20 agosto 2011

Papo calcinha

A calcinha, peça fundamental no guarda-roupa feminino e um verdadeiro talismã no universo dos sonhos masculinos, vem ficando cada vez menor, e foi justamente esse detalhe, o tamanho da peça, que motivou uma pesquisa recentemente realizada pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial - IEMI.

Engana-se, por exemplo, quem pensa que o tamanho da calcinha é a única coisa que importa para as mulheres. O conforto e a praticidade são os dois itens mais importantes, segundo elas, na hora de escolher o acessório. Depois deles vem o apelo sexual.

Por isso, de olho nestes aspectos, fabricantes tradicionais resolveram apostar nos modelos mais provocantes e nos chamados fios dentais, que há muito tempo deixaram de ser exclusividade dos sex shops. Um deles promete para os próximos dias o lançamento no mercado de uma das menores calcinhas já vistas por aqui.

E foi para mostrar a evolução da peça ao longo dos anos, que Tatiane Minerato, rainha da bateria da Gaviões da Fiel, foi convidada a ir até o Brechó Minha Avó Tinha, em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo - SP, onde experimentou de tudo: desde um modelo da virada dos séculos XIX e XX, chamado de pantalon, até o atual e famoso fio dental, o mais badalado e polêmico.

A pesquisa do IEMI, feita com 1.100 pessoas em vários estados brasileiros, mostra que o conforto (39,6%) lidera a motivação da escolha da lingerie, seguido pela praticidade (15,2%), itens também apontados pelas consumidoras na hora de adquirir outras peças de seu vestuário, mas o que chama mais atenção no levantamento é que na hora da compra uma em cada cinco mulheres leva em consideração o apelo sexual/provocante (13,2%) ou romântico (5,9%) das peças íntimas.

- Com relação às lingeries, as mulheres se sentem mais confortáveis para ousar, pois o produto as permite mostrar aquilo que elas acham que devem. Isso é significativo e está dentro do esperado para a categoria (lingerie) - afirma o diretor do IEMI, Marcelo Villin Prado.

Confira a imagem das peças e as conclusões da pesquisa.

Belle Époque - A calcinha passou a integrar o guarda-roupa feminino após a Revolução Francesa, quando uma simplificação no vestuário passou a exigir das damas um cuidado maior com as roupas de baixo. De lá para cá, as mudanças foram muitas. O primeiro modelo, chamado pantalon ou calção, em geral, chegava abaixo dos joelhos. Segundo a especialista Rosemary Hawthorne, a austeridade marcou as roupas de baixo até meados do século 19. “Nenhuma mulher iria querer chamar a atenção para aquilo que as peças íntimas embrulhavam”, relata em seu livro.
(Foto: Raul Zito / G1)


Década 20 - As mudanças ocorridas durante a guerra (1914-1918) marcaram o nascimento da verdadeira mulher “moderna”, segundo Rosemary Hawthorne. As roupas se tornaram muito mais fáceis de vestir e o uso do espartilho foi deixado de lado. As saias se tornam mais curtas e as moças passaram a mostrar as pernas. Por isso, a calcinha sofre uma primeira redução no tamanho e chega até o joelho. Elas também passam a incorporar babados, rendas, aplicações de fitinhas e florzinhas, sinal de que a mulher começa a mostrar a lingerie para o marido.
(Foto: Raul Zito / G1)


Décadas de 30 e 40 - O tamanho da calcinha se reduz ainda mais. “A calcinha contorna levemente a curva da perna. Elas eram feitas à base de algodão, linho e as mulheres mais refinadas usavam seda”, diz a professora Shitara. A calcinha tem a cintura no lugar, o que atualmente se convencionou chamar cintura alta. O acabamento que era feito com cós e botões ganha um novo aliado: o elástico. Flexível e resistente à fervura, o uso do elástico se popularizou após 1925. As meias de nylon se tornam populares e passam a integrar o guarda-roupa feminino.
(Foto: Raul Zito / G1)


Década de 50 - Nessa época, tecidos à base de nylon se popularizam. Após o elástico, é a vez do zíper compor os figurinos. “A lingerie da época tinha calcinha de renda e cinta-liga. Fecho Éclair se populariza. É a busca da feminilidade a todo custo”, afirma Franz Ambrósio.
(Foto: Raul Zito / G1)


Década de 60 - Resistentes à máquina de lavar, o uso dos tecidos à base de nylon e poliéster se popularizam. A moda pedia trajes femininos cada vez mais curtos. A cintura baixa, que caracteriza a moda surgida em Saint Tropez, na badalada Côte D´Azur francesa, começa a ganhar adeptos. A professora Miti Shitara identifica duas tendências: “Uma parte prefere lingeries feitas com tecido e malha. De outro lado, estavam aqueles que estavam sintonizados com a “Era Espacial” e optam por tecidos sintéticos, que também eram mais baratos”, disse.
(Foto: Raul Zito / G1)


Década de 70 - As calcinhas multicoloridas passam a integrar o guarda-roupa feminino. A cintura nessa época é baixa e as tanguinhas se popularizam. “O uso de anticoncepcional permite à mulher separar a maternidade do desejo. Ela fica mais à vontade para exibir seu corpo. Surgem modelos mais ousados, às vezes, mais depravados”, afirma Miti Shitara. A partir dessa década, os modelos das calcinhas passam a seguir a moda dos biquínis. A influência do movimento hippie se reflete também na confecção de roupas íntimas.
(Foto: Raul Zito / G1)


Década de 80 - Entre o fim da década de 70 e início de 80, aparecem tangas supercavadas e com a lateral enroladinha. O modelo, conhecido como asa delta, vira uma verdadeira febre. “A a silhueta fica masculinizada. As ombreiras e tailleurs entram na moda. Mas, por baixo da sisudez aparente, as mulheres também se preocupam em utilizar peças lindas, repletas de babadinhos”, afirma Miti Shitara.
(Foto: Raul Zito / G1)


Anos 90 e 2000 - Desde a década de 90, a indústria o mix de modelos de lingerie adaptados às diferentes situações do dia a dia: para o trabalho, para a noite, para o conforto. “É um período de forte mestiçagem: diversos modelos de lingerie convivem pacificamente’, observa a professora. A moda são os seios fartos e os bumbuns proeminentes.
Foto: Raul Zito / G1)



Fonte: G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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