Mas engana-se quem pensa que o garrote que asfixia o sonho da democracia cubana será afrouxado tão facilmente.
Ontem, quinta-feira (08/11), fontes dissidentes e amigos denunciaram pelo Twitter que a blogueira cubana Yoani Sánchez e o opositor Guillermo Fariñas foram detidos em Havana, o que foi confirmado, de forma irônica, por Yohandry Fontana, blogueiro ligado ao governo cubano, uma espécie de "porta-voz" oficioso do regime. Segundo ele, Yoani Sánchez realmente estaria detida em uma unidade da polícia, "por escândalo e indisciplina social".
- Já não se pode chamá-la de blogueira, já é quase uma delinquente fazendo escândalos em Havana - escreveu Fontana.
Esta foi a segunda vez que Yoani é detida pelo regime em menos de dois meses. Na primeira, em 04 de outubro último, ela ficou detida em Bayamo, no sul de Cuba, por cerca de 30 horas. Ela e Fariñas foram presos porque buscaram informações a respeito da detenção de outros dissidentes políticos em uma delegacia do bairro popular de 10 de Octubre.
A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional - CCDHRN e representantes do grupo As Damas de Branco confirmaram que várias outras pessoas foram detidas na capital cubana, entre as quais estariam membros do Grupo dos 75, como Ángel Moya, Librado Linares, Félix Navarro, Ivan Hernández Carrillo e Eduardo Díaz Fleitas.
- Aparentemente se trata de uma espiral de repressão política na capital - disse à Efe o porta-voz da CCDHRN, Elizardo Sánchez.
Ontem mesmo, depois de ficar detida oito horas junto com outros ativistas em um quartel da polícia de Havana, Yoani foi libertada, informação que ela mesma passou pelo Twitter.
- Volto a caminhar nas ruas de Havana depois de várias horas detida. Estou bem, obrigado pela solidariedade! - escreveu a blogueira em sua conta na rede social.