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Suas atuações como homem da lei em episódios flagrados por câmeras (e a imagem não mentem) demonstram, sem nenhuma dúvida, sua incapacidade para lidar com situações de conflito, e mais do que isso, a facilidade com que ele, exagerando da força, agride o cidadão que paga o seu salário.
As arbitrariedades cometidas pelo referido policial começaram no dia 12 de setembro último, quando ele, no atuar descontrolado que caracteriza suas intervenções, mandou que uma estagiária de Direito abaixasse o dedo para falar com ele, ameaçando prendê-la por desacato. O que ele não esperava é que a moça, numa atitude corajosa e legítima, devolvesse a ameaça recebida.
- O senhor abaixa o dedo para falar comigo senão eu lhe dou voz de prisão por abuso de autoridade - disse a jovem na ocasião. O major, perdido em sua ignorância, andou de um lado para o outro e acabou sumindo na multidão. Veja o vídeo.
Na última quinta-feira (30/10), o nosso figurão fardado protagonizou outro absurdo. Ele e um grupo de policiais forjaram um flagrante, prenderam e algemaram um jovem (apesar de sua menoridade) sob a acusação de portar três morteiros, que o vídeo mostra, estavam nas mãos de outro mau policial, o tenente Almeida, do 20º BPM de Mesquita, na Baixada Fluminense. Ele joga os artefatos no chão logo depois de abordar o rapaz e fazer uma revista a sua mochila. O major Pinto, como que aguardando a ação do tenente, avança na direção do jovem e lhe dá voz de prisão.
- Está preso, está com três morteiros - berrou o oficial da PM.
Se ele fazem isso em plena Cinelância, imagine você o que não acontece longe das luzes da cidade, em flagrantes de drogas, principalmente.
Pra fechar, o major Pinto, segundo o relações-públicas da PM, coronel Cláudio Costa, é o mesmo policial que aparece jogando spray de pimenta nos professores que protestavam próximo a uma das entradas da Câmara de Vereadores do Rio. Preste atenção no vídeo.
Seria leviano e injusto afirmar que a PMRJ tem apenas maus policiais, mas os fatos estão a demonstrar que eles existem, e a cada em maior número, certamente influenciados por atitudes como a do major Pinto e do tenente Almeida, cujo atuar acaba se transformando num péssimo exemplo para a tropa e um alerta de medo para a população. Ao que parece, mesmo aos 25 anos da promulgação da Constituição Federal, ainda tem gente vivendo e agindo sob a influência dos anos de chumbo.
Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral. |