Sarney, o pai, e Roseana, a filha |
Os registros oficiais indicam que Roseana Sarney, atual governadora do Maranhão - MA, trabalhou como servidora do Senado entre 1982 e 1985, quando José Sarney era senador. Após esse período, ela se licenciou para acompanhar o pai na Presidência da República (1985 a 1990), iniciando, depois, sua carreira política. Ontem, quinta-feira (11/04), ela foi aposentada com um salário vitalício de R$ 20,9 mensais. O ato, publicado no boletim oficial da instituição na mesma data, foi assinado pela diretora-geral, Doris Marize Romariz Peixoto, efetivada no Senado pelo mesmo ato que incluiu Roseana em seus quadros.
A governadora do Maranhão chegou ao Senado viajando em um "trem da alegria" (sem prestar concurso público) em 1974, e por lá ficou até 1985, quando o pai foi eleito presidente da República. Em maio de 1986, como era de se esperar, ela foi efetivada na Casa.
Roseana vai acumular a aposentadoria com o salário de R$ 15,4 mensais que recebe como governadora do Maranhão, e com certeza, vai solicitar a aposentadoria a que tem direito como senadora, benefício que 68 ex-senadores já recebem.
O acúmulo de aposentadorias, aliás, é comum na família Sarney. Seu pai, além do salário de senador, de R$ 26.600 reais, tem agregado ao orçamento a aposentadoria de ex-governador do Maranhão, Estado cujo Executivo chefiou em 1965, e de servidor do Tribunal de Justiça maranhense. Ela disse, por meio de uma nota, que vai “devolver aos cofres públicos” o valor que ultrapassar o teto de R$ 28 mil estabelecido para o servidor público. Quem viver, verá! Se a direção do Senado permitir, é claro...
Enquanto isso, numa entrevista dada ontem (11/04) à imprensa, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, adiantou que não tem condições de pagar as novas despesas que vão surgir com o projeto do senador Paulo Paim (PT-RS), a chamada “desaposentadoria” do trabalhador, que permite a renúncia da aposentadoria para pessoas que ainda trabalham e o recálculo do benefício. Quem pode, pode. Quem não pode, bate palmas...
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |