O vídeo é pequeno. São apenas 43 segundos de absurdas imagens que mostram até onde pode ir a violência gerada pela intolerância entre indivíduos de uma "sociedade civilizada". A motorista do veículo, de 21 anos, formada em relações-públicas, foi indiciada por lesão corporal leve, sendo liberada depois de assinar um termo onde se compromete a comparecer à Justiça para dar explicações quando solicitada.
O motivo da confusão, ao que parece, teria sido uma "fechada" que a moça deu no motoqueiro, um técnico em eletrônica, de 41 anos de idade. A mãe da jovem disse que a filha ficou apavorada com a reação do rapaz, que teria feito ameaças, e que agiu da forma mostrada no vídeo apenas para tentar se defender.
- É o desespero de uma menina de 21 anos que ficou assustada com a aproximação do motoqueiro tentando tomar satisfação dela - declarou.
O motoqueiro nega que tenha feito ameaças e diz que teve um prejuízo de R$ 12 mil.
- Eu só olhei pra cara dela e ela ficou acelerando o carro como se fosse jogar o carro em cima de mim. Eu só quero que ela pague... Ela pagando, ta tudo certo - disse ele, concluindo que hoje em dia “ninguém se respeita mais, ninguém respeita mais ninguém”, numa referência, talvez, ao próprio comportamento, já que partiu dele a iniciativa de chutar o carro dirigido pela jovem, atitude padrão de todo motoqueiro que se acha prejudicado no trânsito.
Imaginemos a cena: a moça "fecha" o motoqueiro e ele a persegue. Bloqueada pelo trânsito, ela o vê parar do seu lado e chutar o carro. Ela se sente ameaçada e avança contra o motoqueiro, que cai ao chão, e ao se levantar vai em direção ao veículo. Mulher, sozinha dentro do carro, vendo a aproximação de um sujeito com quase duas vezes o seu tamanho, escondido dentro de um capacete, ela acelera na direção dele e só não causa uma tragédia maior porque o destino não quis. Trânsito parado, uma baita confusão, prejuízos materiais, inclusive para quem não tinha nada a ver com a história, polícia, e com certeza, uma série de aborrecimentos futuros. Tudo o que um simples e civilizado pedido de desculpas poderia ter evitado, você não acha?
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Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |
