20 janeiro 2011

Relembrando Elis

Ontem, bem no finalzinho da noite, minhas lembranças me fizeram retornar ao dia 19 de janeiro de 1982. Eu trabalhava na Companhia Atlantic de Petróleo, no Rio de Janeiro - RJ quando, por volta do meio-dia, ouvi a notícia da morte de Elis Regina. Foi um choque!

Elis Regina Carvalho da Costa nasceu em Porto Alegre - RS, em 17 de março de 1945. Aos 11 anos cantou pela primeira vez numa rádio local. Em 1961 gravou seu primeiro LP, Viva a brotolândia, em que cantava calipsos e rocks.

Gravou dois discos de boleros antes de aderir à Bossa Nova. Seu grande sucesso e música que a tornaria famosa nacionalmente foi Arrastão, de Edu Lobo e Vinicius de Morais, com a qual ela ganhou o primeiro lugar do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, em abril de 1965.

Foi nessa ocasião que ela lançou a coreografia que se tornaria sua marca registrada no início da carreira, girando os braços sem parar. Criada pelo dançarino americano Lennie Dale, radicado no Brasil, ela lhe valeria os apelidos de Elis-cóptero e Élice-Regina. Elis, como adotou seu nome, abandonando o acento no “É”, gradualmente firmou-se como a melhor cantora da época, gravando discos e fazendo shows de grande sucesso.

Foi casada com o letrista (dupla Menescal e Bôscoli) e produtor de shows (dupla Miéle e Bôscoli) Ronaldo Bôscoli, com quem teve o filho João Marcelo Bôscoli, e com o pianista César Camargo Mariano, com quem teve os filhos Pedro Camargo Mariano e Maria Rita. Os três filhos enveredaram pelo meio musical.

Gravou inúmeras canções de sucesso como Arrastão, Canção do sal, Redescobrir, Aprendendo a jogar, Casa no campo, Fascinação, Maria Maria, Romaria, Cartomante, Corcovado, Upa, neguinho!, O Bêbado e a Equilibrista, Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e branco, Alô, Alô Marciano, Dinorah Dinorah, Canção da América, Travessia, Saudosa maloca, Me Deixas Louca, Aviso aos Navegantes, Folhas Secas, O mestre-sala dos mares, Bala com Bala, Tiro ao Álvaro, Iracema, Aquele Abraço, Como Nossos Pais, Doente Morena, Ensaio Geral, Fechado para Balanço, Ladeira da Preguiça, Louvação, No Dia em que Eu Vim Embora, Meio de Campo, O Compositor Me Disse, Gracias a la vida, Oriente, Rebento, Roda, Se Eu Quiser Falar com Deus, Viramundo, dentre muitos outros.

Elis teve morte trágica, causada pela ingestão de cocaína e uísque.

No meio de tantos sucessos, escolhi a canção Alô, Alô Marciano para lembrá-la. É um momento de muita alegria, descontração e talento interpretativo, marcas registradas da estrela gaúcha que tanta saudade deixou em milhares de corações brasileiros.



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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4 comentários:

  1. Puxa, amigo:
    Se você soubesse como sinto saudades da Elis. Há somente duas pessoas públicas que quando morreram eu chorei, como se as conhecesse: Elis e Vinicius de Moraes.
    Ela a maior cantora que o Brasil já teve e a Vinicius nós devemos tantas poesias e músicas maravilhosas...
    Também sinto muita falta das boas músicas daquela época.
    Saudosismo? Talvez, mas não se faz mais músicas tão maravilhosas.
    Obrigada pelo vídeo e por relembrar essa baita intérprete.
    beijos

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  2. Minha querida Atena:

    Em mais de meio século de existência, nem é preciso dizer, já assisti à despedida de muitos astros e estrelas, de todas as classes artísticas e também esportivas, o que é sempre muito triste. E duas dessas ocasiões eu também chorei: a primeira, pela Elis, e a segunda, por Ayrton Senna.

    Em 1964, só vou contar pra você e pra torcida do Flamengo, eu "matava" aulas à noite (cursava o ginásio na época) para assistir a um programa produzido e exibido pela TV Excelsior do Rio (canal 2), apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues, e que tinha a direção musical de Nelson Motta e Mariozinho Rocha. O programa fez tanto sucesso que gerou a gravação de um LP pela dupla na gravadora Philips.

    O disco tinha um pout pourri inesquecível, que você pode baixar em http://elisdiscografia.blogspot.com/2007/03/1965-dois-na-bossa-elis-regina-e-jair.html:

    - O morro não tem vez (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)
    - Feio não é bonito (Carlos Lyra-Gianfrancesco Guarnieri)
    - Samba do carioca (Carlos Lyra- Vinicius de Moraes)
    - Este mundo é meu (Sergio Ricardo-Ruy Guerra)
    - A felicidade (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)
    - Samba de negro (Roberto Correia-Sylvio Son)
    - Vou andar por aí (Newton Chaves)
    - O sol nascerá (A sorrir) (Cartola-Élton Medeiros)
    - Diz que fui por aí (Zé Keti-Hortêncio Rocha)
    - Acender as velas (Zé Keti)
    - A voz do morro (Zé Keti)
    - O morro não tem vez (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)

    Ela foi uma das maiores intérpretes (porque cantora é outra coisa) da MPB, e a saudade, como não poderia deixar de ser, é muito grande.

    Um grande beijo...

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  3. Oi Roberto, obrigada pela visita em meu blog:) Adorei seu post sobre a Elis, sempre ouvi muito sobre ela, minha mãe foi amiga da Elis na infância, quando elas moravam na rua Campos Elisios, no bairro Glória aqui em POA, elas costumavam sair do colégio Venezuela e ir até a rádio Farroupilha, a Elis cantava, e minha mãe declamava poesias. Minha mãe sempre foi apaixonada pelas músicas da Elis, e quem não é neh? Perderam o contato quando a Elis foi para o Rio, depois que minha mãe casou também foi para o Rio de Janeiro, aliás minha terra, hoje estou aqui em POA e de vez em quando volto na rua onde morou a Elis visitar um tio.Mas acho que a memória da Elis deveria ser mais preservada, acho que a memória dela merecia mais atenção aqui dos gaúchos...mas...
    Parabéns pelo seu poste, bjs ao som de Elis Regina ;)

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  4. Que legal, Elis!

    Sua mãe foi uma privilegiada! Elis Regina foi uma das maiores estrelas da nossa canção, com uma diferença: por sua alta dose de sensibilidade, ela não contava, interpretava, e fazia isso como ninguém.

    O brasileiro costuma privilegiar alguns tipos de ídolos e esquecer outros, algumas vezes em razão de preconceitos idiotas, mas...

    Brigadão pelo comentário e participação!

    Um grande beijo...

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