31 julho 2013

Cedae, a caixa de Pandora do Rio

O jato d'água lançado pela adutora rompida (foto: reprodução)

O rompimento ontem (30/07) de uma adutora da Cedae em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, matou uma menina de apenas 3 anos de idade e levou o pânico à população local, gente humilde, que paga impostos, mas foi esquecida pelas autoridades. O jato d'água, de cerca de 20 metros de altura, inundou três quarteirões, destruiu 17 casas, invadiu outras 200, arrastou carros e feriu 16 pessoas.

Moradores afirmam que a tubulação já apresentava rachaduras e que funcionários da companhia estiveram no local em data recente fazendo reparos, o que é desmentido pela Cedae. A polícia suspeita que o acidente tenha sido provocado por um conserto malfeito ou por obras de terraplenagem, como o que aconteceu na manhã de hoje (31/07) em uma tubulação pequena na Avenida Pastor Martin Luther King, esquina com a Avenida Vicente de Carvalho, numa obra da Transcarioca.


A dor e a destruição (foto: reprodução)

A Cedae, empresa de economia mista controlada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, lucrou, só no ano passado, R$ 163 milhões. Seu novo prédio, todo espelhado, o que impede a visão de quem passa pela Avenida Presidente Vargas (Cidade Nova), inaugurado com enorme pompa em dezembro último, é o retrato da falta de transparência da empresa, que segundo especialistas em saneamento, atua irregularmente há seis anos, o que torna as revisões tarifárias do mesmo período também ilegais, simplesmente porque, com 38 anos de existência, a empresa, na contramão de todas as outras concessionárias que prestam serviço nas capitais do Sudeste, ainda não tem regulação, em frontal desrespeito ao disposto na Lei nº 11.445/2007, que cuida do saneamento. A última análise das contas da companhia pelo Tribunal de Contas do Estado - TCE aconteceu em 2007.

Vítimas de um acidente idêntico, ocorrido na segunda linha da adutora de Ribeirão das Lages em 1994, moradores e comerciantes de Benfica aguardam até hoje o pagamento das indenizações que lhes são devidas. Reclamar? A quem? Só se for ao Bispo, porque o Papa já está em Roma, e a justiça fluminense... vai muito bem, obrigado!





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

Cadastre seu e-mail e receba nossas postagens

Blog Widget by LinkWithin