27 abril 2013

Três atos de bestialidade e uma vítima comum: a mulher

Retrato falado mostra dois suspeitos não identificados e Jhonatan (foto: divulgação)

Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, morreu queimada em seu consultório, que funcionava na Rua Copacabana, em São Bernardo, no ABC paulista, depois que um trio invadiu seu estabelecimento por volta das 12h30 da última quinta-feira (25/04).

Como a dentista não tinha dinheiro em seu poder, os assaltantes a obrigaram a entregar-lhes um cartão bancário e a senha. Dois dos bandidos rumaram para uma loja de conveniência e o terceiro ficou vigiando a mulher e uma cliente. A conta da dentista, infelizmente, só tinha R$ 30, que foi o que eles conseguiram sacar. Na volta, o trio ateou fogo em Cinthya e fugiu num Audi que estava estacionado nas imediações do consultório.

Até agora, o único suspeito identificado pela polícia é Jonathan Cassiano Araújo, de 21 anos, cujas imagens foram colhidas pelo circuito de segurança da loja de conveniência onde o cartão da vítima foi usado, reconhecido pela própria mãe, que é a dona do carro usado pelo grupo. Ontem (26/04), ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Os três bandidos foram presos hoje (27/04). Eles estavam em uma favela no limite entre Diadema e São Bernardo e não reagiram à ação policial.

Luziara Nogueira Gomes (foto: reprodução)

Em Careiro, cidadezinha que fica a 88 Km de Manaus - AM, a polícia prendeu em flagrante um homem acusado de torturar e atear fogo na esposa, Luziara Nogueira Gomes, de 28 anos. O crime ocorreu no sábado (20/04), no Ramal do 13, na Estrada de Autazes. Ele está à disposição da Justiça amazonense.

Os ferimentos sofridos por Luziara (foto: reprodução)

De acordo com Luziara, além de cortar seu cabelo com um facão, o companheiro (eles estão juntos há cerca de oito anos), a agrediu com um pedaço de madeira, e não satisfeito, ateou fogo em parte do seu corpo. Ela sofreu queimaduras na região do rosto e pescoço. Uma das filhas do casal, de apenas dois anos, também ficou ferida no episódio.

- Ele cortou o meu cabelo com facão, depois passou o barbeador por cima e me bateu. Estou toda roxa. Até de corda ele me batia. Sábado à noite ele jogou gasolina e ateou fogo em mim, a minha bebê que estava comigo também foi incendiada - contou Luziara.

Esperando o sexto filho (ela está grávida de três meses), a pobre mulher explicou que esta não foi a primeira agressão praticada contra ela pelo companheiro.

- Ele sempre me agredia, mas eu nunca falei nada. Dessa vez ele passou dos limites. Tenho medo que ele saia da cadeia. Não quero que ele saia de lá - desabafou.

A família teme que o criminoso consiga sair da cadeia e volte a agredir Luziara.

- Eu estou com o coração na mão. Tenho medo de ele ser solto e fazer alguma coisa com ela, não contra mim. Ela tem cinco filhos e está grávida - relatou a mãe da vítima, Iassiara Nogueira. Luziara foi levada a Manaus para tratamento.

No Rio, a polícia continua a busca pelo suspeito que estuprou uma menina de 14 anos na Praia do Leblon, na Zona Sul do Rio.

O crime aconteceu no final da praia, perto da Avenida Niemeyer, na via expressa que liga o bairro a São Conrado. Segundo a polícia, a vítima conseguiu identificar o criminoso através de um bancos de dados com imagens de pessoas com antecedentes criminais.

Estes são apenas três exemplos da violência que tomou conta do país de uns anos para cá, uma situação, acreditem, alimentada pela impunidade e leis frouxas, que só beneficiam o criminoso.

Agora mesmo, o governo federal, incapaz de administrar o sistema carcerário, deve lançar em maio um novo plano com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos detentos e estimular a adoção de penas alternativas, a fim de tentar reduzir a superlotação nos presídios. Nessa brincadeira, dizem as fontes governamentais, serão feitos investimentos na infraestrutura do sistema penitenciário nacional e mudanças na legislação penal.

Mais uma vez, não duvidem, as vítimas serão os cidadãos de bem, que vão bancar as despesas do pacote e conviver com a bandidagem que voltará às ruas. Enquanto isso, Legislativo e Judiciário se engalfinham num confronto que só beneficia os que vivem à sombra da lei, o que já é comum em países como Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela, e está começando a acontecer também aqui no Brasil. E é aí que mora o perigo!...




Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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