Eu quero um presidente, não um fantoche político!

Consegui fazer três postagens sem falar de política, mas tenho que retornar ao assunto. O jornal O Globo publicou ontem (05/10):

“Depois do anticlímax para os petistas com a realização do segundo turno, o comando da campanha da candidata Dilma Rousseff iniciou uma ofensiva na segunda-feira mesmo, com ajuda de uma força-tarefa formada por governadores e senadores eleitos, para reanimar a militância e reverter a sangria dos votos evangélicos e católicos ocorrida na reta final do primeiro turno. Na reunião fechada, Dilma e aliados reconheceram que perceberam tarde demais o efeito da campanha na internet com boatos de que ela era contra valores da vida e a favor do aborto. E que subestimaram o movimento de perda de votos entre cristãos. A reconquista desses votos passou a ser uma das principais estratégias para o segundo turno”.

O fato que deu origem à matéria jornalística acima também foi captado por muita gente, em várias partes do Brasil.

Amarildo Lima é um simpático capixaba, que trabalha há 22 anos no jornal A Gazeta do Espírito Santo como chargista e editor de ilustração. É dele o Blog do Amarildo, onde sou cadastrado e por isso recebo, via e-mail e diariamente, todos os trabalhos que ele publica. Quando você tiver um tempo disponível dê uma passadinha por lá e conheça um pouco da sua criatividade. O cara é um artista!

A charge abaixo me foi enviada por ele ontem (05/10), e a partir de seus traços bem humorados a gente começa a perceber, como está na matéria do O Globo, a transformação que Dilma Roussef e seu staff preparam para o segundo turno das eleições.

Se conseguir incorporar a imagem e idéias de Marina Silva, o que é improvável, até porque óleo e água não se misturam, ela vai tentar tirar de seus ombros o peso de algumas imagens plantadas na campanha do primeiro turno e ainda bem vivas na lembrança de milhares de eleitores. Sua opinião sobre a legalização do aborto, com absoluta certeza, é um dos principais obstáculos entre ela e o voto dos religiosos que ela pretende conquistar no segundo turno. Por isso mesmo, como está na reportagem do O Globo, ela e seus aliados "reconheceram que perceberam tarde demais o efeito da campanha na internet com boatos de que ela era contra valores da vida e a favor do aborto".

Apesar disso, seus estrategistas de campanha cometem outro equívoco: não é verdade que a internet tenha divulgado “boatos de que ela era contra valores da vida e a favor do aborto”. Desde que a campanha eleitoral se iniciou ela vem se manifestando a favor de sua legalização, e a prova disso está no You Tube, ao alcance de qualquer interessado. Basta dar uma olhada no vídeo abaixo.

Ela não pode agora, convenhamos, para agradar à classe religiosa, despir-se da Dilma Rousseff do início da campanha e incorporar a personagem que a charge do Amarildo inteligentemente insinua e a mídia confirma. Qualquer país, mas principalmente o Brasil, uma nação de quase 200 milhões de habitantes/cidadãos não pode ficar à mercê de um Presidente que se deita com uma cara e acorda com outra.

O eleitor tem o direito de saber quem é o candidato que vai receber o seu voto. Ele, o candidato, tem o dever, a obrigação de mostrar, de forma clara, de onde ele vem, qual a sua trajetória política, quem foi e é na vida pessoal, onde viveu, se é casado, amigado, divorciado, se tem família e quais são as suas reais opiniões sobre certos temas.

Eu não acho, por exemplo, que a opção sexual de alguém possa servir de empecilho à sua candidatura política. Mas tem gente que acha! Milhares de eleitores por esse Brasil afora, até por questões religiosas, não votariam num homossexual. Certo ou errado, não interessa! É a posição daquele eleitor, daquele cidadão, e como o voto é dele, a ele e a mais ninguém cabe decidir. Ou será que alguém discorda disso?

O Brasil não pode, nem por todas as bolsas-família de sua história, submeter-se ao comando de um político de proveta cujas atitudes e caminhos ninguém consegue imaginar. O voto não é um tiro no escuro e não pode ser exercido sem convicção, sem a certeza de como, por quem e para quê ele será efetivamente utilizado. Afinal de contas, quem governará os nossos destinos se Dilma Rousseff for eleita? O PT, o PMDB, o PCdoB, Lula, Michel Temer, Marco Aurélio Garcia (ele mesmo, aquele do top, top na frente das câmeras de TV), José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros, José Dirceu, Marta Suplicy, Aloisio Mercadante Oliva, Tarso Genro, Antonio Palocci, Ciro Gomes ou José Eduardo Dutra, isso apenas para lembrar alguns dos integrantes do projeto de poder imaginado pelas mentes do socialismo retrógrado e enrugado que se instalou no país há 8 anos.

Não sou um jornalista e muito menos analista político, mas sei, como a maioria da população, que quase todos os políticos são iguais. Quase todos tentam se travestir da forma mais agradável ao eleitor. Mudam até de cor, como fazem os camaleões para iludir seus predadores. Exatamente como Dilma Roussef se prepara para fazer. Ela é a camaleoa da vez. Não a da canção de Caetano, mas a da política, a que tenta se camuflar para enganar o eleitor e abocanhar o seu voto. O problema é que numa eleição não há predadores e o iludido é o eleitor. Por isso, pense bem cidadão brasileiro, e vote com consciência! Eu quero um Presidente, não um fantoche político. E você?

Sobre o Autor:

Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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