A coisa tá virando moda, e se pais e autoridades não se unirem na busca de uma solução civilizada, não vai demorar muito, estaremos lamentando outra tragédia como a ocorrida no dia 7 de abril de 2011, na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo - RJ, invadida por Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que armado com dois revólveres, começou a disparar contra os alunos, matando doze deles e suicidando-se depois. Aí, como sempre acontece, todo mundo vai querer por uma tranca de ferro na porta arrombada. E cá entre nós: luto oficial não devolve a vida de ninguém!
Uma criança de apenas 11 anos foi agredida com tapas e puxões de cabelo dentro da sala de aula de uma escola da rede pública estadual, em São Pedro - SP, porque sua coleguinha, uma adolescente de 14 anos, parece ter ficado incomodada com o fato dela ter tirado as sobrancelhas.
A briga foi registrada em um vídeo feito por outra estudante da mesma classe. A Polícia Civil foi acionada pela família da criança e vai encaminhar o caso para a Vara da Infância e Juventude da cidade. A menor agressora foi suspensa por três dias pela diretoria da escola.
Segundo a família da menina agredida, ela já vinha enfrentando problemas de convivência com a adolescente, que há cerca de um mês a agrediu com tapas no rosto. Na última quarta-feira (13/06), como mostra o vídeo, a violência foi maior, e só parou quando a criança conseguiu sair da sala de aula. E tudo, repito, porque a adolescente pediu para ver as sobrancelhas da criança, que se negou a mostrar o rosto porque fazia a lição.
- Ela tinha tirado a sobrancelha e não quis mostrar à menina porque elas já não combinavam e a minha filha estava estudando - disse a mãe da criança agredida, que não quer mais entrar na escola depois do episódio.
- Fui levar ela hoje e ela começou a chorar muito. Disse que não consegue mais entrar lá. Eu quero Justiça porque sei que esta menina agride outras crianças também - disse a mãe.
Quando você entrega uma criança de 11 anos em uma escola, creio que assim pensa a maioria das pessoas, acha que ela está segura. Não se pode entender como uma jovem, mais velha e flagrantemente mais forte que a outra, possa praticar o tipo de agressão mostrada no vídeo, sem a interferência de um adulto. Dá pra perceber nas imagens que o professor estava encerrando a aula quando a confusão começou. Deveria ele ter interferido? Não sei! Em algumas escolas, acredite se quiser, professores são orientados pela direção a não tocar nos alunos no caso de uma briga, já que os pais podem alegar que os filhos foram agredidos. Já houve casos, também, de professores que tentaram apartar uma contenda e acabaram agredidos pelos alunos, quando não pelos pais. Na verdade, na maioria das escolas de hoje, professores e alunos educados ou mais fracos ficam à mercê de verdadeiros marginais, o que é absurdo.
Para a mãe da menina, houve negligência e omissão por parte da escola, o que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo nega, garantindo que a agressão aconteceu num intervalo entre aulas e que os responsáveis pelos alunos e o Conselho Tutelar foram acionados assim que o fato chegou ao seu conhecimento.
A necessidade de providências por parte das autoridades fica patente em alguns comentários postados na internet, onde pais e mães chegam a afirmar que reagiriam com violência se um fato dessa natureza viesse a ocorrer com seus filhos, o que deixa antever as graves consequências que podem ser geradas pela omissão da própria sociedade e do Estado. A impunidade, regra no Brasil, acaba gerando mais violência.
Você conhece algum caso idêntico? Tem filhos em idade escolar? Qual seria a sua reação diante de uma agressão covarde e inexplicável como a mostrada no vídeo? Opine!
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |