Durante muito tempo o hábito de fumar foi visto como um vício sem muita importância. Só no final da década de 80 é que o tabagismo passou a ser encarado como uma doença. Foi quando a ciência descobriu os receptores de nicotina do cérebro e o seu poder de viciar, muito maior que o de drogas como cocaína e heroína, por exemplo.
Quando ativados, esses receptores liberam substâncias que produzem uma sensação de prazer, e é por essa razão que um simples cigarro basta para aliviar sintomas de ansiedade e depressão, o que se apresenta como uma válvula de escape em tempos de muita correria e stress. E é na busca dessa sensação de bem-estar que as pessoas acendem, quase que sem perceber, um cigarro após outro. Para o viciado, ficar algumas horas sem fumar é quase insuportável e faz surgir um desejo incontrolável de levar um cigarro à boca e tragar sua fumaça. É a síndrome da abstinência.
O corpo de quem usa o tabaco de forma regular desenvolve a necessidade por nicotina, e se ela não é ingerida, a pessoa começa a ter sintomas de abstinência, que variam de indivíduo para indivíduo, e dependem da quantidade de nicotina que ele está acostumado a utilizar. Quanto maior a quantidade, mais fortes são os sintomas de cansaço, irritação, nervosismo, ansiedade, tristeza ou depressão e fome maior do que a usual.
Durante um período de abstinência, a pessoa pode ter dificuldades para se concentrar, dormir e lidar com o stress.
Os sintomas da abstinência surgem, em média, 24 horas depois de a pessoa parar de fumar ou de usar substâncias com tabaco, e podem piorar, durando alguns dias ou semanas (três ou quatro em média). A vontade de fumar e o aumento do apetite podem durar meses. O tratamento para a abstinência inclui remédios, terapia ou grupos de apoio, uma dieta e exercícios regulares.
Por que você fuma? Para aliviar a tensão, a irritação, o stress ou para melhorar o humor? A vontade de fumar vem à sua cabeça automaticamente quando você está frustrado, tenso, triste? Fumar acalma? Você fuma mais cigarros quando está nervoso?
O alívio que o cigarro parece criar vem da pausa que o indivíduo faz para fumar e dos efeitos químicos da nicotina no cérebro, mas quando ele retorna ao ambiente que causou o stress logo depois de acabar o cigarro, a tensão retorna e vai precisar fumar novamente. O cigarro, na verdade, não faz a tensão, o stress ou depressão desaparecerem. A única forma de controlar estes fenômenos é identificar as suas causas e tentar mudar a forma de reagir diante deles.
Há quem ache que fumar ajuda a manter o peso. É verdade que a nicotina reduz o apetite, mas não menos verdadeiro é que as desvantagens são inúmeras. Fumar não faz nada pelos músculos. O indivíduo pode até perder peso, mas seus músculos não estarão tonificados e ele ficará cada vez mais distante da energia que vem da combinação entre exercício e alimentação correta. Essa é a forma saudável de se manter o peso.
Alguns pensam que o ato de fumar ajuda a pessoa a ganhar concentração e se manter alerta. A nicotina encontrada no tabaco, não há porque negar, ajudar a despertar o cérebro, mas não há substituto para uma boa noite de sono, alimentação saudável e exercícios regulares.
Alguns se iniciaram no vício do cigarro apenas para se adequar aos amigos, ao ambiente social e de trabalho, o que não se justifica. Ninguém precisa fumar para se ambientar a nada. Se assim fosse, já nasceríamos com um cigarro entre os dedos. Parar de fumar traz uma infinidade de vantagens. Roupas, cabelos e dentes ficam mais bonitos e sem o horrível cheiro da nicotina. A respiração fica mais fácil, e você, acredite, volta a sentir o verdadeiro cheiro das coisas e pessoas.
Além disso, é comum ouvir adolescentes dizerem que preferem namorar ou beijar quem não fuma. Fumar, você talvez não perceba, causa mau-hálito, problemas nos dentes e manchas na boca, e não é um jeito inteligente de perder ou evitar o ganho de peso, o que já dissemos acima, se consegue com atividades físicas regulares.
Se tudo isso não bastasse, some a despesa que o cigarro acarreta ao seu orçamento no período de um ano, por exemplo, e veja se não vale a pena parar com o vício. Você vai economizar dinheiro e saúde. Dinheiro a gente gasta e ganha de novo, mas a saúde perdida não tem volta. Pense nisso!
Fonte: Minha Vida
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Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
