O deputado José Guimarães (PT-CE) fez um apelo a Marco Feliciano (PSC-SP), para que ele deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. A resposta do deputado/pastor foi direta e objetiva: "Renuncio se João Paulo Cunha e José Genoíno, condenados no julgamento do mensalão, também renunciarem aos cargos que ocupam na Comissão de Constituição e Justiça”, o que não deixa de fazer sentido.
Com efeito, se ele não pode presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados porque é acusado de racismo, homofobia e estelionato (num processo que tramita no Supremo Tribunal Federal - STF e onde ele ainda nem foi julgado), com maior razão, João Paulo Cunha e José Genoíno (ele esqueceu de Paulo Maluf), condenados pela mesma Corte, respectivamente, por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, e corrupção ativa, não deveriam estar ocupando os cargos com os quais foram brindados (porque não conseguiram se reeleger) na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se um sujeito notoriamente conhecido por suas tendências racistas e homofóbicas não pode compor a comissão que lida com os direitos humanos em geral e os de grupos sociais minoritários, corruptos condenados pela Justiça também não deveriam fazer parte de uma das comissões mais importantes da Casa, justamente a que analisa os aspectos constitucionais, a legalidade jurídica e regimental das propostas que por ela tramitam. Por que nos esquecemos de Genoíno e Cunha? Afinal de contas, o nosso inconformismo pela escolha de Marco Feliciano para a presidência da referida comissão é ético ou religioso? Deixe a sua opinião.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |