13 novembro 2010

O perigo que vem do espaço

De acordo com um estudo publicado pela revista Nature, os impactos que a indústria espacial comercial podem causar ao meio ambiente podem ser muito graves, catastróficos. A fuligem lançada por foguetes de turismo espacial seria muito mais prejudicial à atmosfera terrestre do que as partículas liberadas pelas aeronaves dos programas científicos. E é essa indústria do turismo espacial que começa a preocupar autoridades e ambientalistas.

Segundo a pesquisa, a fuligem emitida pelos foguetes comerciais podem contribuir, de forma decisiva, para a mudança climática nas próximas décadas. Para chegar a essa conclusão os pesquisadores tomaram por base informações promocionais difundidas pelo próprio setor, como o número de voos estimados para o período de um ano – cerca de mil.

O estudo diz que as partículas de fuligem e dióxido de carbono liberados pelas aeronaves poderiam se acumular a uma altitude de 40 km acima da superfície da Terra. Ao contrário da fuligem de jatos ou centrais espaciais a carvão, lançadas mais baixo na atmosfera e que caem sobre a terra dentro de algumas semanas, as partículas criadas por aeronaves comerciais civis de viagem permaneceriam na atmosfera por anos, absorvendo a luz solar que poderia atingir a superfície da Terra.

Uma das consequências dessa absorção da luz solar seria a a alteração da distribuição de ozônio na atmosfera terrestre, aumento da temperatura da superfície polar em um grau e redução do gelo marinho polar em percentuais que se localizam entre 5 e 15%. Segundo o pesquisador chefe do estudo, Martin Ross, da Aerospace Corp - Califórnia, os foguetes são a única fonte direta de compostos humanos produzidos acima de 22,5 quilômetros e, por isso, podem afetar a atmosfera.

A primeira pista para vôo espacial privativo foi inaugurada no dia 22 de outubro último, no estado americano do Novo México. Durante os próximos três anos, empresas como a Virgin Galactic, que tem sede no Spaceport America, campo recém aberto, esperam realizar até dois lançamentos por dia para turistas espaciais.

O artigo da Nature alerta para as características dos motores “híbridos”, e mais econômicos, que seriam usados nessas aeronaves. Enquanto os foguetes comerciais de hoje queimam uma mistura de querosene e oxigênio líquido, menos prejudicial à atmosfera, os de turismo queimariam um composto mais nocivo – de hidrocarboneto sintético com óxido nitroso – capaz de liberar doses elevadas de fuligem.

Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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3 comentários:

  1. Carlos, essa matéria é mais um exemplo de que tipo de doença uma bactéria pode causar. Você deve estar pensando: A Ana deve ter lido outra postagem e está agora comentando no lugar errado. Mas não estou não. Bactéria mesmo.
    Imaginemos uma colonia de bactérias lutando pelo domínio de uma pequena área do seu polegar, só porque você furou a ponta do seu dedo com um prego e agora o machucado está um pouco inflamado. As bactérias lutam pela tomada da região, enfrentando glóbulos brancos, enchentes (água do banho), chuvas tóxicas (sabão, perfume, detergentes etc.)... E só têm uma vaga idéia do que vem a ser o universo. Para elas, o universo é, no máximo, o seu corpo.

    Assim é o homem. Esse falsa idéia de poder e domínio que eles têm sobre o planeta é tirado do ponto de vista da bactéria somente.

    Não interessa o que o homem faça - a raça humana não pode destruir o planeta, mas sim as suas condições de vida no planeta. A Terra obedece às leis de equilíbrio de todo o Universo. As mesmas leis que fazem que um planeta não se choque com o outro, que fazem uma estrela (o sol) girar para um determinado lado etc. Quando se altera o curso de um rio e as regiões sofrem mudanças de fauna, flora e clima não significa que a Natureza está se vingando (isso é um pensamento quase que primitivo). Significa que a Terra está apenas se acomodando para manter o seu sagrado equilíbrio.
    Espécies ditas humanas já acabaram abruptamente ou foram substituídas por "modelos mais modernos" desde sempre. Seria muita empáfia achar que o ser humano já atingiu a sua última etapa de desenvolvimento.... Ainda somos bactéria.

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  2. Este, sim, é o blog. A princípio, eu não percebera que você, Carlos, dispunha de dois. O 'Dando Pitacos' me agradou, desde o título. Estou seguindo-o e, oportunamente, vasculharei as suas postagens que me chamaram a atenção nessa breve passagem que estou fazendo neste instante. É, meu nobre... Precisar trabalhar não é fácil! Um abraço.

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  3. Obrigado, Sales!

    Conciliar trabalho e blog é complicado, Eu também passo por isso. às vezes fico dois, três e até mais dias sem poder postar. É a vida!

    Um abração...

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