Você conhece a diferença entre uma gripe comum e um resfriado? Não tem medo do vírus H1N1? Então preste atenção numa coisa: o aumento na quantidade da propagandas de analgésicos e antitérmicos é sempre um sinal de que o inverno chegou ou está para chegar. As publicidades soam como um aviso, um alerta: “se você ainda não ficou, vai ficar gripado, então lembre-se de nós quando for à farmácia.”
Não tem jeito, pelo menos uma vez por ano o vírus da gripe tenta nos atacar. Para quem não quer contar com a sorte de ter um sistema imunológico forte o bastante para resistir a esse mal, a melhor saída é mesmo a vacina. Segundo Alberto Chebabo, chefe do serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - UFRJ, não há receita caseira que consiga espantar esse “fantasma do inverno”.
- A única forma eficaz é a utilização da vacina de Influenza. Além disso, medidas como higienização frequente das mãos, proteger o rosto ao espirrar ou tossir e evitar levar as mãos aos olhos, boca ou nariz ajudam a reduzir os riscos de transmissão do vírus, explica.
A proteção da vacina começa cerca de duas semanas após a sua aplicação e tem efeito até os quatro meses seguintes. De acordo com o Ministério da Saúde, após este período ocorre uma queda na resposta do sistema imunológico ao vírus. Além disso, as mutações do vírus tornam necessário que uma nova vacina seja preparada a cada temporada. Por isso, é preciso tomar a vacina antigripal anualmente. Os idosos devem ficar ainda mais atentos do que o restante da população, e não é à toa que eles são o foco das campanhas do governo: cerca de 90% das mortes causadas pela gripe acontecem em pessoas idosas.
De acordo com Chebabo, a vacina oferece uma proteção de 70 a 85%, mas é bom lembrar que ela não confere imunidade contra os resfriados.
- A vacina não faz a proteção cruzada para outros vírus, ressalta o especialista, explicando que enquanto a gripe é causada pelo vírus Influenza, o resfriado é provocado por outros agentes. O Rhinovírus, por exemplo, que é o responsável pela maioria dos resfriados, tem, pelo menos, 115 sorotipos diferentes já identificados na natureza, o que dificulta a produção de uma vacina para combatê-lo.
Clinicamente, os sintomas, embora parecidos, também são distintos: a gripe se constitui em um quadro mais grave, com febre, tosse e dores no corpo e na cabeça. Já quem está com resfriado apresenta apenas os sintomas respiratórios, como coriza, tosse e espirros, podendo ou não ter febre. A intensidade dos sintomas varia de acordo com as características do vírus circulante. Em todo o caso, é preciso atenção. Chebabo lembra que além de desencadear doenças como diabetes, doenças respiratórias e cardiovasculares, a gripe pode evoluir para uma pneumonia, seja de origem bacteriana ou causada pelo próprio vírus Influenza.
O risco à saúde causado pela gripe comum é mesmo grande e se reflete nos números: a taxa de mortalidade provocada pelo vírus sazonal é bem maior do que a causada pelo vírus H1N1, popularmente chamada de gripe suína, por exemplo. No início de junho, a Organização Mundial da Saúde - OMS divulgou dados que mostram que a gripe sazonal causou 500 mil mortes em um ano, enquanto a gripe suína foi a causa de 18 mil mortes. Embora menos nefasto do que se temia, a OMS confirmou que o vírus H1N1 é o que continua circulando de maneira predominante no mundo.
Com a chegada do inverno no Hemisfério Sul, as autoridades nacionais e internacionais já estão de olhos bem abertos para o controle da gripe suína. Segundo o Ministério da Saúde, do início de janeiro até o dia 29 de junho deste ano de 2010 foram imunizados mais de 84,8 milhões de pessoas, o que representa 43% da população brasileira.
Para Chebabo, a expectativa é de que haja uma segunda onda da epidemia, mais branda do que no ano de 2009, mas ainda com muitos casos:
- A vacinação da população pode auxiliar a reduzir a circulação do vírus, mas ainda há muitas pessoas não imunes a ele.
Para ajudar na identificação dos casos desta segunda onda de gripe suína, o governo acaba de lançar o primeiro teste nacional para diagnóstico do H1N1. Ainda assim, todos os pacientes com manifestação grave respiratória deverão ser tratados como se o agente etiológico seja o vírus Influenza, mesmo sem a confirmação de qual vírus seja o real causador.
- O diagnóstico etiológico do H1N1 serve apenas para dados epidemiológicos e não é critério para prescrição de medicação antiviral, afirma o professor.
Chebabo explica também que quem tomou a vacina do vírus sazonal da gripe pode tomar a vacina do Influenza H1N1 e vice-versa. Mas algumas clínicas privadas já disponibilizam a vacina Influenza tríplice, que combate ambos os vírus.
Para quem não tomou a vacina e acabou pegando a gripe comum, Chebabo ressalta que antes de sair devastando as prateleiras das farmácias é aconselhável procurar um especialista:
- A maior parte dos antigripais associam Vitamina C com descongestionantes nasais e antitérmicos. As indicações para cada um destes medicamentos são distintas. O correto é a utilização de antitérmicos em caso de febre. Qualquer outra medicação deve ser orientada por um médico. Pacientes com doenças de base, principalmente diabéticos, cardíacos e pneumopatas, entre outros, devem procurar o médico já ao início dos sintomas gripais.
Fonte: Opinião e Notícia
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Em boa hora essa notícia, esclarecimentos à respeito da preservação da saúde é sempre bem vinda, principalmente quando ocorrem novidades quanto a novos vírus, a prevenção realmente é o melhor remédio.
ResponderExcluirCom certeza, Braz!
ResponderExcluirPrevenir é sempre muito melhor que remediar!
Um abração...
POis é amigo, gripe, resfriado e alergias tem diferenças enormes.
ResponderExcluiras vezes pela criança viver espirrando, ja pensam logo que é gripe ou resfriados, e as escolas ainda se aproveitam disso e nao permite o aluno comparecer as aulas devido a espirros, acredita nisso? Mas é verdade.
Bem, o texto foi importante e esclarecedor.
abçs
O objetivo foi esse, Diego: esclarecer!
ResponderExcluirTem muita gente que não sabe diferenciar uma coisa da outra. Se preocupa quando não deve, e relaxa quando devia se ligar mais. Por isso a consulta ao médico é importante. Mas é importante que o médico seja competente para diagnosticar o real problema do paciente, porque dessa história de "viroses" a população já está saturada!
Um abração...
Roberto,achei seu post muito pertinente.Eu todos os anos tomo a vacina Influenza, e graças a Deus não sei mais o que é gripe.Considero ser de grande importância saber diferenciar uma gripe de um resfriado,para que a população não tome medicamentos por conta própria.
ResponderExcluirBjos
Legal, Cecília!
ResponderExcluirComo já frisei em resposta a alguns comentários feitos, o objetivo do blog foi exatamente esse: informar! Fico muito satisfeito com a receptividade da postagem.
Um abração...