Em sua constante e alucinada busca pelo conhecimento, o homem cada vez mais se aproxima da máquina, e tenta, de todas formas possíveis e imagináveis, transferir para ela a sua inteligência.
Mas o que vem a ser a inteligência em linguagem tecnológica? Não sou a pessoa mais indicada para responder a esta pergunta, mas já li em meus "passeios" pela internet que os cientistas da computação acham que a inteligência está nas deduções lógicas desenvolvidas pela Inteligência Artificial ou Sistemas Especialistas.
Alguns acham que a inteligência está mais ligada à lógica indutiva das Redes Neurais Artificiais; outros pensam que a inteligência deve se basear em experiências passadas e adotam o Raciocínio Baseado em Casos, e há os que pensam que a Teoria da Evolução explica melhor as ideias selecionadas no ambiente mental, gerando a inteligência dos Algoritmos Genéticos.
Cada um destes conceitos leva o ser humano à discussão da Inteligência Artificial, tema que até bem pouco tempo parecia coisa de cinema (lembram do garoto David Swinton, do filme Inteligência Artificial, dirigido por Steven Spielberg?), mas está deixando a ficção e entrando na realidade. O Google, por exemplo, está criando um cérebro artificial que carrega algoritmos jamais vistos, num sistema capaz de aprender sem a ajuda do homem.
O projeto está sendo desenvolvido no Google X, o laboratório experimental da Google, de onde saíram o Project Glass e o carro automático. A novidade anunciada pela equipe da gigante de buscas promete revolucionar o campo da inteligência artificial, trazendo aplicações para vídeos do YouTube na busca de imagens, reconhecimento de fala e tradução de idiomas.
O trabalho é baseado em algoritmos que estão sendo chamados de neural network, um sistema formado por um conjunto de mil computadores que equivale, na prática, a um equipamento de 16 mil núcleos. A rede foi alimentada com imagens de 200x200 pixels retirados de maneira randômica de cerca de 10 milhões de vídeos do YouTube.
Pode parecer incrível, mas o sistema foi capaz de identificar faces, corpos humanos e gatos, sem que fossem necessárias especificações diferentes para cada categoria. Ao perceber padrões recorrentes em imagens, o computador passou a separar automaticamente tudo o que era similar dentro de seu banco de dados. Em métodos tradicionais de busca, seria necessário que alguém definisse esses padrões para o computador, que retornaria dados com base naquilo que foi programado.
Jeff Dean, um dos funcionários da Google envolvido no projeto, explica que o sistema foi capaz de criar, sozinho, diversos de identificação das imagens, conceituando o gato de forma totalmente independente. No banco de imagens usado para os testes do sistema, o próprio computador teria entendido o que eram as fotografias de gatos e criado novos padrões de avaliação, gerando a nova “regra” no sistema. Assim, sempre que imagens de gatos apareciam, o sistema identificava os animais sem que fosse necessário criar variáveis.
Segundo Dean, o sistema ainda não é perfeito, mas com o sucesso das primeiras pesquisas o projeto já foi retirado do Google X e já está sendo desenvolvido pela equipe de negócios da Google, que está estudando a possibilidade de incluir os algoritmos em seu sistema de buscas. Genial, não?!
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |