo de relembrar do grande mestre Darcy Ribeiro, em sua obra magna –O POVO BRASILEIRO- (1995, pág. 120) ...
"[...] Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Como descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da malignidade destilada e instilada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria."
"A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista." (1995, p.120)
Parabenizo-o fervorosamente por mais um artigo de qualidade.
Abraços fraternos,
LISON.
Eu concordo com a Ana. Não há nada a comemorar. O índigena é raça abandonada à própria sorte no Brasil.
ResponderExcluirO índio nada tem a comemorar. Vive uma vida de misérias e privações.
ResponderExcluirO recado me foi enviado, via email, pela LIANA UTINGUASSÚ!
ResponderExcluirOlá Carlos!!
Saudações de irmandade Indigena.
Agradecemos de todo coração pela forma sincera e de todo seu coração em nos mencionar e sobretudo Respeitando aos nosso ancestrais, destacar este DIA que é eterno em nossos espíritos, e corações!
Fica aqui, nossa Gratidão, respeito profundo aos nossos Ancestrais, à voce e todos do PITACOS, que direta ou indiretamente nos possibilitam unir forças nesta caminhada sem fim.
Abs Fraterno
Liana Utinguassú
Servidora/Presidente
Yvy Kuraxo
http://yvykuraxo.ning.com/
Roberto fiquei feliz com seu texto,pois tenho sangue indigina correndo nas vêias,meu bisavô era índio legitimo mesmo,porem minha bisa era branca.Mas o pouco que conseguí descobrir sobre sua tribo é que era uma tribo chamada tabajáras aqui em Pernambuco,infelizmente não conseguí mais nada.Mais tenho muito orgulho de ter sangue indigina.Agradeço seu post.ABÇS
ResponderExcluirSandra, conheço exatamente a quem perguntar sobre os Tabajaras de Pernambuco. Vou ver o que consigo levantar e depois entro em contato com você, ok?
ResponderExcluirSandra, não sei como faço para me comunicar com você, então coloco aqui o que um amigo indigenista tem "de cabeça". Ele ficou de me mandar 2 laudas de material tirado na internet. Se você quiser, me fale e me mande o seu endereço de email para que eu possa repassar para você. Bom, vamos lá. Eis o que ele sabe de pronto:
ResponderExcluir"Hoje eu não sei exatamente como estão os Tobajaras. Eles vivem misturados a outros descendentes de índios e negros.
Até a primeira invasão francesa (1555) eles viviam na Aldeias Ibiapaba (uma serra de Pernambuco). Depois do contato com os Calvinistas franceses trocaram o nome para Tabajara (Aldeia do Senhor) e espantosamente passaram a acolher os povos Tapuyas (Que não falavam a língua Tupi. Fruto, talvez, da evangelização calvinista.
Logo em seguida os portugueses expulsaram os franceses e para não descordarem dos parentes e vizinhos (Potyguaras e Kaetés), uniram-se a eles.
Os Tabajaras se espalharam por todo território do litoral Nordeste. Os Tabajaras da Paraíba chegaram até o Sul da Bahia para se unirem aos Tamoyos (Tupinambás), durante o legítmo movimento."
Meu nobre e confrade Carlos.
ResponderExcluirMeus parabéns e muito obrigado pela deferência, aplaudam sim, a minha irmã Liana, símbolo real de sangue, luta e de dor aos parentes de todo nosso país e da America do Sul.
Sinto-me impotente de tantos os descasos que ocorrem no Brasil, principalmente fora de seu habitar, inseridos na sociedade não por opção, mais por necessidade, sinto vergonha das instituições constituídas, que recebem muito dinheiro para cumprirem o que reza a constituição e esse dinheiro nunca chega à ponta para uma assistência pelo menos básica de respeito a esses nossos irmãos.
O que é importante nisso tudo é que conservemos a democracia, para postarmos e debatemos pelo menos isso, a verdadeira causa, mais do que isso não só no discurso, mas nas ações, por mínimo que seja, que façamos em prol desse povo.
A Fundação VILLAS-BÔAS, lutará pela recomposição das florestas em todo o país, assim também preservaremos a cultura e o bem estar de muitos, onde eles estão marginalizados nas beiras das estradas de muitos Estados, e que o setor produtivo possam fazer projetos e discutirem primeiro com a sociedade onde possam plantar e não invadir mais ainda um espaço que não vos pertence e respeitem em definitivo o povo indígena. Utopia de quem? Minha? Será que vamos descansar nossos cotovelos nas janelas e ver o tempo passar?
Parabéns Carlos, uma salva a todos os nossos amigos.
Contem sempre comigo, pois eu estou contando com o apoio de todos.
mas por que "todo dia e dia de índio"
ResponderExcluirlegal
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