O Ministério do Meio Ambiente divulgou na última terça-feira (02/03) os dados sobre o desmatamento da caatinga, o bioma dominante na região NORDESTE. Ela já perdeu 45,39% dos 826.411 quilômetros quadrados de sua cobertura vegetal original, ou seja, 375.116 quilômetros quadrados. A BAHIA e o CEARÁ foram os Estados que mais desmataram, destruindo, respectivamente, 0,55% e 0,50% do bioma entre 2002 e 2008, período em que cerca de 2% da área foram queimados, aproximadamente 16.576 quilômetros quadrados. Nesses seis anos, a taxa média anual de desmatamento foi de 2.763 quilômetros quadrados.
Segundo CARLOS MINC, ministro do Meio Ambiente, a principal razão é a falta de alternativas energéticas para a região, já que no NORDESTE a vegetação é derrubada especialmente para fazer lenha e carvão, que acaba abastecendo as siderúrgicas de MINAS GERAIS e ESPÍRITO SANTO, além de alimentar o pólo gesseiro e de cerâmica nordestinos.
- Tem que ter alternativa. Sem alternativas energéticas a guerra é muito complicada e dificilmente vamos acabar com esse desmatamento - disse MINC.
É impressionante que o ministro do Meio Ambiente venha a público afirmar que a luta pela preservação da caatinga "é muito complicada" e que "dificilmente vamos acabar com esse desmatamento". Se ele, autoridade máxima do setor, faz uma afirmação desse tipo, o que diremos nós, cidadãos comuns?
O Ministério do Meio Ambiente listou os 20 municípios que mais desmataram a caatinga entre 2002 e 2008. As sete cidades que encabeçam o ranking são ou da BAHIA ou do CEARÁ: Acopiara (CE), Tauá (CE), Bom Jesus da Lapa (BA), Campo Formoso (BA), Boa Viagem (CE), Tucano (BA) e Mucugê (BA). Se a área onde está localizada a maior parcela do problema é conhecida, por que ele não age, não fiscaliza, não atua com o rigor e os recursos inerentes ao cargo ocupado?
Se é verdade que o problema está na falta de "alternativas energéticas", porque os governos federal e estaduais envolvidos não buscam os meios necessários à criação, pelo menos, de algumas das tais "alternativas energéticas" que estão faltando? Dinheiro não é problema, até porque, além do que se esvai pelos ralos da corrupção, o BRASIL agora empresta a todo mundo. Por que não usamos os NOSSOS RECURSOS nas NOSSAS PRIORIDADES, na proteção do NOSSO MEIO AMBIENTE e preservação dos NOSSOS RECURSOS NATURAIS? Por que não dar à caatinga e ao cerrado a mesma atenção dispensada à AMAZÔNIA? Será que o problema é o IBOPE?
Poucos sabem, mas gente da região entre SEABRA e o RIO SÃO FRANCISCO, na BAHIA, afirma que "a caatinga já acabou" e que as matas nativas estão alimentando os fornos de ferro de MINAS GERAIS. Segundo essas mesmas pessoas, "centenas de caminhões carregados de jurema, anjico e aroeira, entre outras madeiras originárias do bioma, SAEM DA REGIÃO SEM QUALQUER FISCALIZAÇÃO, e até mesmo os pássaros que elas conheceram quando crianças, acreditem, JÁ NÃO SÃO VISTOS, e em muitos pontos, A DESERTIFICAÇÃO JÁ COMEÇOU!
Tenho certeza, ministro CARLOS MINC, que uma das "alternativas" para a preservação da caatinga e do cerrado, da mesma forma que na AMAZÔNIA, é vontade política, é fiscalizar mais, trabalhar de forma mais inteligente e coordenada, usar de todos os meios e recursos possíveis para evitar a destruição total do bioma, fazendo jus ao polpudo salário que você recebe todo mês! O que você não pode dizer é que "dificilmente" vai acabar com a destruição. Essa assertiva demonstra sua incapacidade político-administrativa e dá aos criminosos da devastação um cheque em branco!
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
A postura do ministro do meio ambiente não é novidade para ninguém, pois ele sempre falou mais do que agiu. Será que ele vai mudar agora? Eu não acredito!
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