17 julho 2011

Professor e aluno: relacionamento proibido?

Lea Michele e Matthew Morrison,
aluna e professor no seriado “Glee”
O fascínio que o(a) professor(a) exerce no comando da sala de aula às vezes ultrapassa os limites normais e acaba criando situações complexas e problemáticas. É comum encontrar, no ensino médio, nos cursinhos ou faculdades, histórias de alunos ou alunas que se apaixonam pelos(as) professores(as), apesar do tabu que envolve o tema. Para Ailton Amélio da Silva, psicólogo e professor da Universidade de São Paulo - USP, o carisma e a simpatia usados para prender a atenção da classe são características que favorecem o início de namoros.

Apesar da convivência entre alunos e professores nem sempre ser fácil, como vimos na postagem “Odeio minha professora”, essa relação registra muitas histórias interessantes, e na maioria delas, ainda bem, ao invés do ódio, o amor sempre prevalece. Para muitos, tudo não passa de um namoro sem conseqüências maiores, mas em alguns casos o envolvimento dos personagens é mais forte, e alguns deles acabam casados.

Foi o que aconteceu com Pollyana Reis Gomes, de 21 anos, e Rômulo Assis Gomes, de 32 anos. Eles são mineiros, e se conheceram quando ela cursava o ensino médio, em Belo Horizonte - MG. Ele foi seu professor de história. O casal assumiu o namoro em 2007, após a formatura dela, e estão prestes a completar 3 anos de casamento.

João Samper, hoje com 58 anos, e Sônia Duarte Samper, com 40, conheceram-se em um cursinho pré-vestibular em Campo Grande – MS, e estão casados há 13 anos.

O namoro começou logo, mas, para evitar problemas, o casal não oficializou a relação no cursinho.

- Falei com os pais dela, e assumimos o namoro para a família e amigos. Na escola nossa relação continuava igual, nos tratávamos normalmente, sem demonstrar que estávamos tendo um relacionamento – explica João.

No time dos casados há 15 anos, Mauro Lacerda, de 54 anos, e Adriana Lacerda, de 38 anos, contam que souberam separar os papéis quando começaram a namorar, em 1994. Ele dava aulas para ela durante a faculdade de engenharia, em Curitiba - PR.

Os dois dizem que não tiveram problemas, já que a ligação entre eles foi recebida de forma natural, tanto por pais, como por alunos e diretores da instituição.

- Inclusive um diretor da faculdade foi padrinho de casamento - lembra Adriana.

Hoje os dois são professores, e lecionam na mesma instituição, mas mantêm a relação de marido e mulher fora da universidade.

- Em sala de aula é professor Mauro e professora Adriana - diz a ex-aluna.

Mayra Scocco, de 20 anos, e o professor de física e matemática, Felipe Keller Ariza, de 25 anos, se conheceram no Cursinho Singular Anglo, em Santo André, no ABC. Mayra trabalha na secretaria e estuda no cursinho e Ariza atua como professor substituto.

Segundo Azira, não há qualquer problema em dar aula na classe da namorada.

- Quando o professor sobe no tablado, é professor, não é namorado da menina. Não teria incômodo em dar aula para Mayra.

Os dois não vêm nenhum obstáculo no relacionamento entre alunos e professores, desde, é claro, que haja uma postura e não se confundam os personagens.

- O que importa é gostar da pessoa - afirma Azira.

Mas nem tudo são flores. Paulo Murillo dos Santos, professor de matemática em Brasília - DF que o diga. Em 2009, quando começou a namorar Beatriz Junqueira Kipnis, ele tinha 28 anos, e ela, que estava terminando o 2º ano do ensino médio, apenas 16 anos de idade.

Quando a coisa se tornou pública, o caso foi levado ao diretor do colégio.

- O diretor deixou claro que a escola não admitia esse tipo de relacionamento e disse que confiava em mim. Mas também falou que torcia por nós no futuro – explica Paulo.

E há os casos, menos comuns, é verdade, em que o aluno se apaixona pela professora. Foi assim com Roger Douglas Dário, de 24 anos, e a namorada de 42 anos, que prefere não se identificar. Eles namoram há 6 anos, e há 5 juntaram as escovas de dentes.

Dário explica que o interesse entre eles foi imediato, mas o relacionamento só começou 1 ano depois.

- Eu insisti muito, começamos a namorar, ficamos por muito tempo às escondidas - afirma. Eles só assumiram o namoro depois de quase 2 anos, durante a festa de formatura do 3º ano do ensino médio de Dário.

- Por parte da minha família não teve problema, mas em relação aos colegas de trabalho dela, eles ficaram chocados. Principalmente por ela ser 20 anos mais velha do que eu - conta o rapaz.

E você, o que acha do assunto? Alunos e professores devem manter distância e evitar um relacionamento amoroso, ou uma coisa não tem nada a ver com a outra e o importante é curtir o momento, a paixão, sem medo de ser feliz? E os pais, como devem proceder? A escola pode impor restrições?


Fonte: G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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