Lison Costa: cidadão de Nhamundá

Nhamundá é um município do Amazonas. Sua população estimada em 2004 era de 16.352 habitantes.

A origem da sede municipal remonta ao início das penetrações do rio Nhamundá, ocorrida nas primeiras décadas do século XVII. Os índios foram os primeiros habitantes - Uabuís, Cunuris e Guaicaris, com aldeia denominada Faro. Em 1758 ocorre sua elevação à vila.

Na divisão administrativa do Brasil de 1911, aparece como integrante do município de Parintins, volta a dispor de um outro distrito, além da sede, o da Ilha das Cotias. Em 19.12.1955, através da Lei Estadual nº 96, o distrito de Ilha das Cotias é desmembrado de Parintins e passa a constituir o município autônomo de Nhamundá. Em 31.01.1956 instala-se o novo município.

O município de Nhamundá está localizado na zona fisiográfica do Baixo Amazonas, limitando com os municípios de Parintins e Urucará, no Amazonas, com o estado de Roraima (norte) e com os municípios de Faro e Terra Santa, no estado do Pará, a uma distância de 375 km da capital, em linha reta, e de cerca de 577 km por via fluvial. Sua altitude é de 50 metros acima do nível do mar.

Além dessas informações, que consegui no portal Wikipédia, fui conhecendo Nhamundá aos poucos, através das postagens que você pode ver adiante:

Foto: Vitor Martins

"No Balanço do Banzeiro em Nhamundá - Todas as cidades do amazonas têm o seu porto, uns bem simples, outros práticos, e existem alguns portos que foram construídos com toda uma infra-estrutura, dotados de lanches, restaurantes, telefones, banheiros, recepção, sala de espera. É um desse que o município de Nhamundá possui.

Assistir os Barcos atracarem ou partirem, são momentos especiais, geralmente anunciam surpresas e alegrias. Chega àquela encomenda tão esperada, vem à carta, o presente, a esposa, namorada, amigos e conhecidos e até quem menos se espera.

Um dia desse eu estava a pensar... Num porto, vê-se um verdadeiro formigueiro humano a embarcar e desembarcar. E por que viajam sem parar? Para onde vão? Quando retornam? Vão retornar ou não?"

Foto: Land.Nick

"Das Mãos de Lorena - Lorena de Castro e Costa, morena faceira, olhar iluminado, testa com tendência a forma de “M”, sobrancelhas retas, maçãs do rosto com duas covinhas, olhos levemente fundos, o nariz ligado a testa por uma linha pouco curva, lábios entreabertos, queixo pequeno, cabelos negros encaracolados, dentes brancos brilhantes, refletindo a delicadeza e escrúpulos ao extremo.

Suas mãos moldam o bruto, transformando-o no belo. Esculpindo a mais pegajosa argila, em peças marcantes, seus pés palmilharam caminhos que enveredaram por destinos tantos, e jamais abriu mão de suas origens. Continua amando como poucos o torrão em que nasceu a comunidade do Aminaru-Açú em Nhamundá.

Cheia de charme, foi à beleza cabocla de Lorena, sempre a magnetizar o que lhes cercava, produzindo no seu Atelier verdadeiras obras de arte que ficou para a posteridade, dada a magnitude de sua capacidade inovadora".

"Vai Canoeiro - É na batida do remo que vou singrando o meu rio amado... O bigode d’água cristalina a borbulhar no talha-mar da minha canoa espargindo pingos de amor no meu rosto. Gotículas que me enchem de esperanças benfeitoras. Os meus dias tornam-se mais leves... De repente tudo são encantos. Encantos no meu bailar/remar além rios, igarapés, lagos e paranás.

Bem pertinho, botos e gaivotas bailam enamoram-se, vivenciando o esplendor da vida. Ah... Vidas de encantos, maravilhas. Prantos são arremessados aos arquivos do esquecimento. Tudo é novo. Um novo tempo a brisa aconchegante anuncia soprando os ramos do capim verdejante. Morada da jaçanã faceira. Sementes da bromélia esquecida brotam por entre as fendas do encharcado assacuzeiro que pontua o azul escuro do caudaloso rio Nhamundá".

"Lembranças de Nhamundá - É manhã, e os raios dourados do abençoado Sol, beijam toda a cortina de floresta verdejante as margens do santuário das Amazonas no rio Nhamundá. Recebo no rosto a brisa soprante que alcança os ramos da vegetação rasteira, está a purificar toda a extensa praia prateada nas manhãs de setembro.

O mormaço decanta molhando o solo da ribanceira. Ontem, em sua magnitude registrava outra performance, hoje, grande parte tomada de algumas pedras pontiagudas que resistem as intempéries e foram artesanalmente polidas pelo tempo".

Foto: Mazé Meirelles

"Culinária Nhamundaense - A culinária nhamundaense é uma verdadeira usina de sabores os mais variados, principalmente quando se trata de pratos típicos. São pratos que só de pensar vem água na boca.

De parabéns, toda a comunidade nhamundaense, que soube como poucas manter inalterável os sabores e a apresentação de sua culinária ao longo de décadas. As receitas são cercadas de mistério, guardadas a sete chaves.

São pratos cuidadosamente preparados e saboreados por toda a comunidade e alguns já conquistaram outros municípios e até estados".

Foto: WSantin

"Saudade do meu Nhamundá - Aquela bilha com um longo púcaro com uma pequena gia a resfriar a água de meu inesquecível rio Aduacá, já estava à espera, faz tanta falta. Foram os meus dias douradas de uma infância sem retorno.

Bem, na sala está meu retrato quando criança, mamãe mandou fazer, estou num carrinho de madeira, eram de três rodas, segundo mamãe, se me retirassem eu chorava muito, eu gostava de ser empurrado, era um huuq, huuuuq, huuuuuuq, no assoalho que acordava a todos.

Ah, que saudades. Saudades de um tempo que dificilmente volta. Ai que saudades… Ai que saudades do meu interior...Que saudades da minha terra!"

O autor de todo esse trabalho é Lison Costa, um sujeito de escrita simples, mas cheio de emoção quando o assunto é a sua Nhamundá.

Em tempos de muita violência e enorme corrupção política, o que sempre atrai a atenção da mídia em geral, é importante saber que um cidadão, gratuitamente, emprega boa parte de seu tempo pra falar de sua cidade, de seu cantinho encravado no Baixo Amazonas.

É muito bom, em termos ambientais e culturais, conhecer lugares como Nhamundá, um lugar simples, mas cheio de histórias e lendas que enriquecem o folclore brasileiro. Não conheço você pessoalmente, Lison, mas o abraço por essa façanha. Sua cidade talvez fosse um ponto obscuro do mapa brasileiro, não fosse o trabalho que você desenvolve. E nós, das grandes metrópoles, certamente não teríamos enriquecido nossos conhecimentos se não fosse a missão que você desenvolve no LisonOnLine, cuja visita recomendo a todos os amigos!

Parabéns, Lison!

Sobre o Autor:

Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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