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Foto: reprodução |
Ao menos por enquanto, onze cidades, de quatro Estados, já acenam com a possibilidade de demissão dos profissionais de saúde que empregram e sua substituição pelas equipes do governo federal, o que segundo as prefeituras pode significar uma grande economia, já que a bolsa de R$ 10 mil do Mais Médicos é totalmente custeada pela União.
Uma outra razão para as demissões, alegam as prefeituras, é a fixação dos profissionais do Mais Médicos em seus municípios por um período mínimo de três anos, o que poria fim à alta rotatividade dos médicos atualmente contratados, que não se adaptam à falta de estrutura nessas localidades.
Entre as cidades que já declararam abertamente que vão trocar suas equipes médicas estão Coari, Lábrea e Anamã (Amazonas), Sapeaçu, Jeremoabo, Nova Soure e Santa Bárbara (Bahia), Barbalha, Cascavel e Canindé (Ceará) e Camaragibe (Pernambuco). Em Coari, por exemplo, que fica a 421 km de barco de Manaus, a prefeitura paga R$ 25 mil para médicos recém-formados e R$ 35 mil para os especialistas.
- Somos obrigados a pagar esse valor ou ninguém aceita. Vamos tirar alguns dos nossos médicos e colocar os profissionais que chegarão do Mais Médicos - disse Ricardo Faria, Secretário Municipal de Saúde.
A ideia é a mesma em Lábrea, cidade localizada a 851 km de Manaus, que hoje tem seis médicos.
- Pago R$ 30 mil para cada um deles. Substituí-los diminuiria os gastos da prefeitura - explica o prefeito Evaldo Gomes (PMDB).
Mas a coisa já chegou a outros recantos do país. A médica mineira Junice Moreira, de 47 anos, está sendo dispensada do posto de Saúde da Família do povoado de Sapeaçu, município localizado a 150 km de Salvador.
- Eu estava de plantão na quarta-feira da semana passada quando me ligaram. Disseram que eu tinha que dar lugar a um cubano - afirma Junice.
Segundo a médica, o aviso da demissão partiu da Coofsaúde, cooperativa que faz o pagamento dos médicos que trabalham no município por meio de contrato com a prefeitura. Além de confirmar a saída de Junice, a Coofsaúde também declara que em seu lugar entrará um profissional do programa federal Mais Médicos.
E agora? Como resolver o problema? O que vão fazer os médicos brasileiros substituídos principalmente pelos estrangeiros do Mais Médicos? O que você acha? Deixe um comentário.

Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |