Orgias e assédio sexual dentro do Exército Brasileiro. Sim, e daí? Esse fato nada tem de novo, já que as ocorrências de comportamento homossexual nos meios militares são comuns, e não só no Brasil. Isso acontece em todo o Planeta. O problema, ao menos na minha visão, é a violência praticada contra aqueles que não se submetem às investidas homossexuais. Já tive oportunidade de me manifestar sobre o assunto aqui no Dando Pitacos, inclusive defendendo a opção homossexual, direito inalienável de cada um. É só ler os textos onde discuto a adoção por homossexuais e o preconceito que eles sofrem.
O que não se pode admitir é que militares, geralmente graduados, queiram submeter subordinados aos seus caprichos sexuais, e pior que isso, passem a humilhar, constranger, perseguir e até mesmo excluir das fileiras militares aqueles que não se curvam às suas vontades. Isso é crime e tem que ser punido como tal!
No meio de uma polêmica desse tipo, que se arrasta desde o início do ano, está o tenente-coronel Alberto Dias Almeida, que comanda o Hospital de Guarnição de Marabá - HGUMBA, localizado na cidade do mesmo nome, no Pará - PA. Segundo denúncias, ele assedia jovens praças sob seu comando. A Praia do Lençol, que fica naquela cidade paraense, seria o local preferido pelo militar para os encontros sexuais com recrutas, o que também acontece dentro da própria unidade médica. Quem cede aos apelos do comandante tem assegurado o engajamento nas fileiras do Exército, o que para muitos jovens da região é uma condição de sobrevivência.
A denúncia é confirmada por várias pessoas, entre elas a ex-sargento do Exército Rubenice de Nazaré Dias Martins, que procurou os órgãos de imprensa da cidade para denunciar a perseguição sistemática de que estaria sendo vítima por parte de militares de alta patente lotados no Hospital de Guarnição de Marabá - HGUMBA. Segundo ela, um dos envolvidos seria o tenente-coronel Alberto Dias Almeida, que estaria aliciando outros militares da corporação. A história já foi divulgada pela imprensa em Marabá, com grande repercussão.
Rubenice, que é técnica de enfermagem, faz denúncias gravíssimas, revelando que dentro do hospital e em outras unidades militares ocorriam e possivelmente ainda ocorram orgias sexuais, entrada de mulheres, algumas menores de idade, e bebida, com a participação de cabos, soldados e até mesmo parentes de militares. Ela revela que tem várias fotos das festas em que ocorriam as orgias, inclusive com o tenente-coronel vestido com trajes femininos.
Rubenice Martins conta que após três anos e onze meses de serviço militar, foi dispensada, depois de ser "perseguida e humilhada", em retaliação às denúncias que fez. Ela ressalta que já ingressou na Justiça Federal de Marabá com um pedido de reintegração nas fileiras do Exército. Esclarece, ainda, que tudo começou quando tomou conhecimento de que o soldado Charles Carvalho de Melo estava sofrendo assédio sexual e moral por ter se recusado a participar das orgias sexuais que aconteciam na casa do tenente-coronel.
Conforme as denúncias de Rubenice Martins, proposta semelhante também foi feita ao soldado Carvalho, que se recusou a fazer parte do grupo, passando a sofrer perseguições e humilhações no trabalho. Segundo a ex-militar, todos os fatos foram levados ao conhecimento do general Mário Lúcio Alves de Araújo e ao coronel Hugo Bartolomeu Ferreira. Por conta das denúncias, Rubenice recebeu cinco punições, porque segundo a regulamento militar, sua atitude estaria a configurar ato de "transgressão à hierarquia e disciplina".
Ela ressalta ainda, que após as denúncias de assédio sexual e apesar de ser da área de saúde, foi transferida para o Batalhão Logístico - BLog, onde era a única militar, obrigada, inclusive, a tirar serviço como sargento comandante da guarda.
- Eu cheguei a chorar na frente dos soldados, pois, não tinha experiência como sargento de dia - afirmou. Ela também diz que ficou proibida de entrar no pavilhão onde trabalhava o comandante do 23º BLog, tenente-coronel Alfredo Alexandre de Menezes Júnior.
Procurado à época pela imprensa local, o comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva de Marabá disse que não iria se manifestar sobre o caso, porém enviou uma nota ressaltando não ter sido "notificado ou informado acerca do assunto por qualquer órgão ou instituição a quem caiba apurar ou atestar a veracidade dos fatos narrados pela ex-militar". A 23ª Brigada de Infantaria de Selva informou ainda, através de sua Assessoria de Comunicação Social, que as suas "organizações militares diretamente subordinadas tomarão as medidas legais cabíveis, como sempre o fizeram, toda vez que a situação assim o exigir".
De lá pra cá, nada aconteceu, a não ser o surgimento de novas denúncias. Assista ao vídeo:
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |