Desde o fim do ano passado, ainda no governo Lula, o salário mínimo está na pauta de discussões do Planalto. No O Globo de ontem (29/01), por exemplo, a presidente Dilma Rousseff bateu o martelo sobre o tema, e disse que ele não passa de R$ 545. Até aí, nenhuma novidade, pois o país já se acostumou ao melodrama da questão salarial.
O que a gente continua sem entender é porque nunca existem recursos para o trabalhador que move a economia do país, mas sobra dinheiro para atender ao capricho, vaidade e luxo de alguns órgãos dos Três Poderes, tudo pago, como não poderia deixar de ser, com o nosso rico dinheirinho. Vejam alguns exemplos:
A Presidência da República decidiu contratar nesta semana pelo menos três carretas do tipo “cegonha” para transportar 39 veículos leves. Na diversificada relação de automóveis que serão carregados, constam, por exemplo, Meganes, Mareas, Doblos, Palios, Astras, Kombis, entre outros. A nota de empenho (documento que comprova a reserva de recurso no orçamento) não traz muitos detalhes sobre o destino da carga, mas aponta como percursos as cidades de São Bernardo, Brasília, Florianópolis e Porto Alegre. A transportadora deverá receber cerca de R$ 27,7 mil pelo serviço. Que veículos são esses? A quem pertencem? Por que precisam de transporte especial? Por que temos que pagar essa conta?
Outra curiosidade da semana na Presidência foi a contratação de interprete oficial para as audiências da presidente Dilma Rousseff com autoridades estrangeiras. A profissional contratada será Letícia Cynthia Renée Garcia Fernández, que por dominar as línguas espanhola e italiana, receberá quase R$ 60,5 mil pelo serviço. E quem vai traduzir para a presidente o inglês, a língua mais falada em todo o mundo? Será que ela domina o idioma? Por quanto tempo a dona Letícia Cynthia Renée Garcia Fernández vai prestar referido serviço? Uma semana, um mês, o ano inteiro? Os R$ 60,5 vão pagar o que, afinal de contas?
A foto oficial da presidente Dilma Rousseff foi divulgada no último dia 14 de janeiro. Só na semana passada, no entanto, a gráfica que confeccionará as 12 mil cópias da foto que será afixada em prédios e salas da administração federal foi escolhida. O serviço custará cerca de R$ 8 mil. Ainda no maior órgão do Executivo federal, não poderia faltar um item conhecido como símbolo máximo da burocracia. Quase 3.000 carimbos, de diversos tipos, deverão ser comprados ao custo total de R$ 15 mil.
Enquanto isso, às vésperas da abertura do ano legislativo, a Câmara dos Deputados pretende comprar, por R$ 18,8 mil, novos porta-cartões para credencial de estacionamento. Já o Senado preferiu reservar R$ 140 mil para garantir o bom funcionamento dos eletrodomésticos da Casa. Haja eletrodomésticos, haja conserto...
Por fim, os gastos curiosos da Justiça brasileira. O Superior Tribunal de Justiça - STJ deverá comprar quase 50 tapetes personalizados, por aproximadamente R$ 15,8 mil. Além disso, o órgão ainda empenhou R$ 90 mil para o “pagamento de taxas de condomínios dos imóveis pertencentes à reserva técnica do STJ”. Já o Conselho Nacional de Justiça - CNJ vai pagar R$ 89 mil por 100 mil novos calendários, em papel reciclado.
Mas o salário do trabalhador não pode passar de R$ 545. A economia do país não resistiria...
Se você quiser conferir as notas de empenho, clique aqui!
Fonte: Contas Abertas
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Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
Penso que quem faz o político é o eleitor. Enquanto a gente continuar vontanto sem saber o por quê, a coisa nunca vai mudar. O voto consciente é o instrumento legítimo e mais eficiente no comabate á corrupção e oas abusos cometidos por bandidos palacianos e congressistas. Os políticos sabem disso muit bem. Na China um político corrupto se manta de vergonha e pressão ou é fusilado e a família ainda tem de pagar pela bala. No Brasil os políticos roubam e ainda tripudiam em cima do povo. Só o voto para mudar isso. Temos de votar e acompanhar o trabalho de quem foi merecedor do nosso voto e dos outros também. Temos de impedir que pessoas desonestas nos representem. Gostei muito do seu post. Obrigado por compartilhar o raciocínio. Parabéns, amigo Carlos. Forte Abraço
ResponderExcluirConcordo com você, Ródrio!
ResponderExcluirO problema é que jamais teremos votos conscientes de uma população influenciada por iniciativas assistenciais. O político sabe disso, e faz de tudo pra enganar o eleitor. Falta informação!
Um grande abraço...