21 fevereiro 2011

Escrivã de Polícia tem as roupas arrancadas e fica nua em delegacia


Em sua última postagem, o Dando Pitacos pergunta se a tal igualdade de direitos de que tanto ouvimos falar “existe ou é um sonho utópico”, referindo-se aos desmandos praticados pelo Juiz João Carlos de Souza Correa, titular da 1ª Vara de Búzios – RJ, acobertado, claro, pela função.

Não toquei ainda no assunto, mas todo mundo sabe que as polícias civil e militar cariocas enfrentam uma de suas maiores crises. Dezenas de policiais e um delegado, Carlos de Oliveira, ex-subchefe da instituição, presos, e Allan Turnowiski, seu ex-chefe, investigado pela Polícia Federal sob suspeita de se beneficiar de um esquema sustentado por policiais ligados a milícias, contraventores e contrabandistas.

No último sábado (19/02), um outro absurdo, ao menos na minha opinião, foi tornado público com a divulgação de um vídeo no You Tube. A questão agora envolve uma ex-policial civil de São Paulo – SP. As cenas são grotescas, mas espero que todos entendam, precisam ser mostradas. Afinal, num país dito “de todos”, não se pode admitir regalias a alguns e tratamento ultrajante a outros, principalmente em se tratando de uma mulher.

Tudo aconteceu nas dependências do 25º Distrito Policial de São Paulo – SP, no dia 15 de junho de 2009. Mais que chocantes, as cenas são emblemáticas, e mostram o desrespeito com que são tratadas pessoas tidas sob investigação. Detalhe: a personagem envolvida, repetimos, é uma policial civil. Imaginem se ela não fosse “da casa”!

Pra que ninguém diga que deturpei os fatos, vou me reportar ao texto original estampado ontem (20/02) no G1:

“O vídeo em que uma escrivã de polícia aparece sendo despida em uma delegacia de São Paulo caiu na internet e foi parar no Youtube. Nas imagens, é possível ver a mulher sentada enquanto ouve sucessivos pedidos para que tire a roupa por causa da suspeita de que ela tenha escondido o dinheiro recebido como propina para livrar um homem de investigação. O vídeo foi gravado em 2009. Neste domingo (20), Fabio Guedes Garcia da Silveira, um dos advogados da ex-policial, disse ao G1 que ela não descarta processar o estado por causa da divulgação das imagens.

O caso começou quando um homem envolvido em um inquérito no 25º Distrito Policial, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, por ter sido flagrado em posse de munições, procurou o Ministério Público para denunciar a escrivã, que segundo ele havia pedido uma quantia em dinheiro para livrá-lo da investigação.

O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), acionou a Corregedoria da Polícia Civil.


Flagrante

O homem foi orientado a prosseguir com as negociações com a escrivã e, na data marcada para a entrega do dinheiro, o processo foi acompanhado por policiais da Corregedoria. Após a entrega da quantia, a policial foi abordada e a gravação foi iniciada, conforme disse, neste sábado (19), a corregedora-geral da Polícia Civil de São Paulo, Maria Inês Trefiglio Valente.

De acordo com Maria Inês, o vídeo tem mais de 40 minutos e mostra toda negociação para que a escrivã entregasse o dinheiro, que seria a prova do crime. A gravação foi feita, segundo a corregedora, “para a garantia de todos“, como é comumente feito em ações da corregedoria.

Segundo Maria Inês, a escrivã colocou o dinheiro dentro da calça, fazendo com que fosse necessária a retirada da peça de roupa para a apreensão do dinheiro. A policial chega a ser revistada por uma mulher, mas nada foi encontrado. “O delegado pede que ela entregue o dinheiro, mas ela se recusa. Ele tomou a atitude que tinha que tomar para pegar a prova. Um policial sabe o custo das atividades ilegais dele“, afirmou a corregedora.

Os policiais então decidiram fazer o que aparece nas imagens: algemaram a escrivã e tiraram a roupa dela. No vídeo divulgado, um deles afirma ter encontrado o dinheiro. Ela foi autuada em flagrante pelo crime de concussão e sofreu um processo administrativo, finalizado em outubro de 2010 com sua expulsão da Polícia Civil. Ela ainda responde a processo criminal por concussão e tem audiência marcada para maio”.

Sabemos que opiniões divergentes vão surgir, mas entendemos que a ação policial foi, no mínimo, humilhante e constrangedora. Uma mulher, tenha ou não praticado um ilícito penal, não pode ser submetida ao tratamento ultrajante mostrado no vídeo. Em situações dessa natureza, a imposição é da lei, a mulher deve ser revistada por outra mulher. O uso das algemas e a brutalidade no arrancar das roupas da ex-policial, sem impedir a visão de suas partes íntimas, é fato que choca e assusta o cidadão comum. Qualquer bandido preso, e isso a a mídia nos mostra diariamente, tem o direito de esconder o rosto. Culpada ou inocente, por que a nudez da policial foi exposta de forma tão vulgar e covarde? Ah, mas o vídeo era sigiloso! E agora que ele chegou ao You Tube? Onde estão as garantias fundamentais do cidadão?

Por isso, repito aqui o parágrafo que fechou nossa última postagem:

“Sei, por ouvir dizer e conviver diariamente com o fato, que a Justiça tarda. Alguns dizem, pura mentira, que ela não falha. Demorada ou infalível, não importa. O que queremos saber é a quantas arbitrariedades a sociedade ainda vai ter que assistir (e sofrer) até ver punido o agente público que lhe deveria servir de exemplo? Afinal, somos ou não iguais perante a lei? A tal da "igualdade" existe ou é um sonho utópico?”

Assista ao vídeo:






Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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35 comentários:

  1. A mulher estava completamente fora de si...
    mas a atitude dos policiais foi completamente inaceitavel e amadora, infelizmente essa é o preparo desses profissionais do nosso país

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  2. Oi Roberto, vejo como você esta questão. Com todo o respeito a quem pensa o contrário, sempre vou me posicionar contra qualquer tipo de violência onde quer que ela apareça. Quem erra tem que responder pelo seu erro, isso não se discute. Mas Justiça na minha visão, nunca será sinônimo de desrespeito. E muito menos de crueldade.

    Abs

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  3. Realmente, Vanessa!

    Acho até que o comportamento dela deveu-se ao sentimento de culpa, ao desespêro por ter sido surpreendida praticando um ilícito, mas a atitude dos policiais envolvidos, como você disse, foi "inaceitável e amadora", típica do despreparo "desses profissionais" no Brasil. Exemplo disso está na prisão da professora Angélica Jesus Batista, presa no sábado pela Polícia Civil de Ourinhos - SP, depois que um pacote de rapadura que ela carregava foi confundido com crack.

    Obrigado por sua participação...

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  4. Perfeito, Denize!

    "Quem erra tem que responder pelo seu erro, isso não se discute. Mas Justiça na minha visão, nunca será sinônimo de desrespeito. E muito menos de crueldade".

    Um grande abraço...

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    1. Já estar marcado o rosto de todos se na suas lei isso não crime Augemar e deixa nua na nossa e mesmo ke arome uma ganbe dla e mulher e será feita justiça na nossa lei ass:inimigo número 1 da Pm

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  5. Está certo sim, ladrão deveria ser tratado sempre assim, independentemente de qualquer coisa. Se teve a ousadia de roubar, ficar pelada é o de menos.

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  6. Olá, Vinicius!

    O seu comentário comporta uma observação que já fiz em outro comentário deixado no diHITT:

    "A lei tem que ser cumprida, sempre! Sem isso, retornaríamos ao tempo das cavernas, à lei da selva, onde manda o mais forte, o que fala mais alto. A violência não se justifica, em nenhum momento, contra ninguém.

    No confronto entre o policial e o bandido, que caia o bandido. Mas se ele é preso, deve ser submetido à lei. Se ela é falha, que se modifique a lei.

    Pra mim, mesmo respeitando o seu ponto de vista, a moça foi submetida a uma violência. A privacidade dela, sua condição de mulher, nada têm a ver com o ilícito supostamente cometido. Na minha opinião, ela foi violentada!"

    E apenas pra esclarecer: ela não roubou ninguém. A acusação é de concussão, que é a extorsão de dinheiro ou exigência de vantagens indevidas por funcionário público no exercício da função.

    Um grande abraço...

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  7. Parabéns pela postagem. Parabéns pela opinião que o blog sustenta. Vocês estão no caminho certo da história, tanto que o G1 registra hoje:

    "O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, determinou na noite desta segunda-feira (21) o afastamento de dois delegados lotados na Corregedoria da Polícia Civil. Eles aparecem em um vídeo em que uma ex-escrivã é obrigada a ficar nua para ser revistada.

    A cena foi gravada em 15 de junho de 2009, em uma sala do 25º DP, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, mas caiu na internet e ganhou notoriedade.

    Um terceiro delegado que também esteve envolvido na ação da Corregedoria já não integra mais os quadros do departamento, de acordo com a nota".

    E mais:

    "O vídeo exibe os corregedores tirando à força a calça e a calcinha de uma escrivã suspeita de corrupção. Ela respondeu a processo administrativo e foi exonerada da Polícia Civil. O inquérito criminal ainda corre na Justiça.

    O secretário determinou a instauração de processo administrativo disciplinar para apurar "a responsabilidade funcional" de cada um dos corregedores, bem como do delegado titular da Divisão de Operações Policiais da Corregedoria à época, que, segundo a nota, "concorreu para o desfecho daquela intervenção policial".

    O secretário também determinou a expedição de ofício ao procurador de Justiça "manifestando perplexidade com o requerimento de arquivamento do inquérito policial instaurado por abuso de autoridade pelo representante do Ministério Público".

    Repito: parabéns pela postagem!

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  8. Obrigado, Augusta!

    Eu li a matéria do G1, e não vou negar, fiquei feliz por saber que a atuação dos policiais envolvidos no fato descrito no post não chocou apenas a mim, mas também às principais autoridades do governo de São Paulo, sendo de se destacar o ofício remetido ao procurador de justiça "manifestando perplexidade com o requerimento de arquivamento do inquérito policial instaurado por abuso de autoridade pelo representante do Ministério Público". Foi uma decisão, no mínimo, suspeita.

    Um abração e passe sempre por aqui...

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  9. E não foi só isso, Carlos Roberto! Também está no G1 que "o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, classificou nesta segunda-feira (21) como "grave" o vazamento do vídeo da Corregedoria da Polícia Civil que mostra uma escrivã tendo sua roupa arrancada à força em uma delegacia durante uma operação do órgão. A mulher era investigada por corrupção. A gravação mostra ela sendo algemada e tendo sua roupa retirada por policiais. As imagens foram feitas pela própria Corregedoria, mas acabaram vazando, sendo publicadas na internet.

    “Isso é evidente que é grave, e vai ser apurado, como é que um documento interno da polícia acabou indo a exposição pública”, disse o governador após a cerimônia de entrega de 26 novos ônibus para o corredor ABD".

    Parabéns pela coragem da sua postagem!

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  10. É verdade, Lia!

    Isso vem demonstrar o acerto da posição que adotamos aqui no Dando Pitacos. A moça pode até ter praticado o crime de que é acusada, mas ela não poderia, em nenhuma hipótese, ser submetida à violência perpetrada pelos policiais que investigavam o fato. Além disso, tem razão o governador Geraldo Alckmin quando pergunta "como é que um documento interno da polícia acabou indo a exposição pública”?

    Um grande abraço...

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  11. Olá Roberto!
    Realmente as cenas são chocantes!
    De qualquer forma um crime não justifica o outro!
    Espero que todos (todos mesmo) sejam punidos, inclusive a mulher. A questão pelo que vejo aqui não é o flagrante em si...isso já foi provado; mas a covardia e o método utilizado para obterem tal flagrante! Se gravaram as negociações, isso não seria prova suficiente para incriminá-la?
    Não entendo muito dessas coisas, mas o meu bom senso diz que está tudo errado aqui!
    Que vergonha!
    Grande beijo,
    Jackie

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  12. Realmente, uma grande vergonha, Jackie! Para a moça e para as "autoridades" que a submeteram a uma situação tão ultrajante, até porque, como você bem disse, "um crime não justifica o outro!" E tanto isso é verdade que as autoridades de segurança e o próprio governador de São Paulo determinaram a reabertura do caso.

    Um grande abraço...

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  13. isso mastra como esse policiais sao nas ruas com o cidadão

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  14. É verdade, amigo(a) Anônimo(a):

    Pelo tratamento dispensado a uma mulher policial dá pra imaginar o que acontece quando um cidadão comum cai nas mãos desse tipo de "autoridade".

    Um abraço e obrigado pelo comentário...

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  15. Carlos, que sabemos estar a policia de nosso país vivendo momentos de crise administrativa e de corrupção é fato, porém nada justifica a açãos desses policiais. A moça deve ser punida , mas passar pelo contrangimento de ser desnudada numa sala repleta de homens foi absurdo e arbitrário.Isso é abuso de poder se fazem isso com uma ex colega de profissão imaginem o que fariam com uma civil?!

    parabéns pela postagem

    Abraços

    Expedicionários

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  16. Olá, Amores do Velho Chico:

    A crise hoje enfrentada pela polícia é de caráter. O cidadão que paga impostos nunca esteve tão desprotegido. O episódio que envolveu a escrivã da polícia civil de São Paulo só nos faz ver como age o policial dentro das delegacia. Por isso a sua pergunta se justifica: se fazem isso com uma ex colega de profissão imaginem o que fariam com uma civil?!

    Um abração...

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  17. Essa Escrivã dançou...e tinha mesmo que dançar. E a dança dela ainda não acabou: tramita um processo criminal contra ela. Até aí, tudo Ok. Mas o que será que vai acontecer com esses sádicos doentes mentais (com o perdão da redundância)? Ninguém adivinha? Então eu digo: tham tham taham tham!!!NADA. Absolutamente, nada. Eles serão afastados (leia-se: ficarão de férias forçadas, mas recebendo)até o caso ser mais ou menos esquecido. Depois vão por eles num departamentinho obscuro para que cocem o saco até a aposentadoria. Que Deus tenha piedade de nós.

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  18. Se ela realmente praticou o crime de concussão, tem que ser punida. Eu também tenho cá minhas dúvidas sobre as punições que serão aplicadas aos protagonistas da cena absurda a que a policial foi submetida.

    Seu raciocínio não está muito longe da realidade: é bem possível que eles sejam mandados para um "departamentinho obscuro para que cocem o saco até a aposentadoria".

    Um abraço e participe sempre...

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  19. Eu sou um policial. Se eu fizesse isso aí que foi feito com uma bandida qualquer, dentro da minha delegacia, a corregedoria beberia o meu sangue, e comeria o meu fígado. Eu seria preso, acusado de estupro, abuso de poder etc. Seria demitido, preso e excomungado pela Igreja. Como alguém já dissera, prá esses "delegados" eu ergo meu dedo médio na única saudação apropriada.

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  20. Moço. Que loucura!!! Os home confundiram a escrivãzinha com o Dr. Anibal Lecker.

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  21. Concordo com você! Qualquer policial comum que agisse da mesma forma que os delegados paulistas estaria na rua, sem qualquer direito e ainda responderia a um processo criminal.

    Vamos ver o que acontece com eles!!!

    Um abraço, Anônimo...

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  22. Anônimo:

    Você quis dizer "Hannibal Lecter"?

    Um abraço...

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  23. Eles tinham que dar o flagrante exemplar, sem dar chance dessa mulher se passar por vítima.


    Diversas operações de Polícia Civil desse país são anuladas na Justiça por causa disso! Trabalhos de meses e anos que vão por água baixo!

    Ficaram meses investigando o caso. Como não planejar e estudar formas de dar o flagrante nela?!? Amadorismo absurdo!

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  24. O tempo parece ser inimigo de algumas instituições no Brasil. Quanto mais ele passa, menos eles aprendem. Mesmo com a toda a tecnologia hoje disponível, a vaidade, a prepotência e a arbitrariedade continuam a atrapalhar a execução de tarefas simples.

    Um abraço, Kiara...

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  25. acho que HOJE O PREPARO DOS POLICIAS no brasil é que nem joga video game,eles vive num mundo onde so eles escolhem regras,o brasil vive uma epoca onde a censura predomina e a tv mostra um brasil que não existe.

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  26. Você não deixa de ter razão, Gustavo!

    Certas autoridades se acham acima do bem e do mal, e por isso entendem que as regras comuns, as que devem ser seguidas por todo cidadão, a eles não se aplicam.

    Apenas a título de exemplo, até porque nem todos são iguais, mas no Judiciário se costuma dizer que os Juízes "se acham deuses" e os desembargadores "têm certeza absoluta disso".

    Um abração...

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  27. Diz o ignorante: "Se teve ousadia de roubar ficar pelada é o de menos". Primeiramente vc tem que saber o que é concussão que não é roubo, ademias disto um crime não justifica o outro. Oa policiais também comteram ílicito e devem pagar por isso. Uma eventual omissão em se punir esses despreparados "policias", com certeza abrirá precedentes para mais arbitrariedades, então, antes de falar besteira, pense que a próxima vítima desses policiais poderá ser tua própria mãe, aí tenho certeza que vc vai querer Justiça mas sem razão porque foi um dos que apoiou a arbitrariedade em comento. Poir isso vai estudar idiota, antes de faalr merda!!!!!!!!

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  28. Meu novo amigo Anônimo:

    É isso que se sustenta desde o início: um crime não justifica o outro! Todos erraram, e cada deve ser punido na forma prevista na lei. A impunidade é principal fato gerador da violência, da arbitrariedade, do desrespeito ao cidadão e aos direitos humanos.

    Estamos muito longe de ser um país perfeito, principalmente em razão da classe política que temos, enlameada até a alma, mas precisamos insistir no cumprimento das regras, senão, meu amigo, vira selva, onde vai mandar o mais forte, não é verdade?

    Obrigado pelo seu comentário!

    Um grande abraço...

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  29. Para informação de todos que aqui gentilmente deixaram os seus comentários, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, transferiu nesta quinta-feira (24/02) a delegada Maria Inês Trefiglio Valente da diretoria da Corregedoria Geral da Polícia Civil para a Delegacia Geral de Polícia Adjunta.

    A transferência acontece dias após a policial afirmar que delegados da Corregedoria agiram “dentro do poder de polícia” ao arrancar à força as roupas de uma escrivã investigada por corrupção.

    Segundo nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP), responderá pela Corregedoria Geral de Polícia o delegado Delio Marcos Montresor, que já exerce suas funções naquele departamento. O comunicado, porém, não cita o caso como causador direto da transferência.

    Anteriormente, Ferreira Pinto já havia determinado o afastamento de dois delegados da Corregedoria que aparecem no vídeo. Um terceiro delegado que também esteve envolvido na ação já não integra mais os quadros do departamento, de acordo com a SSP.

    Parece que o bom-senso está prevalecendo!

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  30. Mais informações a respeito dessa lamentável "ocorrência" policial. Os detalhes estão no G1:

    "Relatório do Ministério Público Estadual revela que uma policial militar chamada por policiais civis para revistar a escrivã suspeita de corrupção em 2009 tentou vistoriá-la no banheiro da delegacia, na companhia de uma guarda-civil metropolitana, sem a presença masculina, mas foi impedida pelo delegado da Corregedoria que comandava a ação.

    A ex-escrivã, expulsa da corporação, foi despida à força por um delegado da Corregedoria da Polícia Civil e filmada nua pela equipe dele, formada por homens, dentro do 25º Distrito Policial, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo.

    Em seu depoimento, a policial militar disse que o delegado alegou que ele precisava acompanhar a revista, exigindo que a escrivã se despisse na sua frente. A testemunha afirmou que a suspeita se recusou, dizendo que só iria tirar a roupa para mulheres.

    Mas o delegado arrancou a calça e a calcinha da escrivã, que ficou nua na frente da policial militar, de uma guarda-civil metropolitana, de uma mulher e de pelo menos quatro delegados. Em seguida, o delegado da Corregedoria mostrou R$ 200 que disse estar com a escrivã e a prendeu. O dinheiro, segundo a acusação, foi pago à escrivã por um suspeito de porte ilegal de arma para favorecê-lo no inquérito.

    “A testemunha solicitava ao delegado da Corregedoria para fazer a revista pessoal (...) no banheiro existente no local. Porém, o delegado exigia que ela se desnudasse na frente dele. Referido delegado não deixou que a testemunha realizasse a revista pessoal (...) no banheiro porque ele dizia que, por ser o condutor, precisava acompanhar a diligência. Na sala também estava uma guarda-civil metropolitana para auxiliar na diligência e uma outra mulher. Por fim, (...) se jogou no chão e referido delegado a segurou pelas pernas e arrancou as calças dela, arrancando também a calcinha, permitindo que todos vissem seus pelos pubianos”, disse a policial militar em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep), que instaurou procedimento para apurar eventual crime de abuso de poder e violação de direitos durante a prisão em flagrante da escrivã".

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  31. A sociedade deve se envolver mais nestes e em outros casos ABSURDOS de abuso de poder. Temos uma ferramente fantástica que é a Internet, blogs excelentes como este, não podemos deixar que caia no esquecimento. Hoje é o dia internacional da mulher, seria o dia perfeito para manifestações contra estas chamadas "autoridades", temos que parar de latir e começar a morder. ACORDA POVO BRASILEIRO. Parabéns Carlos pelo blog.
    Abraço

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  32. Concordo plenamente com você, amigo(a) desconhecido(a)! Tanto que na postagem que homenageia o Dia Internacional da Mulher (07/03) chamei mais uma vez a atenção para a discriminação sofrida pela mulher, registrando que "se fosse um homem o envolvido no ilícito penal supostamente cometido por ela, o tratamento seria outro, com absoluta certeza!"

    Como você diz, ferramentas para denunciar e discutir o problema não faltam, e uma delas são os milhares de blogs espalhados pela blogosfera.

    Gostei do que você diz: "temos que parar de latir e começar a morder".

    Um grande abraço e participe sempre do Dando Pitacos...

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  33. após ficar nua… o video é bem claro que não há absolutamente nada nem na calcina nem nas intimidades dela, pois a câmera foca bem nitidamente! após o delegado com as mãos fechadas vai em direção a calcinha e diz encontrar as supostas notas. Mas ela não recebeu uma propina?? deveriam ser notas verdadeiras, mas R$ 200,00 talvez seria um custo alto pro bolso de quem quis armar o flagrante pra escrivã, porque não notas falsas?? não sairia do bolso de ninguem e é mais um agravo pro flagrante da escrivã! mas porque não deixou uma policial revistá-la sem a presença dele? seria loucura abordar uma escrivã desta forma sem provas né! o uso de força bruta pra camuflar o flagrante (dinheiro que já estava na mão do delegado) foi uma jogada fenomenal(acho que fez curso de mágica… mas muito mal feito), sem contar que as notas estão novíssimas e sem amassos, pra colocar dentro da intimidade pelo menos deveria ter alguns amassos, rsrs, pena que o delegado deve ter irritado alguem e este colocou o video na internet, está claro que foi armação pra cima da moça! talvez por ela ser correta ou ter colocado o dedo onde não deve, história mal contada, violação dos direitos, humilhação, isso vai dar pano pra manga!!! a ex-escrivã retornará pra polícia e terá uma gorda idenização! já para os delegados… exoneração e processo criminal. Bela história rsrs.

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  34. se ela é ladroa, então tá certo deve-se tratada como tal

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