Miriam Messias Ferreira exerceu o cargo de gerente de agência no Itaú de abril de 1978 a agosto de 2002, quando foi dispensada sem justa causa. Ela entrou na Justiça do Trabalho alegando que dois meses antes da dispensa, o banco realizara evento em uma base da Aeronáutica em Angra dos Reis, tendo os seus organizadores anunciado que os gerentes das boas agências iriam de barco, os das médias de ônibus e os das ruins “a nado”.
No último ano em que trabalhou no banco e depois de receber vários prêmios por bom desempenho, Miriam foi transferida para uma agência considerada ruim e improdutiva, a partir de quando foi apontada como péssima gerente. Ainda segundo ela, um diretor chegou a lhe enviar pés de pato para que fosse nadando para o evento, e, para outro colega, obeso, uma boia de câmara de pneu de caminhão.
No encontro, os cerca de 400 gerentes convidados receberam camisetas com braçadeiras de cores diferentes conforme o desempenho de cada agência, ocasião em que ela e outros colegas os responsáveis por agências de pior desempenho foram humilhados e expostos ao ridículo, já que obrigados a fazer flexões, "como soldados", por um ator que vestia uma farda de sargento da Aeronáutica.
A ação foi julgada procedente pela 3ª Vara do Trabalho de São Paulo, que concluiu, com base no depoimento da bancária e outras testemunhas, que ela sofreu humilhação e constrangimento na presença dos demais participantes do encontro. A decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região e confirmada pela 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho - TST, que considerou o valor da indenização pautado “pelo princípio da razoabilidade, obedecendo aos critérios de justiça e equidade”.
Fonte: Brasil247
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Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
