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"Azul é a cor mais quente" e "Ninfomaníaca" são filmes que contém cenas de sexo explícito, com uma única diferença: o primeiro conta a história de amor entre duas mulheres, o segundo, a de uma mulher viciada em sexo, onde também há lesbianismo e até sadomasoquismo. Por causa das cenas de sexo explícito de suas protagonistas, as produtoras brasileiras de Blu-ray estão se recusando a produzir "Azul é a cor mais quente", mas "Ninfomaníaca" já está com o todo o processo de gravação devidamente encaminhado.
A questão surgiu na última terça-feira (25/02), quando a Imovision, distribuidora de "Azul é a cor mais quente", divulgou um comunicado criticando as empresas que normalmente fazem a produção de seus filmes.
"A Imovision procurou a empresa brasileira Sonopress, que replica seus títulos em Blu-ray, mas a mesma se recusou e ainda alegou que nenhuma outra empresa faria o serviço. A Imovision então contatou a Sony, que também se recusou a produzir o Blu-ray do filme, por considerar o conteúdo inadequado devido às cenas de sexo, apesar do filme já ter sido classificado para maiores de 18 anos", diz o texto.
A polêmica é grande, e já chegou, inclusive, às redes sociais. A Sonopress, por meio de sua assessoria jurídica, declarou ao O Globo que “não questiona a classificação, nem o produto, mas não trabalha quando tem cenas de sexo explícito”. Contudo, a California Filmes, distribuidora de "Ninfomaníaca" no Brasil - que faz a replicação (ou seja, as cópias) de todos os seus filmes em parceria com a Sonopress -, já mandou o material para a empresa e garante que os DVD's e Blu-ray's chegarão às lojas no dia 29 de abril, com lançamento posterior de uma caixa com a íntegra dos dois volumes, com mais de cinco horas de duração.
- Até o momento não fui comunicado de qualquer problema por parte da Sonopress - explicou Euzébio Munhoz Júnior, diretor da California Filmes. Ainda segundo ele, "apesar de ter classificação de 18 anos e cenas de sexo, não é um pornô. É um filme de arte, premiado, um clássico de Lars von Trier." O problema é que "Azul é a cor mais quente" (cujo trailer já mostramos aqui no Dando Pitacos) também não é um simples filme pornô, e se a qualidade da obra for medida por prêmios, não se deve esquecer que ele ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes e vários outros prêmios. Logo...
Se a recusa persistir, "Azul é a cor mais quente" só poderá ser reproduzido em DVD. Seu lançamento está marcado para o dia 12 de junho, mas as cópias já estarão disponíveis nas locadoras do país a partir de 20 de março.
Na última segunda-feira (24/02), a página oficial do filme no Facebook publicou um texto denunciando a recusa e explicando que ela aconteceu em razão do conteúdo do filme, que trata, como já disse, do relacionamento amoroso entre duas mulheres. "Ainda estamos batalhando para reverter essa situação, mas não conseguimos acreditar que tratariam dessa forma a história de amor mais linda de 2013, vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes e diversos outros prêmios. O que vocês acham disso?", diz a mensagem.
Quando esteve no Brasil para o lançamento do filme, o diretor Abdellatif Kechiche insistiu na tese de que o longa é "uma história de amor" antes de ser "uma história de amor entre duas mulheres".
Fica a pergunta: por que a diferença de tratamento, justo no instante em que o tema da legalização da união civil entre homossexuais pegou é discutido em todo o mundo? Deixe um comentário.
A questão surgiu na última terça-feira (25/02), quando a Imovision, distribuidora de "Azul é a cor mais quente", divulgou um comunicado criticando as empresas que normalmente fazem a produção de seus filmes.
"A Imovision procurou a empresa brasileira Sonopress, que replica seus títulos em Blu-ray, mas a mesma se recusou e ainda alegou que nenhuma outra empresa faria o serviço. A Imovision então contatou a Sony, que também se recusou a produzir o Blu-ray do filme, por considerar o conteúdo inadequado devido às cenas de sexo, apesar do filme já ter sido classificado para maiores de 18 anos", diz o texto.
A polêmica é grande, e já chegou, inclusive, às redes sociais. A Sonopress, por meio de sua assessoria jurídica, declarou ao O Globo que “não questiona a classificação, nem o produto, mas não trabalha quando tem cenas de sexo explícito”. Contudo, a California Filmes, distribuidora de "Ninfomaníaca" no Brasil - que faz a replicação (ou seja, as cópias) de todos os seus filmes em parceria com a Sonopress -, já mandou o material para a empresa e garante que os DVD's e Blu-ray's chegarão às lojas no dia 29 de abril, com lançamento posterior de uma caixa com a íntegra dos dois volumes, com mais de cinco horas de duração.
- Até o momento não fui comunicado de qualquer problema por parte da Sonopress - explicou Euzébio Munhoz Júnior, diretor da California Filmes. Ainda segundo ele, "apesar de ter classificação de 18 anos e cenas de sexo, não é um pornô. É um filme de arte, premiado, um clássico de Lars von Trier." O problema é que "Azul é a cor mais quente" (cujo trailer já mostramos aqui no Dando Pitacos) também não é um simples filme pornô, e se a qualidade da obra for medida por prêmios, não se deve esquecer que ele ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes e vários outros prêmios. Logo...
Se a recusa persistir, "Azul é a cor mais quente" só poderá ser reproduzido em DVD. Seu lançamento está marcado para o dia 12 de junho, mas as cópias já estarão disponíveis nas locadoras do país a partir de 20 de março.
Na última segunda-feira (24/02), a página oficial do filme no Facebook publicou um texto denunciando a recusa e explicando que ela aconteceu em razão do conteúdo do filme, que trata, como já disse, do relacionamento amoroso entre duas mulheres. "Ainda estamos batalhando para reverter essa situação, mas não conseguimos acreditar que tratariam dessa forma a história de amor mais linda de 2013, vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes e diversos outros prêmios. O que vocês acham disso?", diz a mensagem.
Quando esteve no Brasil para o lançamento do filme, o diretor Abdellatif Kechiche insistiu na tese de que o longa é "uma história de amor" antes de ser "uma história de amor entre duas mulheres".
Fica a pergunta: por que a diferença de tratamento, justo no instante em que o tema da legalização da união civil entre homossexuais pegou é discutido em todo o mundo? Deixe um comentário.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |