23 junho 2011

Vidas perdidas

O trânsito nas estradas brasileiras mata, em média, duzentas pessoas por dia, seis mil por mês e setenta e duas mil por ano, o que significa que aqui morre mais gente do que nos atuais conflitos armados espalhados pelo mundo. Além das mortes, o caos do trânsito traz sérios prejuízos à saúde das vítimas e à própria economia do País. Em são Paulo - SP, por exemplo, onde há um veículo para cada dois habitantes, chega-se a perder cinco horas e meia por dia na ida e volta ao trabalho, o que também acontece na maioria das cidades brasileiras.


Essa situação caótica, cuja solução está longe de ser alcançada, tem sua causa primária no aumento vertiginoso de veículos nas ruas e na má educação de motoristas e pedestres, mas não tenham dúvidas, também passa pela incompetência, omissão e negligência das “autoridades” responsáveis pelo setor, cujos cargos geralmente são ocupados por afilhados políticos de quem detém o poder de indicação e não por técnicos especializados.


Monique Bacalhau


Nesta quinta-feira (23/06), por exemplo, cerca das 6h30, na Avenida da Saudade – Campos Elísios – Ribeirão Preto – SP, um acidente envolvendo um carro e um ônibus matou a jovem Monique Bacalhau, de apenas 18 anos. Ela morava na cidade há um ano e ia começar a cursar Direito na Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP. O motorista do veículo, Heitor Fontes Melo dos Santos, de 19 anos, que seria filho de José Sebastião dos Santos, ex-secretário de Saúde do município, foi levado em estado grave para a unidade de emergência do Hospital das Clínicas.


Heitor Fontes Mello dos Santos


Segundo informações da Polícia Militar, o jovem dirigia o veículo em alta velocidade e teria avançado um sinal vermelho, momento em que foi atingido pelo ônibus.

Outros dois passageiros do carro, Alexandre Freire e Renato Farelo, ambos com 18 anos de idade, foram levados a outros hospitais. Freire passa por exames na Santa Casa, e seu estado não é considerado grave. Farelo foi encaminhado ao Hospital São Paulo, onde passou por exames e foi liberado em seguida. O motorista e os passageiros que estavam no ônibus não sofreram ferimentos.

Segundo a polícia, o boletim de ocorrência foi elaborado como homicídio doloso, quando o suspeito assume o risco, já que o veículo, dada a força da colisão, estaria a cerca de 150 quilômetros por hora no momento do choque. E o pior: próximo ao carro foram encontradas cápsulas vazias de cocaína.





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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